segunda-feira, 18 de julho de 2022

Silmar Böhrer (Croniquinha) 57

"Adondiéque" andam aqueles dias que amanhecem sorrindo, sol radioso, luzeiros de felicidade? Por que as manhãs têm acordado como candeeiros bruxoleantes, não se sabe se vão clarear mais ou ficar na média luz? E os pássaros seguirão a a dormitar nestas auroras sombrias, nuvens densas com sol escondido?

Mesmo que a gente goste da chuva, do vento, da melancolia, bastam dois ou três dias para implorarmos o sol, o azul do céu, a plena luz. Por que esta ansiedade de estarmos às claras, com níveas manhãs e o lume de horas tantas ?

Talvez esteja dentro de nós o clarão, a claridade, a clarividência - faróis que nos fazem enxergar a existência como um mundo de dualidades, de que só nos damos conta quando um lado não existe, e nos faz entender que vivemos sempre no oposto, como antípodas, como contrários, divergentes desde o mundo da intimidade.

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Texto enviado pelo autor.

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