ALTAS MONTANHAS
Pelas montanhas andam meus olhos,
Seguindo o vento que nuvens varria
E a neve esparsa que ainda persistia,
Cobrindo cumes, livres de abrolhos.
Das altitudes vi o Mundo a meus pés,
Tão belo e frágil aos olhos meus,
Como será visto aos olhos de Deus?...
Talvez reduzido a mar e suas marés.
Ou uma linda bola dum azul terso,
Para enfeitar o altar do Universo,
Que queremos destruir, como cristal.
Talvez o Seu jardim verde e florido,
Agora pela poluição destruído,
Oh Deus! Porque fazemos tanto mal?
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A MINHA CASINHA
Era uma casinha
Que toda sorria
Logo pela manhã
Quando o sol se erguia.
Tinha três janelas
Viradas ao monte
Onde murmurava
Uma fresca fonte.
Tinha uma varanda
Virada pra rua
Onde eu sonhava
Ao mirar a lua.
Tinha uma escada
Em pedra talhada
Já muito antiga
E bem desgastada.
E fora de portas
Havia um pilar
Feito de uma pedra
Para eu cavalgar.
Para eu cavalgar
Por mundos além
Junto com os sonhos
Que a criança tem.
Mas esta casinha
Já não é mais minha
Restam as lembranças
Da graça que tinha.
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DONOS DO MUNDO
Dentro de mim coabitam em dualidade
O silêncio explodindo num trovão
Que catapultam a voz da minha razão
Aos vastos campos da irracionalidade!
Que caminho percorre a humanidade
Por este planeta frágil, assaz moribundo
Porque não se chega à consensualidade
De que ninguém é o dono do mundo!?
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OS MEUS VERSOS
Guarda esses versos que te fiz amor,
Para que um dia os possas recordar,
Mas se a saudade der lugar à dor,
Lança-os ao fogo deixa-os queimar.
Se esses versos que arranquei da alma,
Eles não chegarem ao teu coração,
Abre-lhe caminho de flores e palma,
Quem sabe um dia voltará nossa paixão.
Quisera eu fazer deles uma canção,
P’ra que juntos a possamos escutar,
Sem ter por perto a sombra da solidão.
Se esses versos te causarem aversão,
Podes soltá-los nas brumas do mar,
Que o vento oculto, lhe dará a mão.
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TERRAS DE ALÉM-MAR
Tão longe de mim, tão longe,
Que não as posso alcançar,
Mas estou presa à saudade
Das terras de além-mar…
Onde o tempo não corria,
A noite era igual ao dia
E o sol sempre a madrugar.
Se o mar na areia batia,
Era só para se espraiar.
E pelos longos caminhos,
Com o capim a verdejar,
Havia rosas sem espinhos,
Para as poder abraçar.
E à noite quando surgia
A lua no céu a brilhar,
Ouvia-se o som do batuque
Se expandindo pelo ar.
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UM DIA VOLTAREI
Um dia, voltarei ao meu sertão,
Quando o Sol iluminar mais uma vez
O manto verde que envolve sua tez
E avivar os matizes do rubro chão.
Para sorver o orvalho de cada flor
Doce néctar saciando a minha sede
Sentir o frescor do cajueiro verde
Quando intensificar mais o calor.
Então espalharei o meu cansaço,
Pela solidão do tempo e espaço,
E no meio a essa magia envolvida
No revoar duma ave de rapina
Que por mim adeja em surdina.
Sentirei que de novo voltei à vida.
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Maria da Conceição Pinto Tomé, cujo nome literário é: Conceição Tomé e São Tomé o seu pseudônimo, nasceu em S. Mamede Ribatua, Concelho de Alijó (Trás-os-Montes), à beira dos rios Douro e Tua. Depois de ter vivido por longos anos em Angola e Brasil, reside atualmente em Amora – Seixal. Casada com o poeta e escritor Pinhal Dias. Escreve versos desde 1958, colaborando em vários Jornais e Antologias Poéticas, com adesão ao Recanto das Letras; Associação Portuguesa de Poetas; Poetas Del Mundo e AVSPE – Brasil; Horizontes da Poesia. Participou nas VI; VII e VIII Antologias Poéticas do Mensageiro da Poesia, 2ª Antologia de Contos Cardeais da Editora Mosaico de Palavras. Tem vários trabalhos publicados em Jornais e Revistas.
Foi Diretora do Mensageiro da Poesia. Vice-Presidente e Fundadora de “Os Confrades da Poesia”; também Diretora-adjunta do Boletim. Tem 2 CD's Gravados/Declamados.
Livros digitais: A Verdura do Meu Olhar; A Verdura do Meu Sentir; Uma prosa de vida; Entre o Verde e o Mar...
Livro Artesanal: "Meus Escritos”
Sites: http://conceicaotome.blogs.sapo.pt e
Foi Diretora do Mensageiro da Poesia. Vice-Presidente e Fundadora de “Os Confrades da Poesia”; também Diretora-adjunta do Boletim. Tem 2 CD's Gravados/Declamados.
Livros digitais: A Verdura do Meu Olhar; A Verdura do Meu Sentir; Uma prosa de vida; Entre o Verde e o Mar...
Livro Artesanal: "Meus Escritos”
Sites: http://conceicaotome.blogs.sapo.pt e
http://www.confradesdapoesia.pt
Fontes:
- Os Confrades da Poesia Boletim Nr 57 | Julho/Agosto 2013, p. 20.
- http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/ConceicaoTome.htm
- http://conceicaotome.blogs.sapo.pt
Fontes:
- Os Confrades da Poesia Boletim Nr 57 | Julho/Agosto 2013, p. 20.
- http://www.confradesdapoesia.pt/Biografia/ConceicaoTome.htm
- http://conceicaotome.blogs.sapo.pt
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