Augusto Meyer, poeta e ensaísta, nasceu em Porto Alegre, RS, em 24 de janeiro de 1902 e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 10 de julho de 1970.
Era filho de Augusto Ricardo Meyer e de Rosa Meyer, imigrantes alemães. Fez os estudos na cidade natal, mas deixou os cursos regulares para estudar línguas e literatura, dedicando-se a escrever. Colaborou com poemas e ensaios críticos em diversos jornais do Rio Grande do Sul, especialmente Diário de Notícias e Correio do Povo.
Estreou na literatura em 1920, com o livro de poesias intitulado A ilusão querida, e foi com os livros Coração verde, Giraluz e Poemas de Bilu que conquistou renome nacional. Esses livros e outras obras posteriores foram depois reunidos em Poesias (1957). Pseudônimo: Guido Leal.
Em 1926 fundou com Teodomiro Tostes, Azevedo Cavalcante, João Santana e Miranda Neto a revista Madrugada. Foi diretor da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul, de 1930 a 1936.
Transferiu-se para o Rio e com o grupo de intelectuais gaúchos trazido por Getúlio Vargas organizou o Instituto Nacional do Livro, em 1937, tendo sido seu diretor por cerca de trinta anos.
Detentor do Prêmio Filipe de Oliveira (memórias) em 1947 e do Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, em 1950, pelo conjunto da obra literária.
Dirigiu a cadeira de Estudos Brasileiros na Universidade de Hamburgo, Alemanha, e foi adido cultural do Brasil na Espanha.
Augusto Meyer é parte do modernismo gaúcho, introduzindo uma feição regionalista na poesia. Há também em seus versos uma linha lírica, quando evoca a infância, num misto de memória e autobiografia. Completa com Raul Bopp e Mário Quintana a trindade modernista do Rio Grande do Sul.
Como ensaísta, deixou estudo sobre Machado de Assis, um dos trabalhos exegéticos mais importantes sobre o escritor maior das letras brasileiras, que tanto admirava. Sua obra de crítico abrange uma vasta gama de interpretações, de autores nacionais e estrangeiros, que divulgou no Brasil.
A literatura e o folclore do Rio Grande do Sul também foram estudados em obras fundamentais. Cultivou uma espécie de memorialismo lírico em Segredos da infância e No tempo da flor. Com recursos de poeta e de pintor, o memorialista impõe, presença de fantasmas familiares, e daí passa aos da sua roda, aos da cidade, aos do mundo.
Sexto ocupante da Cadeira 13, da Academia Brasileira de Letras, eleito em 12 de maio de 1960.
Bibliografia
Poesia: A ilusão querida (1923); Coração verde (1926); Giraluz (1928); Duas orações (1928); Poemas de Bilu (1929); Sorriso interior (1930); Literatura & poesia, poema em prosa (1931); Poesias 1922-1955 (1957); Antologia poética (1966).
Crítica e Ensaio: Machado de Assis (1935); Prosa dos pagos (1943); À sombra da estante (1947); Le Bateau ivre. Análise e interpretação (1955); Preto & Branco (1956); Gaúcho, história de uma palavra (1957); Camões, o bruxo e outros estudos (1958); A chave e a máscara (1964); A forma secreta (1965).
Memórias: Segredos da infância (1949); No tempo da flor (1966).
Folclore: Guia do folclore gaúcho (1951); Cancioneiro gaúcho (1952). Seleta em prosa e verso (1973).
A Academia Brasileira de Letras publicou em 2002 uma antologia de Augusto Meyer - Os Pêssegos verdes - com introdução e organização de Tânia Franco Carvalhal.
Fonte:
Academia Brasileira de Letras
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