Busca teu sonho e sê bravo,
pois quem tenta a sorte a esmo,
torna-se cativo, escravo,
da escravidão de si mesmo!
= = = = = = = = = = =
Casa de taipa, esquecida,
sem janela e sem portão...
Quanta saudade esculpida,
nas ruínas do teu chão!
= = = = = = = = = = =
Com traços angelicais,
rompe outra flor entre nós;
Laura - orgulho de seus pais
e encanto de seus avós!
= = = = = = = = = = =
Daquela casinha pobre,
rica de fé, na pobreza,
Deus faz dela o lar mais nobre:
Põe paz e pão sobre a mesa!
= = = = = = = = = = =
Da velha praça, onde outrora,
fiz da infância uma ilusão...
Tudo que me resta agora
é a sombra da solidão!
= = = = = = = = = = =
Em cada beijo roubado,
que roubo de ti, meu bem,
sinto o gosto do pecado
que um beijo roubado tem!
= = = = = = = = = = =
Filho, mesmo na amargura,
dês o exemplo da candeia:
Quanto mais a noite escura
mais ela brilha e clareia!
= = = = = = = = = = =
Lamparina sobre a mesa,
e em volta, os filhos e os pais!...
Que saudade da pobreza
dos meus antigos Natais!
= = = = = = = = = = =
Lembro da humilde casinha,
pobre, nos seus rituais...
Onde Jesus sempre vinha,
benzer os nossos Natais!
= = = = = = = = = = =
Meu verso aqui, não tem lume,
é simples, sem filigrana,
mas tem o doce perfume
do cheiro da jitirana*!
= = = = = = = = = = =
Não há gesto nobre em vão;
que Deus se lembra do nome,
daquele que estende a mão
dividindo o pão que come!
= = = = = = = = = = =
O inverno acaba a tristeza
do pó dos sertões bravios,
e os olhos da natureza
choram nos leitos dos rios!
= = = = = = = = = = =
O mar bravo se avoluma,
se agita e depois desmaia,
pondo arabescos de espuma
nos pergaminhos da praia!
= = = = = = = = = = =
Onde estás, doce quimera?
Essa espera me apavora...
Já voltou a primavera,
não voltaste até agora!
= = = = = = = = = = =
O pôr do sol no sertão,
toda tarde, ao fim do dia,
dobra a cor da solidão,
aos pés da Virgem Maria!
= = = = = = = = = = =
Parte a jangada a sonhar
aos sopros do mar imenso;
tremula um lenço no mar,
no cais acena outro lenço!
= = = = = = = = = = =
Pelos chinelos guardados,
posso dizer quem tu és!...
Pois, os teus velhos calçados,
fotografaram teus pés!
= = = = = = = = = = =
Pés chagados, mãos calosas,
no meu barco sem convés...
Prossigo ofertando rosas,
curando as chagas dos pés!
= = = = = = = = = = =
Por que tantos rituais
de joelhos, aos pés dos templos,
se és entre pobres mortais
o exemplo dos maus exemplos?...
= = = = = = = = = = =
Porteira velha!.., O rangido,
desta dor que te corrói...
E o teu passado esquecido
que, em teu presente, ainda dói!
= = = = = = = = = = =
Prenderam-me!... E, escravizado,
eu sinto toda tardinha...
O mesmo passo apressado
da pressa em que você vinha!
= = = = = = = = = = =
Que a inveja, eu nunca carregue,
nem faça o mal a ninguém;
infeliz de quem prossegue
pisando os pés de outro alguém!
= = = = = = = = = = =
Que a velhice que nos guia
enriqueça a alma da gente,
pondo mais luz e poesia
no entardecer do poente!
= = = = = = = = = = =
Que lindo pecado santo,
entre a rosa e o beija-flor!...
O beija-flor beijou tanto,
que os dois morreram de amor!
= = = = = = = = = = =
Se a maldade segue os passos
das injustiças reais...
Pode até prender meus braços,
mas nunca os meus ideais!
= = = = = = = = = = =
Segue a tua caminhada
e ama teus próprios desejos,
sem riqueza sobejada
com restos de outros sobejos!
= = = = = = = = = = =
Sê neste Natal sem brilho,
que se esqueceu de Jesus...
Um pouco da luz do filho,
que ao padecer, se fez Luz!
= = = = = = = = = = =
Só o inverno enxuga o pranto,
de uma seca no sertão...
Pois, com chuva, em cada canto,
brota uma vida no chão!
= = = = = = = = = = =
Todo o orgulho que se pensa,
não passa de um falso orgulho
que o tempo, com indiferença
destrói sem fazer barulho!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
pois quem tenta a sorte a esmo,
torna-se cativo, escravo,
da escravidão de si mesmo!
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Casa de taipa, esquecida,
sem janela e sem portão...
Quanta saudade esculpida,
nas ruínas do teu chão!
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Com traços angelicais,
rompe outra flor entre nós;
Laura - orgulho de seus pais
e encanto de seus avós!
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Daquela casinha pobre,
rica de fé, na pobreza,
Deus faz dela o lar mais nobre:
Põe paz e pão sobre a mesa!
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Da velha praça, onde outrora,
fiz da infância uma ilusão...
Tudo que me resta agora
é a sombra da solidão!
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Em cada beijo roubado,
que roubo de ti, meu bem,
sinto o gosto do pecado
que um beijo roubado tem!
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Filho, mesmo na amargura,
dês o exemplo da candeia:
Quanto mais a noite escura
mais ela brilha e clareia!
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Lamparina sobre a mesa,
e em volta, os filhos e os pais!...
Que saudade da pobreza
dos meus antigos Natais!
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Lembro da humilde casinha,
pobre, nos seus rituais...
Onde Jesus sempre vinha,
benzer os nossos Natais!
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Meu verso aqui, não tem lume,
é simples, sem filigrana,
mas tem o doce perfume
do cheiro da jitirana*!
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Não há gesto nobre em vão;
que Deus se lembra do nome,
daquele que estende a mão
dividindo o pão que come!
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O inverno acaba a tristeza
do pó dos sertões bravios,
e os olhos da natureza
choram nos leitos dos rios!
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O mar bravo se avoluma,
se agita e depois desmaia,
pondo arabescos de espuma
nos pergaminhos da praia!
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Onde estás, doce quimera?
Essa espera me apavora...
Já voltou a primavera,
não voltaste até agora!
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O pôr do sol no sertão,
toda tarde, ao fim do dia,
dobra a cor da solidão,
aos pés da Virgem Maria!
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Parte a jangada a sonhar
aos sopros do mar imenso;
tremula um lenço no mar,
no cais acena outro lenço!
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Pelos chinelos guardados,
posso dizer quem tu és!...
Pois, os teus velhos calçados,
fotografaram teus pés!
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Pés chagados, mãos calosas,
no meu barco sem convés...
Prossigo ofertando rosas,
curando as chagas dos pés!
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Por que tantos rituais
de joelhos, aos pés dos templos,
se és entre pobres mortais
o exemplo dos maus exemplos?...
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Porteira velha!.., O rangido,
desta dor que te corrói...
E o teu passado esquecido
que, em teu presente, ainda dói!
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Prenderam-me!... E, escravizado,
eu sinto toda tardinha...
O mesmo passo apressado
da pressa em que você vinha!
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Que a inveja, eu nunca carregue,
nem faça o mal a ninguém;
infeliz de quem prossegue
pisando os pés de outro alguém!
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Que a velhice que nos guia
enriqueça a alma da gente,
pondo mais luz e poesia
no entardecer do poente!
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Que lindo pecado santo,
entre a rosa e o beija-flor!...
O beija-flor beijou tanto,
que os dois morreram de amor!
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Se a maldade segue os passos
das injustiças reais...
Pode até prender meus braços,
mas nunca os meus ideais!
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Segue a tua caminhada
e ama teus próprios desejos,
sem riqueza sobejada
com restos de outros sobejos!
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Sê neste Natal sem brilho,
que se esqueceu de Jesus...
Um pouco da luz do filho,
que ao padecer, se fez Luz!
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Só o inverno enxuga o pranto,
de uma seca no sertão...
Pois, com chuva, em cada canto,
brota uma vida no chão!
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Todo o orgulho que se pensa,
não passa de um falso orgulho
que o tempo, com indiferença
destrói sem fazer barulho!
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* Jitirana = é uma planta trepadeira que cresce em regiões tropicais e subtropicais do mundo. Conhecida popularmente como corda-de-viola. Muito rústica de rápido crescimento. Possui flores de coloração rosa com o centro arroxeado, tendo outras variedades. Por exemplo, a Jitirana-azul é uma trepadeira anual herbácea, de ramos pilosos, nativa do continente americano, ocorrendo em grande parte do Brasil. Adorna o cenário sertanejo crescendo sobre arbustos e cercas, com suas vistosas flores azuis de garganta branca, que trazem impressas uma “estrela-do-mar”., É considerada uma planta daninha ou que causa danos ao infestar áreas agrícolas.
Fontes:
Francisco Garcia de Araújo. Cantigas do meu cantar. Natal/RN: CJA Edições, 2017. Livro enviado pelo autor.
Professor Garcia. Poemas do meu cantar. Natal/RN: Trairy, 2020.
Livro enviado pelo autor.
Jitirana Azul, flor do sertão in Focado em Você.
Francisco Garcia de Araújo. Cantigas do meu cantar. Natal/RN: CJA Edições, 2017. Livro enviado pelo autor.
Professor Garcia. Poemas do meu cantar. Natal/RN: Trairy, 2020.
Livro enviado pelo autor.
Jitirana Azul, flor do sertão in Focado em Você.
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