Foi então que Pedro se encontrou com um de seus irmãos, com quem gastou em pândegas muito dinheiro.
Esvaziada a bolsa, seguiram de viagem juntos.
Depois de caminharem muitas léguas varados de fome, chegaram à casa de um casal de velhinhos, gente da lavoura e muito pobre.
Pediram pousada. Mas os velhos disseram que não tinham cômodo nem nada que lhes dar para matarem a fome...
-Só se quiserem dormir na salinha, no monte de palha...
Pedro aceitou logo a oferta.
Os velhos foram para seu quarto e os irmãos ficaram na palha.
Mas de madrugada o Malasartes sentiu um cheirinho bom e ouviu o chiado de uma panela lá na cozinha e perguntou ao irmão:
-Manuel, você não está ouvindo um chiado?... Quem sabe se na cozinha há alguma coisa que se coma?
O outro respondeu:
-É possível. Essa gente da lavoura costuma deixar a panela no fogo durante a noite para comerem de manhã, antes de irem para o trabalho.
Pedro, andando na ponta dos pés, levou o irmão para a cozinha, onde encontraram no fogo uma panela de mingau de fubá fumegando.
Comeram quanto quiseram até fartar-se e, como Pedro era um grande pândego e não podia passar sem fazer das suas, disse que estava com muita pena da velha e que lhe ia também dar um pouco de mingau.
Foram para o quarto e, enquanto o irmão segurava com muito medo a panela o Malasartes ia pondo com a colher o mingau onde supunha que era a boca da velha.
De vez em quando ouviam uns sopros e Pedro dizia baixinho:
-Está quente, avozinha? sopra minha velha!
Depois de irem levar a panela à cozinha os dois irmãos puseram-se ao fresco logo ao amanhecer.
Já estavam longe quando o velho despertou furioso com a mulher, a quem acusava de ter desfeiteado a cama...
-Eu! seu tratante! eu!
-Não se faça de tola, que não foi outra senão você mesma!
Mas então a velha sentiu alguma coisa lá nela mesma. E os dois que nunca tinham brigado agarraram-se às unhadas, saltando fora da cama. E qual não foi o espanto deles, quando viram a cama toda cheia de mingau...
Correram para a cozinha e acharam a panela vazia, foram à sala e já lá não estavam os hóspedes.
Rogaram muitas pragas e juraram não dar mais pousada a ninguém salvante a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Esvaziada a bolsa, seguiram de viagem juntos.
Depois de caminharem muitas léguas varados de fome, chegaram à casa de um casal de velhinhos, gente da lavoura e muito pobre.
Pediram pousada. Mas os velhos disseram que não tinham cômodo nem nada que lhes dar para matarem a fome...
-Só se quiserem dormir na salinha, no monte de palha...
Pedro aceitou logo a oferta.
Os velhos foram para seu quarto e os irmãos ficaram na palha.
Mas de madrugada o Malasartes sentiu um cheirinho bom e ouviu o chiado de uma panela lá na cozinha e perguntou ao irmão:
-Manuel, você não está ouvindo um chiado?... Quem sabe se na cozinha há alguma coisa que se coma?
O outro respondeu:
-É possível. Essa gente da lavoura costuma deixar a panela no fogo durante a noite para comerem de manhã, antes de irem para o trabalho.
Pedro, andando na ponta dos pés, levou o irmão para a cozinha, onde encontraram no fogo uma panela de mingau de fubá fumegando.
Comeram quanto quiseram até fartar-se e, como Pedro era um grande pândego e não podia passar sem fazer das suas, disse que estava com muita pena da velha e que lhe ia também dar um pouco de mingau.
Foram para o quarto e, enquanto o irmão segurava com muito medo a panela o Malasartes ia pondo com a colher o mingau onde supunha que era a boca da velha.
De vez em quando ouviam uns sopros e Pedro dizia baixinho:
-Está quente, avozinha? sopra minha velha!
Depois de irem levar a panela à cozinha os dois irmãos puseram-se ao fresco logo ao amanhecer.
Já estavam longe quando o velho despertou furioso com a mulher, a quem acusava de ter desfeiteado a cama...
-Eu! seu tratante! eu!
-Não se faça de tola, que não foi outra senão você mesma!
Mas então a velha sentiu alguma coisa lá nela mesma. E os dois que nunca tinham brigado agarraram-se às unhadas, saltando fora da cama. E qual não foi o espanto deles, quando viram a cama toda cheia de mingau...
Correram para a cozinha e acharam a panela vazia, foram à sala e já lá não estavam os hóspedes.
Rogaram muitas pragas e juraram não dar mais pousada a ninguém salvante a Nosso Senhor Jesus Cristo.
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