sábado, 21 de agosto de 2021

Solange Colombara (Cristais Poéticos)

BEIJOS AO LUAR


Sorrisos tímidos, encantados,
Estrelas refletem nosso olhar.
Momento tão íntimo, desejado,
Mãos dadas, deitados na areia, a lua e o mar.

As palavras são desnecessárias;
Nossos corpos traduzem nosso amor.
Nossas almas estão eternizadas,
Naquela praia nos amamos, sem pudor.

O que houve a seguir, foi envolvente.
Felizes, apenas nos entreolhamos...
Sua boca na minha, novamente.

Quando seus lábios os meus encontrar
Uma leve brisa, o céu soprará...
Embalando nossos beijos ao luar.
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MINHA VERDADE

Tentaram frustrar a minha essência.
Fui contra, debati, não permiti.
Tentaram sugar minha pureza.
Com toda minha força, resisti.

Passado e presente não me ferem.
Algumas lacunas estão em branco.
Meus medos me impulsionam e impedem
Que eu me veja transtornada, em pranto.

Sozinha nessa busca, me empenhei.
Tentaram roubar todos os meus sonhos.
Na indelével certeza, os realizei.

No árduo caminho do amor sou aprendiz,
Meus silêncios gritam contestando.
Minha perfeita imperfeição, assim diz.
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NOSSA MÚSICA

Sozinha na mesa, sinto a brisa
Suave, tocando no meu cabelo.
O par na pista, dança e desliza
Cuidando um do outro, com muito zelo.

Champanhe, minha única companhia,
Permite que, por alguns instantes,
Ali reviva tanta nostalgia...
Momentos nossos, eletrizantes.

Aos poucos, a vida normaliza,
Vai voltando à velha e boa rotina.
Ficar só, triste essa minha sina.

A música acaba, o casal se foi.
Me resta pelas ruas cantarolar...
The way you look tonight.
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MELANCÓLICO

De nada adianta a lua silenciosa
Iluminando o mar tão graciosa.
De que adianta o céu lindo, radiante,
Cintilando estrelinhas brilhantes.

De que adianta tamanha alegria
Se em meu coração só há nostalgia.
De que adianta pássaros cantando
Sem nós dois felizes, nos amando.

Não adianta viver intensamente
Se o agora já não faz mais sentido.
Perdi o rumo do tempo vivido.

De que adianta o mundo girar, girar,
Se você não está no meu universo.
Sem você, o mundo se fez ao inverso.
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UM AMOR IMPOSSÍVEL

E devagar você foi chegando...
No meu coração se aconchegando.
Os meus dias frios tornaram-se verão,
De tanto carinho, houve a explosão.

Que vício delicioso é sua boca.
Nossos corpos colados sem roupa.
Nunca imaginei sentir algo assim,
Maravilhoso do começo ao fim.

Fomos felizes ao estarmos juntos.
Ríamos como dois adolescentes,
Nos olhávamos profundamente.

Era meu refúgio, meu bem querer.
Sem você, tudo perdeu o sentido.
Sem você, não conseguirei viver.


Fonte:
Solange Colombara. Meus momentos de hiato. SP: Areia Dourada, 2019.
Livro enviado pela poetisa.

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