segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Sueli Donário (Poemas Avulsos)

Amantes distantes

Horas passam em agonia a se arrastar
Na distância entre o anoitecer e alvorecer
Um ainda feliz neste magnífico sonhar
Enquanto o outro deseja só o adormecer

São conflitantes como Sol e Lua sobre o céu
Dificilmente irão se encontrar no mesmo lugar
Enquanto o Sol resplandesce a Lua desce seu véu
Um oceano e fusos teimosos em lhes separar

Mas a suavidade do olhar terá brilhos molhados
Quando delicadamente um boing estiver a pousar
Lágrimas não existirão, só sorrisos apaixonados
Neste pequeno enlevo o oceano estará feliz a secar.
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Amor de perdição

Teu olhar me procurava na multidão
Tua alma viu minha luz perdida
Teu coração me iluminou na escuridão
Meu amor te conduz para a vida

Estranho mundo começou na vastidão
Sem rumo, sem limites, só expectativa
Diferente, tudo parece novo e velho
Nosso caminho, talvez nova alternativa

Dentro de nós dúvidas, medos e paixão
Encobrindo a razão de tanta loucura
Mescla de amor, tesão e solidão
Certeza, o passado demorou sua procura

Outra vida talvez explique a sensação
Meu desejo em teus braços, pareço estar viva
Desespero, pesadelo, Deus tem explicação
Tenho medo de amar, sofrer nesta vida

Fecho os olhos ao pavor do sonho se quebrar
Encontro nele seus olhos e o tempo pára
Volto da vida já vívida, alegria incontida
Agora todo sol, para nós só irá brilhar
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Medo da vida

Tudo era lindo, era esperança
A alegria reinava no mundo
Dos meus pequeninos olhos de criança
Não sei por que cresci
Cresci e vi maldade, vi tanto ódio,
Tanta falsidade, vi uma mulher
Numa sargeta imunda
Vendo sua filha morrer de frio quase nua
Vi a inveja num manto de amizade
ódio destruindo a liberdade
Vi a hipocrisia de um falso sorriso
Vi querra, vi gente correr, vi gente morrer
Fechei os olhos
Fechei-os para não ver
Fechei-os para morrer.
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Noites infinitas

Te espero, a cada momento um tormento
Sonho em devaneios, com teus carinhos
De longe, penso em ti, só acalento
De perto, não posso ao menos pensamentos

Noites frias, com você seriam frívolas
Passadas como lua aos quatro ventos
Solitária e triste, tento protegê-las
De mi mesma e te teus olhares sedentos

Quase não me apercebo, penso em ti
Vivo assim entre amores e desejos
Não quero, mas são todos os momentos
Minha vida é mesmo cheia de medos

Noites infinitas, passo o tempo a esperar
Que você apareça e venha me escutar
Falar e me acariciar, minha sede matar
Não me deixe de novo no infinito a sonhar.
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Porto da canção

Para cada coração, um mandamento
Para cada violão, uma canção
E nos tempos de solidão
Apenas uma ilusão

Neste pensar, me acalento
Apenas a sonhar o que é o vento
Que me traz o sonho ou o sofrimento
vem ou não o mandamento?

E neste embalo solitário
O passar do tempo traz apenas a canção
Dedilhando a imensa solidão,
E o vento, leva a ilusão.
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Saudades de você

Olhar nos teus olhos é sofrimento
Falar com você magoa minha alma
Lembrar dos teus beijos é um tormento
Não ter sua boca me tira a calma

Todo dia, toda hora e a todo momento
Cada pensamento meu, é somente teu
Em todo lugar vejo o desencantamento
Da perda do amor que era só meu

Hoje a vida é só tristeza e amargura
Não posso imaginar agora o meu futuro
Só me lembro dos momentos de loucura
Minha paixão concreta, eterna no obscuro

Teu lado na cama continua à tua espera
Mas o frio de teu olhar me congela
Sei que nada poderá retornar nesta esfera
Lamentável é o vazio ao olhar pela janela.

Fonte:
Casa do Bruxo

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