Uma Trova Nacional
Essa ternura que exalas,
e os meus receios acalma,
faz um voo sem escalas
da tua pele... à minh’alma!
–SÉRGIO FERREIRA DA SILVA/SP–
Uma Trova Potiguar
Deixei de ser um galã
em telas grandes, pequenas
e transformei-me em seu fã
no “palco” de nossas cenas.
–TARCÍSIO FERNANDES/RN–
Uma Trova Premiada
2008 - Nova Friburgo/RJ
Tema: ESCOLHA - M/H
Esta saudade tão rude
que faz minha alma deserta
vem desde o tempo em que eu pude
mas não fiz a escolha certa!
–PEDRO MELLO/SP–
Uma Trova de Ademar
O racismo nos redime
deste contraste obsoleto,
o “ser branco” é tão sublime
como sublime é “ser preto”!
–ADEMAR MACEDO/RN–
...E Suas Trovas Ficaram
Salve a princesa Isabel,
mulher de grande valor.
Bonito foi seu papel,
tirando o negro da dor.
–AUROLINA DE CASTRO/AM–
Simplesmente Poesia
–HÉLIO CRISANTO/RN–
Galope Praieiro
A tarde morria pouco ensolarada,
A brisa soprava menstruando a noite,
Um corvo passava procurando acoite
Em umas palmeiras quase desfolhadas
Um ébrio, em monólogo, parindo risadas.
Como se alguém estivesse a escutar
E eu abismado, de longe a olhar
O mar bocejando espumas tão frias
E a hóstia do sol tecendo elegias
Ao dia que parte pra não mais voltar
Estrofe do Dia
Do buraco as formigas vem pra fora
Os besouros, terreiro nenhum cabe.
Quando o céu engravida a nuvem sabe
Que vai da luz de chuva a qualquer hora;
Um lençol de neblina envolve a flora
Mexe a gruta um pirão de areia e lama,
A montanha esfumaça sem ter chama,
Dá até pra pensar que a terra fuma;
O nordeste se enfeita e se perfuma
Quando o pranto da nuvem se derrama.
–NONATO COSTA/CE–
Soneto do Dia
–JOSÉ ANTONIO JACOB/MG–
Revelação
Nada sabeis de mim e sabeis nada
Porque venho regresso de outra lida.
Nada me perguntastes na chegada
E nada vos direi na despedida.
Se eu cheguei de uma alegre caminhada
- Ou se deixei tristeza na partida -
Pode ser que ao final dessa jornada
Nada ainda sabereis da minha vida.
Não entendeis do céu que nos assiste?
Trago nos olhos grandes o olhar triste,
Tais quais olhos da noite arregalados.
Espiai essas estrelas tão banais:
Tantos mundos distantes revelados,
Mas que aos olhos dos homens são iguais!
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