sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Carolina Ramos (Livro de Poesias "Destino")


texto por José Feldman

Temos o destino que merecemos.
O nosso destino está de acordo com os nossos méritos.
(Albert Einstein)

Destino é o livro de poesias da “primeira dama da trova” de Santos/SP, Carolina Ramos. Além de suas magníficas trovas, seus contos que vim a conhecer em seu livro “Interlúdio”, esta guerreira nos encanta com suas poesias.

Destino é o que buscamos, cada qual a seu modo, por seu caminho, e neste livro, Carolina mostra este fado, através da Tentação, do Cântico de Fé, de Esperança, da Voz do Silêncio, da Hipocrisia, do Milagre, da Amizade. Ela nos faz enveredar por um caminho que às vezes parece árduo, mas que ao mesmo tempo nos seduz, fazendo com que desejemos continuar esta caminhada. Ela não só nos delicia com suas palavras, mas faz que vivamos os momentos de emoções, muitas vezes por nós vividos, outras por nossos sonhos, assim como os instantes de nossas desilusões.

Segundo Machado de Assis, “O destino, como os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho”, e é assim nas 227 páginas do livro. Todo momento é um novo momento, cada poesia faz parte de um emaranhado de uma teia, a teia do Destino.

O destino, sobretudo,
numa visão alongada,
é uma incerteza de tudo
ante a certeza do nada!
Eduardo A. O. Toledo (Pouso Alegre/MG)

E Carolina não pára por aí, vai criando uma teia enorme ao escrever sobre o que há a nossa volta ou sobre personagens que povoam nossa mente, como Castro Alves, José de Anchieta, ou mesmo locais como Nova Friburgo, Corumbá, Santos, etc.

Deixa que o ouro do sonho te enriqueça:
– Velho, terás um coração menino!
Vai…que o beijo das Musas tua alma aqueça…
– Poeta, vai… e cumpre o teu Destino!
(Carolina Ramos, in poesia Destino, estrofe final, p.18)

Qual será o destino? Não sabemos! Mas,

Sou tal qual um beduíno,
na vastidão do deserto,
levado pelo destino
para o meu destino incerto!
Francisco Neves de Macedo (Natal/RN)

Somos qual beduíno a percorrer a vastidão das folhas deste livro, que ora é deserto, ora é oásis, e que cada verso, cada palavra seja um momento de reflexão, aquele momento sublime entre a tempestade e a calmaria, e que este momento seja como um fio, um fio tênue e longo que una em suas pontas os desejos e os mistérios do destino, um fio de um lado nós, seres humanos, do outro, Deus.

Saiba que seu destino é traçado pelos seus próprios pensamentos,
e não por alguma força que venha de fora.
O seu pensamento é a planta concebida por um arquiteto
para construir um edifício denominado prosperidade.
Você deve tornar o seu pensamento mais elevado,
mais belo e mais próspero
(Martin Luther King)

Ou, nas palavras de Paulo Bomfim: “O destino deste livro é destinar destinos”.

Divaguemos ao sabor das ondas do Destino.

José Feldman

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