domingo, 10 de julho de 2011

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 269)


Uma Trova Nacional

Se a liberdade gozamos,
em nosso amor sem dilemas,
é que os anéis que trocamos
não foram jamais algemas!
-HERMOCLYDES S. FRANCO/RJ-

Uma Trova Potiguar

Ouvi o mar soluçando
antes da tarde morrer,
e a vela branca enxugando
o pranto do entardecer...
–JONAS RAMOS/RN–

Uma Trova Premiada

2010 - Curitiba/PR
Tema: MADRUGADA - Venc.

Pelas noites desoladas,
minha saudade, sem sono,
vai contando, em madrugadas,
os meus dias de abandono...
–MARINA BRUNA/SP–

Uma Trova de Ademar

O mar, sem ter embaraços,
em noites de lua cheia,
carrega a praia nos braços
para deitá-la na areia...
–ADEMAR MACEDO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram

Hoje, a infância me recorda
esse velho amigo meu:
um palhacinho de corda
tão sem corda quanto eu!...
–ELTON CARVALHO/RJ–

Simplesmente Poesia

MOTE:
Os meus sonhos de poeta
Já foram realizados.

GLOSA:
Nunca fui um bom esteta,
Mas fiz da forma uma lei
E na trova não frustrei
Os meus sonhos de poeta;
O que falta, Deus completa
Pra redimir os pecados
Dos versos desengonçados
Que discrepam dos demais,
Por isso meus ideais
Já foram realizados.
–JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN–

Estrofe do Dia

Repentista, poeta e cantador,
teu cantar livremente se levanta;
é teu grito holocausto da garganta
como quem quer matar a própria dor.
Há um toque de sonho e de amor
e um namoro de musa passageira,
teu cantar rasga o peito a vida inteira
na tangente da lira nordestina;
e tua voz tem o som de concertina
musicando a poesia brasileira.
–OLIVEIRA DE PANELAS/PE–

Soneto do Dia

–RAIMUNDO CORREIA/MA–
As Pombas...

Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...

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