sábado, 7 de agosto de 2021

Jaqueline Machado (Pai herói)

Ser pai é ser exemplo. Não de perfeição, mas de amor e de coragem.

Se eu pudesse dividir um presente com a humanidade... Bem, seriam, na verdade, alguns dos quais Deus me presenteou. Mas hoje, eu escolheria dividir meu pai.

Se eu teria ciúmes? Não. Eu não teria. Pois acredito que todas as pessoas precisam de um pai como o meu. Não quero com isso fazer pouco caso de milhares de outros pais, que também são maravilhosos. Acontece, gente, que o meu pai, Sr. Roberto Teixeira, o "famoso" personagem da minha historinha infantil - Betão: o Super Herói.

Obra especialmente criada em homenagem a ele, o cara mais trabalhador e honesto que conheci na vida. É, de fato, especial demais. Betão, como é conhecido por muitos, ou Teixeirinha, como é chamado por outros, já passou por diversas dificuldades. Inclusive pelo preconceito de ser honesto. É isso mesmo, por vezes, as pessoas que não conseguem se dar bem na vida às custas de oportunidades ilícitas, são rotuladas como "bobas", "fracas"...

E isso me faz lembrar aquela célebre frase de Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as maldades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”

Acho que esse famoso trecho de uma longa fala de Rui Barbosa é o que mais se encaixa ao perfil do meu querido pai. Como construtor, já fez a casa de muita gente, tanto aqui em Cachoeira do Sul quanto em outras cidades. E pode ter coisa mais bonita do que construir moradia, abrigo, onde famílias se formam e se aconchegam?

Cresci vendo meu velho pai sair de casa para trabalhar, antes do dia raiar. Sofrer diversos acidentes em seus múltiplos trabalhos: perfurar a mão, cair do telhado, levantar e seguir trabalhando como se fosse um homem de ferro, inquebrável!

Em tempos mais difíceis, até saía sem tomar café da manhã, mas por seus filhos, ele batalhava, pois não podia deixar seus pequenos irem para a cama sem alimentação. Apesar das dificuldades todas, sempre foi uma pessoa acessível, amigável. E o mais incrível de tudo, nunca deixou de estender a mão a quem precisa, especialmente para aqueles que tanto lhe acusavam de fraqueza. E, mesmo agora, já velho, ele continua assim: forte e ao mesmo tempo doce, sem amarguras. Ainda não recebeu da vida nem a metade do que é de seu merecimento. Mas sei que ainda há tempo.

Pai, eu não tenho a metade de suas virtudes, mas essa minha tão mencionada sensibilidade, eu herdei do senhor... Obrigada por tudo.

TE AMO! Um feliz mês dos papais!!!


Fonte:
Texto enviado pela autora.

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