segunda-feira, 13 de julho de 2020

Luiz Damo (Trovas do Sul) X


A natureza convida
para termos mais cuidado,
se amanhã quisermos vida
e o planeta preservado.
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Apressado o passarinho
quando chega a primavera,
procura fazer seu ninho
no lugar que prepondera.
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A vaidade tem seu preço,
elevado, por sinal!
Talvez doce no começo
mas amargo no final...
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A vida não surge pronta.
Muitas vezes nos frustramos.
Nem sempre nos damos conta
do quanto na vida erramos...
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Chorar de dor ou saudade,
não tem choro alentador,
todo choro na verdade
revela emoção ou dor.
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Comentários sobre a vida
a deixam muito abalada,
bem maior a dor sentida
do aquela comentada.
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Dedo em riste aponta os erros
que a humanidade comete.
Nunca adentre em exageros
porque o dedo compromete.
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Junto à porta da mentira
a chave fica esquecida,
nela a verdade conspira
para proteger a vida.
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Lendas, mitos, casos raros,
pontilham a nossa história,
uns obscuros, outros claros,
todos vivos na memória.
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Mesmo sendo peremptória
tua humilde pretensão,
poderás mudar a história
se mudares tua ação.
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Nada vale abandonar
um leito velho, molhado,
se logo após for deitar
noutro pior, encharcado.
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Não confunda vida plena
com a pequena fortuna,
nem uma mata serena
com a plantação de tuna.
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Não deprede o patrimônio,
nem degrade a natureza,
a vida, neste binômio,
se completa na beleza.
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Não passa despercebida
na vastidão desta estrada,
a marca de quem na vida
deu luz a cada jornada.
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Na parede emoldurado
sob a forma de retrato,
um quadro já desbotado
pelo pó do anonimato.
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Nas estradas da existência
sempre tem alguns espinhos,
a machucar com frequência
o mais tenro dos pezinhos.
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Nunca deixe a fé morrer,
faça dela o seu fanal
de luta enquanto viver
do começo até o final.
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Os primeiros passos dados
independentes da idade,
são normalmente arquivados
nas gavetas da saudade.
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Para um sonho conquistar
nele terá que insistir,
a norma é sempre lutar
e a lei: nunca desistir.
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Pés descalços, machucados,
segue à vida em seu labor,
quem tem os ombros marcados
com sinais de um lutador.
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Pobreza e simplicidade
não rimam com rebeldia,
estilos que a humanidade
conhece no dia a dia.
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Propostas indecorosas
não merecem atenção,
envergonham, são danosas,
mancham a reputação.
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Quer algo que sempre dure?
Olhos no céu, pés no chão...
Amor firme que perdure
muito além de uma paixão.
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São tantos os eleitores
que elegem seus candidatos,
pra ser seus procuradores
no exercício dos mandatos.
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Se a forte dor não declina
nunca hesite em procurar,
o auxílio na medicina
para poder melhorar.
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"Se não puder fazer tudo",
por julgar que não tem jeito,
faça um pouco, sobretudo;
ao fazer, faça-o bem feito!
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Se um saudável chá caseiro
vindo da mata nativa,
não sanar o mal, inteiro,
busque nova alternativa.
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Sobre o mapa do progresso
procuramos o endereço,
onde resida o sucesso
e dos passos seu começo.
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Talvez quem tem mais conforto
jamais pensou que estivesse,
frente a um mundo pobre e torto
que sequer seus pés aquece.
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Tão longínqua primavera
dos meus tempos infantis,
revê-la, meu Deus, quisera!
Mesmo assim estou feliz...
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Triste pranto banha a face
de quem chora grande dor,
pior se for desenlace,
ou rompimento do amor.
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Uma sombra cobre os dias,
manhãs, tardes, madrugadas.
Duas cadeiras vazias
pela saudade, ocupadas...
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Um tremor, mesmo remoto,
causa temor tão profundo,
faz de um simples terremoto
parecer o fim do mundo.
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Vitória, fruto colhido,
dos ramos da persistência,
pela mão com braço erguido
nos pomares da existência.

Fonte:
Luiz Damo. A Trova Literária nas Páginas do Sul. Caxias do Sul/RS: Palotti, 2014.
Livro gentilmente enviado pelo autor.

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