domingo, 7 de abril de 2024

Recordando Velhas Canções (Que as crianças cantem livres)


Taiguara

O tempo passa e atravessa as avenidas
E o fruto cresce, pesa e enverga o velho pé
E o vento forte quebra as telhas e vidraças
E o livro sábio deixa em branco o que não é

Pode não ser essa mulher o que te falta
Pode não ser esse calor o que faz mal
Pode não ser essa gravata o que sufoca
Ou essa falta de dinheiro que é fatal

Vê como um fogo brando funde um ferro duro
Vê como o asfalto é teu jardim se você crê
Que há sol nascente avermelhando o céu escuro
Chamando os homens pro seu tempo de viver

E que as crianças cantem livres sobre os muros
E ensinem sonho ao que não pode amar sem dor
E que o passado abra os presentes pro futuro
Que não dormiu e preparou o amanhecer…
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A Esperança em Meio à Repressão: 'Que As Crianças Cantem Livres' de Taiguara

Do artista brasileiro Taiguara (1945 – 1996), é uma obra que transmite uma mensagem de esperança e resistência em um contexto de opressão. A letra da canção, repleta de metáforas, reflete sobre a passagem do tempo e as adversidades enfrentadas na vida, sugerindo que as dificuldades podem não ser exatamente aquilo que parecem à primeira vista.

O verso 'E que as crianças cantem livres sobre os muros' é particularmente poderoso, evocando a imagem de inocência e liberdade que contrasta com a repressão e o controle. Taiguara, conhecido por suas músicas de protesto durante o período da ditadura militar no Brasil, utiliza a figura das crianças cantando livres como um símbolo de um futuro onde a expressão não é mais cerceada e os sonhos podem ser perseguidos sem dor.

A canção também fala sobre a importância de aprender com o passado e usar essas lições para construir um futuro melhor. O 'livro sábio' que deixa em branco o que não é verdadeiro sugere a necessidade de discernimento e a busca pela verdade. A música de Taiguara é um convite para olhar além das aparências e encontrar a força para mudar a realidade, mesmo que isso exija resistência e luta.

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