segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Lausimar Laus (1916 – 1979)


Lausimar Maria Laus nasceu na cidade de Itajaí, SC no dia 16 de abril de 1916. Filha de Pedro Paulo Laus – oficial da marinha mercante condecorado por participar das duas Grandes Guerras Mundiais – e, Maria Stuart Laus – professora do ensino elementar. Foi casada duas vezes, sendo que ficou viúva do oficial do exército Sílvio Conti Filho.

Teve dois filhos: Gualberto e Eli. Em muitos documentos Lausimar Maria Laus é citada pelos nomes Lausimar Laus Gomes e Lausimar Laus Conti. Contudo, adotou o nome artístico de LAUSIMAR LAUS.

Lausimar estudou na Primeira Escola Mista da Barra do Rio e depois se transferiu para o Grupo Escolar Victor Meirelles. Na década de trinta seguiu para Florianópolis onde a cinco de dezembro de 1936 se formou normalista pelo Instituto de Educação. Ato contínuo, Lausimar se transferiu para o Rio de Janeiro, onde iniciou vitoriosa carreira como escritora, educadora e jornalista

No Rio de Janeiro Lausimar trabalhou no Ministério da Educação e Saúde e ingressou no magistério público no ano de 1944. Foi também no Rio de Janeiro que publicou seus primeiros versos no ano de 1942, com o título de CONFIDÊNCIAS.

Em 1948 publicou seu primeiro livro de contos direcionados ao público infantil: HISTÓRIAS DO MUNDO AZUL.

Em 1952 Lausimar ganhou o segundo lugar no concurso da Academia Brasileira de Letras, categoria teses. Como prêmio publicou em 1953 o livro: O ROMANCE REGIONALISTA BRASILEIRO.

Na década de cinquenta intensificou suas atividades no campo da literatura e jornalismo.

Em 1953 publicou BRINCANDO NO OLIMPO e em 1958 publicou o livro de contos FEL DA TERRA. Nesta época colaborou com vários jornais e revistas literárias modernistas, inclusive com o afamado grupo literário de Florianópolis, o GRUPO SUL.

Osvaldo Ferreira de Melo no livro Introdução à História da Literatura Catarinense inclui Lausimar como uma “agregada” aos modernistas do Grupo Sul: “Da geração modernista ou dela próximos, mas sem se terem integrado diretamente aos movimentos de renovação temos:[...] Zedar Perfeito da Silva (história, ficção), Nereu Corrêa (crítica)[...] Lausimar Laus (ficção)”. Junto com Meyer Filho – integrante direto do Grupo Sul, todos estes intelectuais mantiveram ligação histórica com a cidade de Itajaí.

Nas décadas de sessenta e setenta Lausimar Laus promoveu diversas viagens de estudo ao exterior e consolidou sua carreira no magistério superior.

Em 1962 recebeu credencial da revista Manchete para uma série de reportagens na Alemanha e em l965 publicou pela Editora Pongetti (a mesma que publicou diversos livros do poeta Marcos José Konder Reis) o livro sobre observações de viagem e crônicas, intitulado EUROPA SEM COMPLEXOS.

Em 1966 (a exemplo de Silveira Júnior) a convite do governo americano passou três meses em viagem de estudos nos EUA, onde fez observações sobre o sistema educacional daquele país. Em seguida, viajou a estudo para a Espanha e diversos países europeus, publicando uma série de reportagens intitulada NA ROTA DO VASTO MUNDO.

No final da década de setenta chegou a visitar o Japão e muitos outros países asiáticos e europeus. Em 1970 publicou seu primeiro romance, intitulado de TEMPO PERMITIDO, prefaciado por Rachel de Queiroz e editado pelo Instituto Nacional do Livro em parceira com a Editora Americana. Em 1975 publicou pelo Instituto Nacional do Livro e Editora Pallas a sua obra de maior sucesso: O GUARDA-ROUPA ALEMÃO.

Em 1976 recebeu o prêmio Odorico Mendes da Academia Brasileira de letras pela melhor tradução do ano em língua portuguesa para o livro de Alain Robbe-Grillet intitulado PROJETO PARA UMA REVOLUÇÃO EM NOVA YORK

Já no ano seguinte, tendo Afrânio Coutinho como orientador, defendeu dissertação com o título de O MISTÉRIO DO HOMEM NA OBRA DE DRUMMOND, na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (publicado em 1978).

Ainda em 1977 recebe do Jornal de Santa Catarina o Troféu Barriga-Verde por sua contribuição na divulgação da literatura catarinense.

Publicou também o ensaio A PRESENÇA CULTURAL DA ALEMANHA NO BRASIL.

Lausimar contribuiu com a revista Manchete e chegou a ocupar a segunda página da revista O CRUZEIRO com suas crônicas. Publicou em O Globo, Diário de Notícias, Correio da Manhã, Jornal do Commércio, Jornal do Brasil (suplemento do livro), O Estado de Minas Gerais (Suplemento Literário), Correio do Povo (Caderno de Sábado), Revista Presença, O Estado de São Paulo (Suplemento Literário) e Jornal do Povo (hebdomadário itajaiense).

Na área musical teve vários poemas seus musicados por Aristides M. Borges e gravados com o selo da RCA/VICTOR. A música que obteve maior sucesso foi gravada com o título: TENHO PENSADO TANTO EM TI.

No setor acadêmico, Lausimar se licenciou em letras clássicas pela Faculdade de Letras da Universidade Santa Úrsula. Titulou-se mestre em letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutora pela Faculdade de Letras da Universidade de Madri. Exerceu por muitos anos o magistério superior na Universidade Federal Fluminense, em especial como professora de literatura alemã.

Lausimar Laus morreu aos 63 anos de idade, em sua residência (rua Aristides Espíndola, 106, Leblon – RJ), vítima de infarto fulminante, no dia três de outubro de 1979. Lausimar foi sepultada no Rio de Janeiro no Cemitério São Francisco Xavier, bairro do Caju.

Fonte:
http://pt.scribd.com/doc/57492836/O-Guarda-Roupas-Alemao

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