Não sabe se foi o destino ou simplesmente medo que fez com que ficasse tanto tempo sozinha. Hoje, quase uma septuagenária, "mergulhou de cabeça" e vive intensamente esse grande amor.
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FRIAGEM
Do trem avistava aquele campo lindo, repleto de girassóis. Abriu a janela e sentiu o cabelo flutuando no frescor da friagem matutina, enquanto sua mãe gritava: "— Fecha isso! Vai ficar doente!"
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MACARRONADA
Nos relances de lucidez sorria ao lembrar da família reunida aos domingos. Os homens jogando mora, a criançada correndo no quintal e o cheiro do molho da macarronada da nonna. Nesses instantes, cantava feliz aquela velha canção italiana.
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RETRATO
(micro-conto sobre a figura abaixo)
Todos os dias, no mesmo horário, ela ia naquele Café e não imaginava que o jovem pintor que ficava na calçada em frente, fazia seu retrato.
O tempo passou, o Café não existe mais e o que restou foi a tela em seu quarto.
Ainda sente o perfume dela nas tardes do verão parisiense.
Um comentário:
É uma honra ver meus textos publicados.
Obrigada!!
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