Uma Trova de Ademar
Meu santo sempre se vinga,
Pois cana não lhe ofereço;
e, sempre que eu bebo pinga,
“Ele” me dá um tropeço.
–Ademar Macedo/RN–
Uma Trova Nacional
Tem o bebum certa graça
quando ele diz pela rua:
- Sou do planeta cachaça,
mas tô no mundo da lua!
–Campos Sales/SP–
Uma Trova Potiguar
Nosso mundo anda e desanda
não é como a gente quer;
na guerra, o homem é quem manda,
em casa, manda a mulher.
–Hilton da Cruz Gouveia/RN–
Uma Trova Premiada
2000 - Nova Friburgo/RJ
Tema - CALOR - 4º Lugar
Vim devolver seu marido
Que nada mais me oferece:
- No frio fica encolhido,
e no calor... amolece !!
–Neide Rocha Portugal/PR–
...E Suas Trovas Ficaram
Sendo traída, de graça,
pelo esposo, capitão,
a Maria, por pirraça,
o traiu com o “batalhão”.
–Célio Grunewald/MG–
U m a P o e s i a
Ir a aula sem lápis e papel
e voltar sem saber do professor,
implorar paciência de doutor
conviver com pessoa infiel,
dois salários e meio de aluguel
numa casa pequena pra morar,
pagar um objeto sem comprar
e assumir um processo sem dever;
do que a vida me impõe para fazer
são as coisas que faço sem gostar.
–Zé Viola/PI–
Soneto do Dia
DILEMA FILHO DA MÃE!
–José Ouverney/SP–
Existe mãe sem filho? É o que pergunto.
Tudo porque uma dúvida peralta,
com poses libertinas chega e assalta
os mananciais deste cristão bestunto.
A religião é aquele eterno assunto
que recoloca em baixa estima a alta;
sim, pois o excesso também leva à falta,
desfigurando a essência do conjunto.
Mas, reportando ao inicial dilema,
por isso eu não discuto religião:
minha ousadia não se presta a tanto;
o acento foge à “ideia” e engole o trema:
se o santo, em alguns centros, é invenção,
em outros, quem dá carta é a “mãe de santo”!
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