quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Ialmar Pio Schneider (A Leitura e os Livros)

12/10/11 - Dia Nacional da Leitura. (A partir de 2009 - Lei nº 11.899)

Quase deveria escrever “como nasce um cronista”, não fossem as páginas anteriores ao conselho abaixo, do ilustre literato paulista. Devo confessar que o mesmo muito me ajudou a superar certa indecisão neste sentido. Se mais não fiz até o momento, não me faltaram boa vontade nem aplicação. É claro que dei continuidade a leituras diversas de todo o gênero literário, quer em poesia, quer em prosa, levando em conta o tempo disponível e a disposição de ânimo.

Lanço mão de um opúsculo Sonhando com o Demônio, crônicas de Ignácio de Loyola Brandão - edição da Mercado Aberto (Pequenas Grandes Obras), na prateleira de uma estante, e me deparo com o autógrafo do autor, como segue: “Ialmar. A poesia também está na crônica. Abraço do companheiro de letras. Ass. - 7.11.98”.

De fato, sabedor de que eu escrevia versos, apesar de iniciante na crônica, quis incentivar-me ou confirmar que era possível continuar nesta última sem abandonar a arte poética. Vindo de quem veio estas palavras tão gentis e amenas, senti-me na obrigação de prosseguir tentando alcançar meu objetivo de modesto escriba de aldeia. Já vai para dois anos e não parei mais. Às vezes os assuntos se tornam escassos e a inspiração tarda. Mas daí vem o velho ditado me sacudir: “comer e coçar, é questão de começar”. Assim é também para escrever.

A par disso, a leitura é fundamental para o conhecimento deste ofício de transmitir o que pensamos e sentimos. Com acerto se tem afirmado que são os livros os nossos melhores amigos. Estão sempre prontos a nos dar a resposta que necessitamos. Acrescentam algo ao espírito que anseia o infinito, apesar de “… tu és pó e ao pó tornarás.” Gênese, 3.19. Eles nos transportam aos lugares mais fascinantes e longínquos da terra e despertam nossa imaginação até para o que não existe. É o milagre da literatura e da contemplação.

Há poucos dias, percorrendo as barracas da 16ª Feira do Livro de Canoas, pensava na quantidade de ensinamentos que continham todos aqueles volumes ali expostos, até que uma senhorita que atendia a uma das bancas, querendo ser gentil, começou a oferecer-me diversos livros, ressaltando suas qualidades e preços. Disse-lhe, então, que estava apreciando-os e sentia certa ansiedade de não conseguir ler todos eles, mesmo que vivesse mil anos. Mas não é por isso que se deva deixar de fazê-lo aos poucos, à medida do possível. Afinal, uma boa leitura diária só poderá nos trazer os melhores benefícios, tanto no aperfeiçoamento profissional, quanto num salutar passatempo na existência fugaz. Desta maneira a considero, sinceramente.
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Publicado em 05 de julho de 2000 - no Diário de Canoas.

Fontes:
Texto enviado pelo autor
Imagem = Portoweb

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