Colhida em Recife.
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Alevanta, meu amor
Desse bom dormir
Chame sua mãe
Para me acudir
Levantou-se ele
Sem mais descanso
Foi selando logo
Seu cavalo branco
— Deus vos salve, mãe
No vosso estrado
— Deus vos salve, filho
No vosso cavalo
Apeia pra baixo
Jantar um bocado
— Não quero jantar
Que vim a chamado
Que a Flor do Dia
Lá ficou de parto
— De mim para ela:
Um filho varão
De espora no pé
E espada na mão
Rebente por dentro
Pelo coração
— Flor do Dia
Faça por parir
Minha mãe está doente
E não pode vir
Alevanta, amor
Desse bom dormir
Chame minha mãe
Para me acudir
Que ela mora longe
Mas sempre há de vir
Grande dor, marido
É dor de parir!
— Deus vos salve, sogra
No vosso estrado
— Deus vos salve, genro
No vosso cavalo
Apeia pra baixo
Jantar um bocado
— Não quero jantar
Que vim a chamado
Que a Flor do Dia
Lá ficou de parto
— De mim para ela:
Um filho estimado
Que eu veja no trono
Um bispo formado
Espera lá, meu genro
Deixa-me vestir
Que ela mora longe
Mas sempre hei de ir
— Pastor de ovelhas
Que sinal é aquele
Que está dobrando?
— É dona Estrangeira
Que morreu de parto
Sem haver parteira
— Aquele sino
Não cessa de dobrar
Nem meus olhos
Também de chorar
Adeus, minha filha
Do meu coração
Que morreu de parto
Sem minha bênção
Adeus, milha filha
Que eu vinha te ver
Quem não tem fortuna
Mais val ao nascer
Fonte:
Romero, Sílvio. Cantos populares do Brasil. Coleção Documentos Brasileiros. Rio de Janeiro, Livraria José Olímpio Editora, 1954. Disponível em Jangada Brasil. Setembro 2010 - Ano XII - nº 140.Edição Especial de Aniversário
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