terça-feira, 23 de novembro de 2021

Minha Estante de Livros (Livros de Escritores Indígenas do Brasil) 1


Tiago Hakiy
Awyató-Pót: Histórias indígenas para crianças


Awyató-pót: histórias indígenas para crianças é uma obra que se caracteriza pela bravura do povo Mawé, representada nos contos pela figura mítica que dá título ao livro. São quatro histórias.

A primeira história conta sobre o nascimento do curumim, fruto da união de uma índia metamorfoseada em cobra com um gavião real. Na segunda, é contada a valentia e o caráter de liderança de Awyató-pót que conseguiu negociar com a Surucucu a Noite para levá-la a sua tribo. Na terceira, o índio derrotou o monstro Juma, devorador de seus parentes e na quarta, em que Awyató-pót, já viúvo e dominado pelo ciúme que tinha da filha, é enganado pelo sapo O ók que desposou a moça.

As histórias de Awyató-pót podem ser lidas como as narrativas de aventuras singulares e imprevistas de um mito que sintetiza a cultura de um povo que, ao ser interpretado sob a visão microcósmica, nos ensina que a Humanidade, aqui e acolá, enfrenta os mesmos desafios: garantir a existência. As histórias contadas por Tiago Hakiy dão o recado do povo indígena Mawé: o desejo de aproximar o mundo mítico dos índios ao mundo das crianças da cidade.
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Mauricio Negro (org.)
Nós: Uma antologia de literatura indígena


Nesta belíssima antologia ilustrada, o leitor vai conhecer dez histórias contadas ou recontadas por escritores de diferentes nações indígenas.

A menina Yacy-May era tão especial que fez com que o sol se apaixonasse por ela, deixando a lua enciumada. O peixe-boi surgiu a partir da união de Guaporé, filho do grande chefe dos peixes, com Panãby’piã, filha do governante dos Maraguá, e sinalizou a paz entre os humanos e os peixes. A velha misteriosa Pelenosamo tem um dia a casa invadida por uma garota curiosa, que resolve investigar o que ela fazia com os galhos secos que sempre levava recolhia e não dividia com ninguém.

Essas são algumas prévias das histórias reunidas nesta antologia, contadas ou recontadas por escritores das nações indígenas Mebengôkre Kayapó, Saterê-Mawé, Maraguá, Pirá-Tapuya Waíkhana, Balatiponé Umutina, Desana, Guarani Mbyá, Krenak e Kurâ Bakairi.

Tratando dos mais diversos temas — dos mitos de origem às histórias de amor impossível —, as narrativas conduzem o leitor por situações e desenlaces muito próprios, sempre acompanhadas por um glossário e um texto informativo sobre o povo indígena de origem de cada autor. Esta é uma chance preciosa para todos aqueles que desejam entrar em contato com as raízes mais profundas de nossa cultura, ainda pouco valorizadas e respeitadas, por puro desconhecimento.
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Daniel Munduruku
A Caveira-Rolante, A Mulher-Lesma e outras histórias indígenas de assustar


“Os caçadores e o Duende Arranca-Olho”, “O doente de olhos postiços”, “Kanoé – A história do morcego”, “A mulher-lesma”, “A caveira rolante”, “As amantes feiticeiras são seis histórias de diferentes povos indígenas – Tukano, Ajuru, Macurap, Tembé, Karajá.

Segundo Daniel Munduruku, este tipo de história é narrado pelos adultos ou pelos mais velhos da aldeia, já que são os guardiões da memória de nossa gente. Não são narrativas apenas para amedrontar as crianças e os jovens, mas também são formas de ensinamento com os quais vão nos lembrando que não estamos sozinhos no mundo e que não podemos querer nos transformar em donos das coisas que criamos. E, embora sejam histórias de assustar, elas nos ajudam a compreender nosso lugar no mundo.

As histórias, permeadas de mistério, prendem a atenção pela maneira como são contadas e, ao mesmo tempo, possibilitam uma reflexão sobre a relação do homem com os outros seres da natureza.

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