(Filme: Sempre Ao Seu Lado, 1987)
AMOR PARA SEMPRE
Eu tive muitos cães em minha vida.
Quase todos das ruas retirados.
Em minha casa foram sempre amados
e deles tive a paga merecida,
em forma de ternura oferecida,
com abanos de rabo e outros agrados.
Ao lado destes seres estremados,
a vida pode ser melhor vivida.
Não conheço maior felicidade
que desfrutar do amor e da amizade
de um cão que sabe amar integralmente.
Porque amar para sempre é uma expressão
que só quem foi amado por um cão
consegue compreender perfeitamente.
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Elvira Drummond
(Dialogando com o filme “A noviça Rebelde”, 1965).
VIDA HARMONIOSA…
Quem toca ou canta a escala musical,
prevê melodiar a própria vida…
Ao preparar um simples recital,
retira d’alma a fibra colorida.
A comunhão de vozes num coral,
fraternalmente, tece e consolida
a trama de caráter divinal,
dispondo os elementos na medida.
Família que cultiva, a cada dia,
acordes qual acordos de doçura,
na vida e na canção traz harmonia…
Vestir de encanto a voz da partitura
promove um tal efeito de magia,
que sinto o Criador na criatura…
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Fernando Antônio Belino
(Filme: Dio, come ti amo!, 1966)
DIO, COME TI AMO
"Não tenho idade para amar-te agora,
mas, se quiseres esperar, um dia,
terás, em plenitude, essa alegria,
quando surgir do nosso amor a aurora."
"De amar desencontrado, a gente chora!"
"Meu Deus, como te amo! Que agonia!"
Quem vai deter a nuvem fugidia
Ou impedir o rio de ir embora?"
Dois jovens, para o amor, predestinados!
Inúteis velhos medos e cuidados,
Ninguém o seu destino irá mudar."
Da Espanha para o mar napolitano,
O amor desfez as sombras de um engano.
E, enfim, puderam plenamente amar!
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Gilliard Santos
(Filme: O Show de Truman - O show da vida, 1998)
O SHOW DE TRUMAN (E DE TODOS NÓS)
Vivemos em suposta liberdade,
Mas sinto que algo não está completo...
Em pensamentos permaneço inquieto
E eis que uma ideia fixa então me invade.
Eu sigo caminhando na cidade
E assisto vir do céu algum objeto
Que faz tremer a base de concreto
Das colunatas da realidade.
Reflito, sento ali por um minuto;
Duvido do que vejo, do que escuto
E fico sem saber até quem sou.
Pego um refrigerante, que abro e bebo
No instante singular em que percebo
Que estamos todos nós num grande show.
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Jerson Brito
(Filme: Homens de Honra, 2000)
HONRA PARA SONHAR
O sonho, mesmo estando lacerado
no dente sanguinário do opressor,
resiste quando serve ao destemor
do coração que escuta um rouco brado.
Perante a rispidez, no desagrado,
a força colossal do sonhador
supera a queda imposta enquanto for
senhora do caminho planejado.
Alento, a pertinácia capacita
e torna refulgente a história escrita,
capaz de desfazer qualquer barreira.
Na direção do anelo, todo passo
merece festa e o choro, mais escasso,
ressurge na vitória derradeira.
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José Rodrigues Filho
(Filme: Um homem chamado cavalo, 1970)
ANTES, E HOJE
Encantam-me as paisagens naturais
De tempos que ficaram no passado...
Cismando, ainda, quedo extasiado
Revendo bucolismos ancestrais.
A flora foi ceifada por demais...
Refúgio para a fauna: cancelado!
O homem destrói o seu maior legado:
A natureza e, até, os seus iguais.
A raça humana tem por tradição
Fazer a guerra e a firme decisão
De abrir fronteiras para evoluir...
Essa estratégia segue rumo incerto,
Pois o planeta à beira do deserto
Reclama soluções para existir.
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Lucília Alzira Trindade Decarli
(Filme: Nos vemos em Vênus, 2023)
IMPORTA VIVER
Dos filhos, o anteparo e, até, o suporte,
missão dos pais em parte da jornada.
Se os desafios forem de alto porte,
intentam suavizar-lhes tal largada…
Mas, de repente, ronda pela estrada,
assaz perigo… A vida exposta à sorte!…
Suposta culpa em mente conturbada:
– aquele jovem viu, de perto, a morte.
Se um anjo bom soprar-lhe ao pé do ouvido,
declinará da ideia negativa
e, ao existir, dará cabal sentido.
Na doação, a incrível descoberta…
Sair de si e, em nova alternativa:
– “Fazer alguém feliz!” – a escolha certa.
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Ricardo Camacho
(Filme: Um Ato de Coragem, 2002)
ATO DE CORAGEM
Fitava o céu ao fim da madrugada,
Enquanto o véu da imensidão trevosa
Trazia, em sua cauda luminosa,
O dia pelos raios da alvorada...
Mas sem prever seu filho na cilada,
Numa manhã sombria e angustiosa,
Diante da surpresa dolorosa,
O pai levou as mãos à face untada.
O desespero na infeliz ventura,
Para salvar a ingênua criatura,
Fê-lo esquecer a sua própria imagem...
E num impulso de feroz loucura,
Ia doar o coração e a cura,
Mas Deus honrou seu Ato de Coragem!
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Fonte> Academia Brasileira de Sonertistas Clássicos
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