01
Meu nome é Assis. Brasileiro.
Setenta e tantos completos.
A profissão?… jardineiro:
cultivo trovas e netos!
02
Quando, à noite, o Sol se deita,
a Lua, em grande escarcéu,
chama a poetada e aproveita:
Faz uma farra no céu!
03
Bate-papo de mulher,
nem mesmo seu Freud entende.
– Um assuntinho qualquer
vira um filme sem the end…
04
Que saudade, companheiro,
do tempo em que eu era bobo…
– Pensava que era cordeiro
quem não passava de lobo!
05
Antiguidade, doutor,
é coisa muito engraçada:
algo que cresce em valor
quando não vale mais nada…
06
Sobremesa preferida?…
Eu vos respondo, ora vede:
– é após a farta comida
me desmaiar numa rede…
07
“Feliz quem feliz se julga”,
diz um ditado antigão.
– Felicidade da pulga
é andar montada no cão…
08
Diz à macaca o macaco
logo ao café da manhã:
– Ou paras de encher-me o saco,
ou te devolvo ao Tarzã!
09
Tão boa é aquela senhora,
tão generosa e tão pura,
que nem passando a ter nora
perdeu jamais a ternura…
10
De biquini ou minissaia,
a verdade se revela…
Não há mentira na praia:
feia é feia, bela é bela!
11
Tenho um galo gozador,
que canta de madrugada…
Troco por despertador
que toque às dez a alvorada!
12
Vingança é coisa de gente
tresloucada ou matusquela…
– A lei do dente por dente
faz tempo ficou banguela!
13
Verde, amarelo, vermelho…
bi-bi… fon-fon… ron-ron-ron…
Mulher, sem pressa, ao espelho,
na esquina ajeita o batom…
14
Pipilam os pintainhos,
que terna a galinha afaga.
“Vamos fazer mais unzinhos?”,
o galo safado indaga…
15
“Filho de peixe é peixinho”,
é o que se diz por aí.
A menos que no escurinho
se entregue a peixa ao siri…
Continua…
Fonte:
José Fabiano & A. A. De Assis. Trovas brincantes. 2007.
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