Guido Wilmar Sassi nasceu em Lages, SC, em 1922.
Passou sua infância e juventude em Campos Novos. Em sua convivência com o povo dessas duas cidades, colheu parte do material das histórias que iria escrever mais tarde.
Aos doze anos de idade, já costumava ler tudo quanto lhe caía às mãos: a Bíblia, Cervantes no original espanhol, histórias de fadas, ficção científica (Júlio Verne), romances policiais (Edgar Wallace e Conan Doyle), peças de teatro e dicionários.
Colaborou na imprensa de sua cidade natal. Um conto, que tem como personagem central um pinheiro, marcou sua estréia literária na Revista Globo, de Porto Alegre, em 49. Na década de 50, participou do grupo Sul (editora e grupo de escritores novos), de Florianópolis.
Morou na capital paulista em duas ocasiões. Lá, publicou “São Miguel”, romance vencedor de importante concurso literário. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, em 1963, onde viveu até sua morte e lá publicou outros livros, como “Geração do Deserto”, 1964 e “Os Sete Mistérios da Casa Queimada”, 1989.
Ao lado de Enéas Athanázio (Campos Novos), Tito Carvalho (Orleans) e Edson Ubaldo (Lages), participa de uma geração que representam a região dos campos de Lages e do oeste catarinense, o regionalismo Serrano-Gauchesco. Grupo “Sul” – Revista “Sul” – Círculo de Arte Moderna - Salim Miguel, Eglê Malheiros, Aníbal Nunes Pires, Ody Fraga, Antonio Paladino - Intenções modernistas.
Sassi iniciou nas letras brasileiras o “ciclo do pinheiro”. Seu linguajar, embora explorando nuances locais, não é fundamental de sua obra e não é sobre ele que incide sua preocupação primeira. O pinheiro derrubado de maneira implacável e indiscriminada, e as conseqüências daí decorrentes, constituem-se em temas que se envolvem constantemente nas suas narrativas. A devastação das matas, a extinção da fauna, o desfigurar da paisagem, as serrarias devoradoras de homens e fabricantes de aleijões, tudo se reflete na sua obra de ficção. Nesse contexto, a obra é amarga, refletindo o inconformismo de um escritor sensível aos maléficos passos do homem na trilha da destruição da natureza e dos seres que dela dependem. (Enéas Athanázio).
Em “Amigo Velho”, que lhe proporcionou o Prêmio Arthur Azevedo, do Instituto Nacional do Livro, o tema central é o pinheiro, com todas as implicações sociais e humanas que advêm da presença das grandes serrarias destruidoras de selvas e de criaturas humanas.
O livro “Geração do Deserto” virou filme em 1971, com o título de “A Guerra dos Pelados”. Neste romance, Guido Wilmar Sassi conseguiu fixar com agudeza admirável o que foi a Guerra do Contestado, havida há mais de meio século entre os Estados de Santa Catarina e Paraná. Lá estão os coronéis da pecuária, donos da vida dos homens e da honra das mulheres; a luta dos camponeses, pequenos industriais, peões e trabalhadores, na tentativa de reconquistar seus direitos; as explosivas e violentas revoltas dos fanáticos e jagunços, conduzidos por guias “iluminados”, por heróis místicos e messiânicos, que fizeram da Guerra do Contestado uma réplica sulina de Canudos. Um romance epopéico que retrata corajosamente uma realidade brasileira só então transposta para a ficção com tanto vigor e verdade. E não pense, quem não leu, que se trata de narrativa apenas, um livro de história, simplesmente. O autor conseguiu fazer de um fato histórico, a Guerra do Contestado, um romance dinâmico, cheio de ação, prendendo o leitor do princípio ao fim.
Fontes:
http://www.terceirao2005.kit.net/site/htm/arquivos/acafe.doc
http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/guidoautores.htm
Imagem =http://www1.an.com.br/
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