quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 391)


Uma Trova Nacional

Como dizia vovó,
com sabedoria exata:
saudade, meu neto, é um nó
que a gente nunca desata!
–AGNELO CAMPOS/SP–

Uma Trova Potiguar

Sempre sozinha, aos farrapos,
mas de rosário na mão.
A fé tecida entre os trapos
remendava a solidão!
–PROF. GARCIA/RN–

Uma Trova Premiada

2011 - ATRN-Natal/RN
Tema: VERTENTE - 2º Lugar

Nas ilusões eu me orgulho
de vencer tempos tristonhos,
pois, destemido, mergulho
numa vertente de sonhos...
–EDMAR JAPIASSÚ MAIA/RJ–

Uma Trova de Ademar

Hoje eu culpo a mocidade
que ao encher-me de alegrias
deu-me um cofre de saudade
e um milhão de fantasias!...
–ADEMAR MACEDO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram

Tu partes com tal frequência
que, embora em meio às promessas,
persiste um sabor de ausência
toda vez que tu regressas.
–ALCY RIBEIRO S. MAIOR/RJ–

Simplesmente Poesia

Saga
–HÉLVERTON BAIANO/GO–

Os marços de minha vida
me chegam tão de repente
parece até que não vivo
vou passando simplesmente.

Parece até que eu morro
um centímetro por dia
querendo saber da cova
que fundura tem por guia.

E assim passo passando
parte do que passaria
quisera que só passasse
0 que fica em agonia.

Agora recomeçasse
sem sofrer, sem mal, sem dor
passasse o caos e a crueldade
e só ficasse o amor.

Estrofe do Dia

Quero ser eu de verdade;
quero um não sem lero-lero;
quero ter tudo que eu quero;
quero usar minha vontade.
Quero minha liberdade;
quero dar mais confiança;
quero ser a esperança;
quero ser bem educado;
quero amar e ser amado;
quero, apenas, ser criança.
–TARCÍSIO FERNANDES/RN–

Soneto do Dia

O Sinal
–JOSÉ OUVERNEY/SP–

Absorto, incompreendido em seu dilema,
a questionar o próprio potencial,
ele costura nova estrofe ao tema,
lendo-a em voz alta, ríspido e formal;

carente de um melhor estratagema
que faça a inspiração dar-lhe um sinal,
navega horas a fio no poema,
à procura do enfoque original;

gosta, desgosta... Tira e põe remendo...
(Ah, esses poetas que eu jamais entendo!)
Lança outro olhar ao rasurado texto;

por fim, como a extirpar o próprio ser,
cético, arranca a página, a sofrer,
amassa a "obra-prima" e "zás"... no cesto!...

Fonte:
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