Alguns amigos já conhecem essa história, mas resolvi registrar aqui porque é possível que outras pessoas tenham também passado pela decepção que passei.
Tudo começou em 2008 quando transferi minha residência de São Paulo para Itanhaém, litoral sul de São Paulo. Um amigo Flávio Mendonça já morava por lá desde 1996 e eu chegando lá vi que o quintal no fundo da casa era relativamente grande possibilitando o plantio de algumas floreiras e até árvores frutíferas, embora estivesse todo concretado. Fiz isso, plantei algumas flores, carambola, laranja e quis plantar um pé de jabuticaba. Convidei o amigo Flávio Mendonça e saímos atrás de uma muda de jabuticaba. No Balneário de Gaivotas entramos numa floricultura e achamos o pé de jabuticaba. Foi-nos informado de que se tratava de jabuticaba, tiramos dúvidas, conversamos, pagamos e levamos pra casa o objeto desejado.
Escolhemos o local e o amigo Flávio me ajudou a plantar o pé de jabuticaba. Ciente de que deveria regar diariamente, obedeci religiosamente. E aos poucos ela foi crescendo. E os anos também foram passando e quando eu comentava com alguém mais chegado que ela estava demorando dar frutos, ouvia sempre a mesma explicação. É assim mesmo, mas quando começar a frutificar, você vai ver. Apesar de o quintal estar todo concretado, minha neta Nicole plantou numa das floreiras, algumas sementes de melancia. E ela cuidava muito bem daquele pé de melancia. E nós também ajudamos nessa tarefa. E não é que tivemos melancias e tomates em cima daquele concreto?
Enquanto isso eu procurava todos os dias encontrar um fruto de jabuticaba naquele pé tão bem cuidado e nada. Tal como na passagem bíblica, onde "Jacó serviu sete anos como pastor a Labão, mas não servia ao pai, servia a Raquel, que ele amava e pretendia". Também eu me dedicava àquela jabuticabeira, já passava dos sete anos, até que, num certo dia contratei um jardineiro experiente para podar minhas plantas e lhe disse quando o Sr. terminar aqui na frente, lá atrás tem algumas plantas e árvores que precisam ser podadas, mas dê uma atenção especial à minha jabuticabeira e fui com ele até o fundo da casa para não haver dúvidas. Uma vez lá no fundo da casa, ele iniciou a poda e limpeza das plantas.
Em certo momento já próximo à jabuticabeira, ele me chamou Sr. Filemon, sua jabuticabeira é essa daqui? Respondi que sim. Ele, então, olhando para mim, disse: "O Sr. vai morrer sem conseguir colher uma jabuticaba daqui".
Fiquei atordoado e perguntei: estou tão mal assim? Ele percebeu o embaraço e foi logo dizendo não, não é isso. O problema é que essa árvore parece jabuticabeira, mas não é. Nunca foi. É muito comum essa confusão. É uma falsa jabuticabeira e disse o nome da árvore, que não me lembro. Contei a história para o meu amigo Flávio, que sugeriu, vamos arrancar e voltar lá para reclamar. Retruquei mas depois de quase 8 anos não vamos brigar. É possível que o moço da floricultura também tenha sido enganado. E foi assim que fiquei sem o meu pé de jabuticaba.
Um projeto para a construção de uma piscina se encarregou de tirar a árvore de lá. Mas um amigo de São Paulo, o Aparecido Donelli não me deixa esquecer do episódio. De quando em quando ele me manda fotos da jabuticabeira dele carregada de frutos. Acho que ele anda me provocando ou então me convidando para conhecer a jabuticabeira dele.
Tudo começou em 2008 quando transferi minha residência de São Paulo para Itanhaém, litoral sul de São Paulo. Um amigo Flávio Mendonça já morava por lá desde 1996 e eu chegando lá vi que o quintal no fundo da casa era relativamente grande possibilitando o plantio de algumas floreiras e até árvores frutíferas, embora estivesse todo concretado. Fiz isso, plantei algumas flores, carambola, laranja e quis plantar um pé de jabuticaba. Convidei o amigo Flávio Mendonça e saímos atrás de uma muda de jabuticaba. No Balneário de Gaivotas entramos numa floricultura e achamos o pé de jabuticaba. Foi-nos informado de que se tratava de jabuticaba, tiramos dúvidas, conversamos, pagamos e levamos pra casa o objeto desejado.
Escolhemos o local e o amigo Flávio me ajudou a plantar o pé de jabuticaba. Ciente de que deveria regar diariamente, obedeci religiosamente. E aos poucos ela foi crescendo. E os anos também foram passando e quando eu comentava com alguém mais chegado que ela estava demorando dar frutos, ouvia sempre a mesma explicação. É assim mesmo, mas quando começar a frutificar, você vai ver. Apesar de o quintal estar todo concretado, minha neta Nicole plantou numa das floreiras, algumas sementes de melancia. E ela cuidava muito bem daquele pé de melancia. E nós também ajudamos nessa tarefa. E não é que tivemos melancias e tomates em cima daquele concreto?
Enquanto isso eu procurava todos os dias encontrar um fruto de jabuticaba naquele pé tão bem cuidado e nada. Tal como na passagem bíblica, onde "Jacó serviu sete anos como pastor a Labão, mas não servia ao pai, servia a Raquel, que ele amava e pretendia". Também eu me dedicava àquela jabuticabeira, já passava dos sete anos, até que, num certo dia contratei um jardineiro experiente para podar minhas plantas e lhe disse quando o Sr. terminar aqui na frente, lá atrás tem algumas plantas e árvores que precisam ser podadas, mas dê uma atenção especial à minha jabuticabeira e fui com ele até o fundo da casa para não haver dúvidas. Uma vez lá no fundo da casa, ele iniciou a poda e limpeza das plantas.
Em certo momento já próximo à jabuticabeira, ele me chamou Sr. Filemon, sua jabuticabeira é essa daqui? Respondi que sim. Ele, então, olhando para mim, disse: "O Sr. vai morrer sem conseguir colher uma jabuticaba daqui".
Fiquei atordoado e perguntei: estou tão mal assim? Ele percebeu o embaraço e foi logo dizendo não, não é isso. O problema é que essa árvore parece jabuticabeira, mas não é. Nunca foi. É muito comum essa confusão. É uma falsa jabuticabeira e disse o nome da árvore, que não me lembro. Contei a história para o meu amigo Flávio, que sugeriu, vamos arrancar e voltar lá para reclamar. Retruquei mas depois de quase 8 anos não vamos brigar. É possível que o moço da floricultura também tenha sido enganado. E foi assim que fiquei sem o meu pé de jabuticaba.
Um projeto para a construção de uma piscina se encarregou de tirar a árvore de lá. Mas um amigo de São Paulo, o Aparecido Donelli não me deixa esquecer do episódio. De quando em quando ele me manda fotos da jabuticabeira dele carregada de frutos. Acho que ele anda me provocando ou então me convidando para conhecer a jabuticabeira dele.
Fonte:
Filemon Martins. Caminhos do Jordão da Bahia. SP: RG Editores, 2022.
Livro enviado pelo autor.
Filemon Martins. Caminhos do Jordão da Bahia. SP: RG Editores, 2022.
Livro enviado pelo autor.
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