sábado, 12 de janeiro de 2013

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 782)



Uma Trova de Ademar  

Meu santo sempre se vinga, 
Pois cana não lhe ofereço; 
e, sempre que eu bebo pinga, 
“Ele” me dá um tropeço. 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Tem o bebum certa graça
quando ele diz pela rua:
- Sou do planeta cachaça,
mas tô no mundo da lua!
–Campos Sales/SP– 

Uma Trova Potiguar  

Nosso mundo anda e desanda 
não é como a gente quer; 
na guerra, o homem é quem manda, 
em casa, manda a mulher. 
–Hilton da Cruz Gouveia/RN– 

Uma Trova Premiada  

2000   -   Nova Friburgo/RJ 
Tema   -   CALOR   -   4º Lugar 

Vim devolver seu marido
Que nada mais me oferece:
- No frio fica encolhido,
e no calor... amolece !!
–Neide Rocha Portugal/PR– 

...E Suas Trovas Ficaram  

Sendo traída, de graça, 
pelo esposo, capitão, 
a Maria, por pirraça, 
o traiu com o “batalhão”. 
–Célio Grunewald/MG– 

U m a P o e s i a  

Ir a aula sem lápis e papel 
e voltar sem saber do professor, 
implorar paciência de doutor 
conviver com pessoa infiel, 
dois salários e meio de aluguel 
numa casa pequena pra morar, 
pagar um objeto sem comprar 
e assumir um processo sem dever; 
do que a vida me impõe para fazer 
são as coisas que faço sem gostar. 
–Zé Viola/PI– 

Soneto do Dia  

DILEMA FILHO DA MÃE! 
–José Ouverney/SP– 

Existe mãe sem filho? É o que pergunto. 
Tudo porque uma dúvida peralta, 
com poses libertinas chega e assalta 
os mananciais deste cristão bestunto. 

A religião é aquele eterno assunto 
que recoloca em baixa estima a alta; 
sim, pois o excesso também leva à falta, 
desfigurando a essência do conjunto. 

Mas, reportando ao inicial dilema, 
por isso eu não discuto religião: 
minha ousadia não se presta a tanto; 

o acento foge à “ideia” e engole o trema: 
se o santo, em alguns centros, é invenção, 
em outros, quem dá carta é a “mãe de santo”!

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