sexta-feira, 29 de julho de 2022

Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa(Mais uma vez Eliza [em recaída])


Verão a pino e o calor estava insuportável e eu decidi pegar a velha bicicleta e sair para tomar um pouco de ar, decidi tomar a tranquila alameda ao fim da alameda. Inconscientemente mudei de rumo e enfrentei a agitada avenida, a três quarteirões além, um pouco mais adiante, estava o prédio onde Bruno, um amor antigo, morava com a família. Parei, e da rua pude vê-lo bem, ainda estava jovem, estava feliz brincando com os filhos pequenos, no parquinho do condomínio fechado. Curiosa que estava eu queria saber mais, e sem que ele notasse, passava sempre ao final da tarde para espiá-lo, ele ainda chamava minha atenção.

Lembrei da época quando estudávamos juntos em um rígido colégio particular. Havia seção para meninos e a seção para meninas, a gente só se encontrava no recreio para brincar juntos, sobre olhares atentos de inspetores. Crescemos separados, mas um pouco mais crescidos em baile ou festa, sempre nos encontrávamos e trocamos olhares e breves palavras. Então na festa de formatura entre sorrisos e abraços, entre as comemorações da realização pessoal e familiar. Onde os olhares rigorosos, deram descansos para todas e todos, em um rompante amávamos noite a fora em um ato de rebeldia!

Mas, a vida dá voltas, nos separamos e cada um seguiu seu próprio caminho. Hoje, vendo-o novamente, meu coração disparou, voltei novamente ao passado remoto. Passado distante em tempo e espaço, no qual nunca foi bom para mim, cheio de mentiras, meias verdades, traições e de tudo que poderia ter sido e não foi, tudo mexeu com nosso lado psicológico.

— Elizabety, sou eu o Bruno, entre vamos beber algo. — De repente escuto a voz dele me chamando para o tempo presente, para a realidade dura e cruel! Ele notou a minha presença por fim.

— Como estás Bruno?! — Eu estava constrangida, pois não sabia quando Bruno tinha sentido a minha presença. Ele se aproximou do portão do prédio, parecia que tinha esquecido por completo a prole atrás dele. E os filhos nem se deram conta que o pai deles estava conversando com uma completa estranha parada no meio da rua.

— Estou bem! Sinto muito a tua falta. — Como senti a tua falta!? Pensei calada, sempre viveu de mentiras, sua vida era uma farsa! — Não, não, e não preciso ir embora. — Corri, nunca mais voltei a passar no prédio de Bruno e nunca mais o encontrei.

Recomecei a minha vida, longe daquele homem fraco, que vivia me enganado com juras falsas de amor eviterno, foi apenas uma recaída e nada mais. Não voltei para olhar para trás!

Para recomeçar é necessário evoluir, é preciso ter amor próprio para dar a largada. Que haja em nossos corações vontade de recomeçar, não apenas vontade, mas também muita coragem! Quanta a Bruno!? Já não sentia mais nada por ele....! Apenas uma certa curiosidade.

Fonte:
Texto enviado por Samuel da Costa

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