De repente, o seu olhar
encontrei na multidão
e vi a vida passar...
Ele esqueceu... mas, eu não!
encontrei na multidão
e vi a vida passar...
Ele esqueceu... mas, eu não!
Desconheces que te amo e, com certeza,
não supões quanto eu sofro ao te encontrar.
Em meio à multidão, com que tristeza,
o meu olhar procura o teu olhar!
E passas sem me ver... eu, indefesa,
sufoco a dor, tentando disfarçar
a emoção que mantém a chama acesa
dessa paixão, que só me faz penar!
Ouço a razão... Mas, antes de partir
atendo o apelo do meu coração.
Quero passar por ti... e me iludir
que o teu olhar, amor de minha vida,
encontre, enfim, em meio à multidão,
meu triste e meigo olhar... de despedida!
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LAR... DOCE LAR…
Volto à casa, que "era minha",
risco a calçada e, feliz,
vou pular amarelinha
mas, o pranto apaga o giz!
risco a calçada e, feliz,
vou pular amarelinha
mas, o pranto apaga o giz!
Hoje, saudosa, eu volto ao lar antigo
e escancarando a porta semiaberta,
procuro em vão... vasculho o doce abrigo...
Nem pai... nem mãe... a casa está deserta!
E volto ao lar, que dividi contigo...
- Vaivém dos filhos, pela porta aberta...
- Visita alegre de um ou de outro amigo...
E, hoje, é a saudade que o meu peito aperta.
Mas, por deixar pegadas nos caminhos,
não fiquei só!... Cercada de carinhos,
eu sou feliz!... Se volta o sonho louco
do teu amor, acalmo o coração
pois, ao sentir que chega a solidão,
no amor dos filhos eu te encontro um pouco.
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O ORATÓRIO
Ao atender meu apelo
se a vida se faz ingrata,
chego a sentir o desvelo
com que Deus sempre me trata!
se a vida se faz ingrata,
chego a sentir o desvelo
com que Deus sempre me trata!
A casa, da fazenda, imensa e bela!...
No quarto, que o lampião iluminava,
um oratório... e, à noite, acesa a vela,
alegre ou triste, minha avó rezava.
A casa, na cidade, bem singela!...
No quarto, quando o dia se apagava,
um oratório... e eu lembro a imagem dela,
alegre ou triste, minha mãe orava.
No quarto simples, quando a noite cai,
um oratório... e, a sós, eu clamo ao Pai,
alegre ou triste, muito Lhe agradeço
os dons da paz, saúde, vida e amor
e, de mãos postas, louvo ao meu Senhor,
pois deu-me muito mais do que mereço.
Fonte:
Therezinha Dieguez Brisolla. À procura de estrelas.
Porto Alegre/RS: Odisséia, 2014.
Livro enviado pela poetisa.
Therezinha Dieguez Brisolla. À procura de estrelas.
Porto Alegre/RS: Odisséia, 2014.
Livro enviado pela poetisa.
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