CONSTRUÇÃO
Lanhada a pedra,
faço-me fio,
partilho, rasgo
entranha e estranho.
Quebrado o leme,
desoriento,
acolho vento,
maré e abismo.
Cavado o poço,
torno-me água,
mão retorcida,
lisura e barro.
Feito o silêncio,
lasso a palavra -
gume sequioso
de outra navalha.
PAISAGEM URBANA
no farol
estilhaço de vidro
fragmento de prisma
cinabre viscosidade
e um sonho coagulado em nossa retina
INFINITUDE
Ao derredor do tempo
(sorvo de luz e sombra)
o labirinto assoma
Não há porta que se abra
nem sina que nos sustente
O desafio
é a tessitura e o fio
Não há rastro ou memória
na solidão do exílio
Tudo — a um só tempo —
é pressentimento /
origem
tédio / espelho
Secreto e imenso — sempre —
o meu e o teu delírio.
PROSCRITOS
no exílio da manhã
o desamparo
a dois
quando cruzamos
olhares
urbanos desvalidos
forçado o esquecimento
banido o verbo
embora o corpo
estirado
de prazer e fúria
MADRUGADA
quando em silêncio arde o desespero
teu rosto assoma
tua mão acolhe o fogo e me desata
o descompasso
o dia serpenteia na garganta
um poema grita
germinando luz
Fonte:Lanhada a pedra,
faço-me fio,
partilho, rasgo
entranha e estranho.
Quebrado o leme,
desoriento,
acolho vento,
maré e abismo.
Cavado o poço,
torno-me água,
mão retorcida,
lisura e barro.
Feito o silêncio,
lasso a palavra -
gume sequioso
de outra navalha.
PAISAGEM URBANA
no farol
estilhaço de vidro
fragmento de prisma
cinabre viscosidade
e um sonho coagulado em nossa retina
INFINITUDE
Ao derredor do tempo
(sorvo de luz e sombra)
o labirinto assoma
Não há porta que se abra
nem sina que nos sustente
O desafio
é a tessitura e o fio
Não há rastro ou memória
na solidão do exílio
Tudo — a um só tempo —
é pressentimento /
origem
tédio / espelho
Secreto e imenso — sempre —
o meu e o teu delírio.
PROSCRITOS
no exílio da manhã
o desamparo
a dois
quando cruzamos
olhares
urbanos desvalidos
forçado o esquecimento
banido o verbo
embora o corpo
estirado
de prazer e fúria
MADRUGADA
quando em silêncio arde o desespero
teu rosto assoma
tua mão acolhe o fogo e me desata
o descompasso
o dia serpenteia na garganta
um poema grita
germinando luz
Antonio Miranda
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