FINISTERRE
Cabo Finisterre (Cabo Fisterra na língua galega): Península no oeste da Galícia, Espanha. Cidade distante 80 km de Santiago de Compostela, a noroeste da Península Ibérica, na Espanha.
Ambiente:
Casa do Padrinho, numa ilha em Finisterre, no litoral da Espanha, terra dos antepassados da autora. Os fatos passam-se durante uma visita ao Padrinho já idoso.
Foco narrativo:
Primeira Pessoa.
Personagens:
Padrinho: Padrinho de batismo da autora.
Afilhada: A própria autora, Nélida Piñon.
Maruxa: Parente? Empregada da casa da avó?
Avó
Irmã do Padrinho
Amigos do Padrinho
É um texto emotivo de encontros e despedidas. O padrinho de 70 anos, morador da ilha, que é visitado pela sobrinha. O conto é um passeio pela gastronomia galega.
A protagonista da narrativa cruza o Atlântico para encontrar o padrinho de 60 anos, que vive em uma ilha galega. Tal mudança de espaços transborda significados. Por um lado, a viagem acena para a personagem com gestos confortadores, ao representar uma imersão em um núcleo originário:
“Olhei-o firme, fique tranquilo, padrinho, hei de salvar-me à custa dos próprios escombros. Por isso vim à ilha, recolher força e origem, terei então vida por tempo ilimitado”.
Por outro lado, o deslocamento assusta com ameaças de desintegração:
“Cabia-lhe, pois, cuidar que eu levasse de volta ao Brasil os mesmos olhos com que chegara. Sem perder a nacionalidade, este cravo espetado no coração. Padrinho, sou uma brasileira aflita com as trilhas do mundo. Assim, até um centolho ameaça o meu futuro, força-me à vigília, ensina-me a honra e a incerteza ao mesmo tempo.”
É a novidade da experiência representada pela mudança de espaço que lhe atravessa o corpo como uma adaga, sacudindo-lhe a identidade que, ameaçada, tenta se recompor novamente.
Não há dúvida – a identidade do ser se molda no contato com os espaços que ele habita e percorre. Mas, na escrita pessoal de Nélida Piñon, a conquista discursiva do espaço, além de se integrar na apresentação identitária da protagonista, vai além, assumindo uma simbologia marcante, essencial para a apresentação de si mesma que a escritora constrói, como as análises que se seguem pretendem mostrar.
Ambos são galegos, raça forte e emotiva. O almoço e o passeio são cheios de imagens de carinho e ternura do padrinho. Enfim a narradora se despede como quem nunca mais vai voltar a ver as pessoas queridas que deixa na ilha.
O título do texto Finisterre tem a ver com a lenda local que diz ser ali o lugar onde o "o Homem ia se confrontar com o Fim, com o seu fim, com a Morte”.
O texto coloca como personagem principal o padrinho, um velho que se aproxima da morte. Entre os povos ibéricos é profunda a relação entre padrinho e afilhado,visto que os padrinhos dos filhos são escolhidos cuidadosamente entre os amigos e parentes com os quais se tenham fortes laços afetivos.
Fontes:
– Cecília de Macedo Garcez. Cartografias Identitárias na Escrita Pessoal de Nélida Piñon. Niterói: UFF, 2013. Tese de doutorado.
– Profa. Sônia Targa. in OBRAS DA UEM- 2012-2013
Cabo Finisterre (Cabo Fisterra na língua galega): Península no oeste da Galícia, Espanha. Cidade distante 80 km de Santiago de Compostela, a noroeste da Península Ibérica, na Espanha.
Ambiente:
Casa do Padrinho, numa ilha em Finisterre, no litoral da Espanha, terra dos antepassados da autora. Os fatos passam-se durante uma visita ao Padrinho já idoso.
Foco narrativo:
Primeira Pessoa.
Personagens:
Padrinho: Padrinho de batismo da autora.
Afilhada: A própria autora, Nélida Piñon.
Maruxa: Parente? Empregada da casa da avó?
Avó
Irmã do Padrinho
Amigos do Padrinho
É um texto emotivo de encontros e despedidas. O padrinho de 70 anos, morador da ilha, que é visitado pela sobrinha. O conto é um passeio pela gastronomia galega.
A protagonista da narrativa cruza o Atlântico para encontrar o padrinho de 60 anos, que vive em uma ilha galega. Tal mudança de espaços transborda significados. Por um lado, a viagem acena para a personagem com gestos confortadores, ao representar uma imersão em um núcleo originário:
“Olhei-o firme, fique tranquilo, padrinho, hei de salvar-me à custa dos próprios escombros. Por isso vim à ilha, recolher força e origem, terei então vida por tempo ilimitado”.
Por outro lado, o deslocamento assusta com ameaças de desintegração:
“Cabia-lhe, pois, cuidar que eu levasse de volta ao Brasil os mesmos olhos com que chegara. Sem perder a nacionalidade, este cravo espetado no coração. Padrinho, sou uma brasileira aflita com as trilhas do mundo. Assim, até um centolho ameaça o meu futuro, força-me à vigília, ensina-me a honra e a incerteza ao mesmo tempo.”
É a novidade da experiência representada pela mudança de espaço que lhe atravessa o corpo como uma adaga, sacudindo-lhe a identidade que, ameaçada, tenta se recompor novamente.
Não há dúvida – a identidade do ser se molda no contato com os espaços que ele habita e percorre. Mas, na escrita pessoal de Nélida Piñon, a conquista discursiva do espaço, além de se integrar na apresentação identitária da protagonista, vai além, assumindo uma simbologia marcante, essencial para a apresentação de si mesma que a escritora constrói, como as análises que se seguem pretendem mostrar.
Ambos são galegos, raça forte e emotiva. O almoço e o passeio são cheios de imagens de carinho e ternura do padrinho. Enfim a narradora se despede como quem nunca mais vai voltar a ver as pessoas queridas que deixa na ilha.
O título do texto Finisterre tem a ver com a lenda local que diz ser ali o lugar onde o "o Homem ia se confrontar com o Fim, com o seu fim, com a Morte”.
O texto coloca como personagem principal o padrinho, um velho que se aproxima da morte. Entre os povos ibéricos é profunda a relação entre padrinho e afilhado,visto que os padrinhos dos filhos são escolhidos cuidadosamente entre os amigos e parentes com os quais se tenham fortes laços afetivos.
Fontes:
– Cecília de Macedo Garcez. Cartografias Identitárias na Escrita Pessoal de Nélida Piñon. Niterói: UFF, 2013. Tese de doutorado.
– Profa. Sônia Targa. in OBRAS DA UEM- 2012-2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário