quarta-feira, 30 de novembro de 2011

José Carlos Dutra do Carmo (Manual de Técnicas de Redação) Parte II


REDAÇÃO ANULADA

A redação poderá ser anulada, ou receber nota zero, se:

Estiver ilegível.

Fugir do assunto.

For escrita a lápis.

For escrita com rasuras e sem título.

For apresentada sob a forma de verso.

Não obedecer ao espaço e ao número de parágrafos determinados.

Não seguir as instruções relativas ao tema escolhido.

Tiver menos ou mais linhas do que a quantidade preestabelecida.

Contiver cópias das idéias do texto de motivação, quando este for dado.

Contiver elemento que identifique o candidato (como letra de forma ou de imprensa, por exemplo).

APOSTO.

Use o aposto — explicação sobre um termo ou expressão da frase — quando, ao mesmo tempo que caracterizar, você pretender explicar a própria atitude da personagem.

Mariana, enfurecida, arremessou o valioso colar no rio.

A Universidade pública deve ser defendida por todos, ricos ou pobres.

O estudo do Romeno, língua neolatina como o Português, pode ser bastante facilitado com o uso de uma gramática comparativa.

ARGUMENTAR.

Não comece a redação com períodos longos. Exponha logo suas idéias.

Não fundamente seus argumentos com fatos que não sejam de domínio público.

Os argumentos do desenvolvimento da redação devem surpreender o leitor. Suas idéias precisam ser saborosas para atrair sua atenção.

Dê sua opinião, argumentando. Não use expressões como eu acho, eu penso, para mim ou quem sabe, pois denotam imprecisão em suas ponderações. É preciso mostrar conhecimento e domínio sobre o tema que está escrevendo.

ARTIGO, PREPOSIÇÃO: A, À, PARA, PARA A.

A (artigo): Fui a Salvador (fui e voltei logo).

PARA (preposição). Fui para Salvador (fui e vou passar alguns dias ou morar lá).

À (craseado): Fui à fazenda (fui e voltei logo).

PARA A (preposição + artigo): Fui para a fazenda (fui e vou passar alguns dias ou morar lá).

ASPAS.

Vêm entre aspas:

Os estrangeirismos (as palavras estrangeiras): “Pizzaria”, “mobylette”, “show”, “vídeo game”. Observação: Matinê, buate e pingue-pongue, no entanto, não vêm entre aspas, por serem estrangeirismos aportuguesados.

Os apelidos: “Zezinho”, “Juca”, “Nice”.

As citações que não sejam de sua autoria:
Oxalá não se me fechem os olhos sem que o queira Deus”. (Rui Barbosa).

“Se viveres com dignidade, não melhorarás o mundo, mas uma coisa é certa, haverá na terra um canalha a menos” (Confúcio).


Observação: As citações, quando não colocadas entre aspas, constituem plágio, o que é errado e desonesto. Plagiar, segundo o dicionário do Aurélio, é “assinar ou apresentar como seu obra artística ou científica de outrem” (de outro autor).

As gírias. Isto é, as palavras usadas em sentido figurado. A festa foi um “barato” (ótima, “legal”). Não “saquei” (entendi) nada. Aliás, evite usar gírias.

ASPECTO VISUAL.

Qualidade da letra, margem, espaços entre as palavras, legibilidade, limpeza, pontuação, facilidade de leitura, parágrafos (espaços), períodos (se não deixou períodos longos).

ASSÍNDETO.

É a ausência de conjunções coordenativas no período composto.

Cheguei, vi, venci.

O barco veio, chegou, atracou, chegamos.

AVALIAÇÃO.

A autocrítica pode ser essencial quando se deseja melhorar o texto.

Avalie o texto. Verifique se as frases soam bem, se não contêm cacófatos ou rimas. Começou bem a redação e terminou-a melhor ainda?

A avaliação de uma redação segue um critério rigoroso, pois está relacionada à norma culta da língua portuguesa. Além da parte específica de gramática, muitas vezes recorre-se à grafologia para verificar-se o perfil psicológico e pendores vocacionais do candidato à função que pleiteia.

BARBARISMO OU ESTRANGEIRISMO.

É a utilização de palavras ou construções estranhas à língua portuguesa. Evite usá-lo.

Estrangeirismo ... Prefira
Show……......……………espetáculo
Jeans …………......……..calça de brim

BATE-PAPO.

Evite a projeção de bate-papo, ou seja, escrever com estilo coloquial numa redação.

A Guerra do Iraque foi duramente criticada, vai daí que os americanos tiveram abalado seu conceito de democracia.

A expressão “vai daí que” é da fala coloquial, devendo ser substituída por uma construção mais adequada:

A Guerra do Iraque foi duramente criticada e, em função de sua postura, os americanos tiveram abalado seu conceito de democracia.

Ele repetia tudo o que dizia, que nem um papagaio de madame.

A palavra adequada é como; “que nem” desmerece o texto em que está inserido, a não ser que represente a fala popular da personagem.

BILHETE.

É uma forma de comunicação da língua escrita, bastante simples e breve.

BOM SENSO.

Evite construções complexas. Leia o texto várias vezes para ter certeza de que ficou claro e preciso.

Fonte:
http://www.sitenotadez.net

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