Nasci aos 18 de junho de 1971, na cidade de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, no Hospital Luis Soares. Fui uma criança pobre e com pouquíssimos brinquedos, embora feliz. Minha vida estudantil iniciou-se na Escola Municipal Chico Santeiro. Fui uma menina mimada por papai e mamãe. Até que um dia meu pai não quis ser mais meu pai, partiu. Ficamos nós cinco: eu, mamãe e meus três irmãozinhos sozinhos nesse Universo enorme. Mamãe foi uma mulher guerreira, venceu todos os obstáculos à sua frente. Ela foi mãe e pai aos mesmo tempo; esteve presente nos momentos de solidão e de multidão; certo dia, ela nos contou que voltaríamos a ter água gelada, televisão e que não seria difícil comer um pão. Eu adorava os dias de chuva e ficava a correr com as panelas e vasilhas pra baixo e pra cima atrás dos pingos d'água que caíam das telhas dentro da nossa casa. Ah! Mamãe, você foi tão grande! Você nos contou, ainda, que seríamos felizes. Uma fada madrinha um dia traria a nossa felicidade, quando esta fada foi, é, e sempre será VOCÊ, MAMÃE!
O bairro onde nasci e moro até hoje é pequeno, chama-se Bairro Nordeste. Aqui, é o lugar onde encontro inspiração para escrever minhas poesias, histórias, contos, cartas, crônicas e romances. Na nossa casa tinha um cajueiro que nós adorávamos, mas um dia o cupim derrubou a nossa árvore. Dias depois, acordamos com o telhado da casa indo abaixo, o cupim estava destruindo tudo. Os cupins viviam a nos perseguir, eram os nossos piores inimigos depois da fome. Porém, os nossos vizinhos sempre nos ajudaram. Naquela noite cada um dormiu na casa de um parente próximo.
Perto da minha casa tem um grande manguezal. Foi de lá que tiramos a nossa alimentação para sobrevivermos quando papai nos abandonou e o dinheiro da mamãe acabou. Meu irmão, Robério, que hoje, graças a Deus, veste-se de paletó e gravata, voltava da maré todo sujo de lama e com um balde cheio de caranguejos para serem vendidos. Roberto e Rogério vendiam os caranguejos para comprar farinha, café, feijão etc. E mamãe, mesmo com problemas na coluna fazia de tudo um pouco pela nossa sobrevivência: costurava, vendia dindin, cocada, tapioca, etc. O sofrimento era grande, mas nós nunca deixamos de acreditar no futuro. Íamos à escola todos os dias.
Hoje, mais de vinte anos, olhamos para o passado e sorrimos dele. Somos vitoriosos. Nossa casa continua simples, mas já não falta comida. Todos conquistaram seus sonhos. Mamãe é feliz, para mim, isso é muito importante! Ela merece esse sorriso nos lábios até os últimos dias da sua vida.
Eu sou uma curiosa, metida a besta e inteligente. Fiz alguns vestibulares, fui reprovada em alguns e aprovada em outros. Devia ter concluído o curso de Sistemas de Informação, mas abandonei. Larguei esse curso para fazer Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Publiquei meu primeiro livro intitulado Carrossel de Poesias (Poesias para crianças), no dia 01 de dezembro de 1999. Numa noite belíssima, na Capitania das Artes, rodeada de crianças, amigos e familiares. Um coquetel maravilhoso, meus olhos brilhavam mais que todas as estrelas no céu e as pernas tremiam. Esse livro foi um presente às crianças do meu Brasil, porque foi através delas que encontrei a esperança para lutar pela realização dos meus sonhos.
Meu segundo livro intitulado Giges e o anel, também foi publicado no mês de dezembro no ano de 2003, na Bueno Livraria, localizada no Natal Shopping, em Natal-RN.
De lá para cá não parei mais de publicar livros. Acho que já são uns trinta e poucos.
Escrevo para alguns periódicos locais, sou licenciada em filosofia, mestra em literatura comparada, professora de filosofia, inglês e produção textual além de pesquisadora na área de filosofia para crianças e contação de histórias. Gosto de programação de computadores e matemática. Além do mais adoro viver!
Não bebo e não fumo. Adoro nadar! Curto caminhar, também. Algumas pessoas me perguntam porque não me casei ainda, digo-lhes que sou casada com os meus poemas e tenho um grande amor na minha vida: o céu com as suas estrelas.
Quando quero um refúgio vou à praia de Jacumã, lugar de uma rara tranquilidade. Eis-me, um ser humano como outro qualquer, entre qualidades e defeitos, sonhos e realidade.
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