BARBIOLO TOMÁZIO chegou bêbado feito um gambá. De revolver em punho, encostou o cano da arma no ouvido do sujeito que conversava animadamente com sua esposa, dentro de casa, ou mais precisamente na porta do quarto de dormir do casal.
— Vou te matar, seu destruidor de lares — foi logo dizendo Barbiolo Tomázio, à figura que proseava com a sua patroa. Descobri tudo. Não adianta mentir. Você é o amante da minha mulher. Peguei vocês dois com a boca na botija. Se prepare para partir para os quintos. Comece a rezar. No três, eu puxo o gatilho. Lá vai: um... dois...
Apavorado, o rapaz começou a tremer pior que vara verde.
— Calma, meu senhor, muita calma nesta hora. Eu explico. Não sou amante de ninguém, apenas o namorado da filha de vocês. Não é mesmo, dona Cristina?
A companheira do bebum, quase teve um peripaque. Momentaneamente refeita do susto, balançou a cabeça num sim meio que destituído de entusiasmo. Mais aterrorizada que a própria criatura com a qual batia papo, achou por bem concordar.
Barbiolo Tomázio com a afirmativa da consorte, deu um passo atrás. Coçou a cabeça. Ficou meio pensativo e, por fim, guardou a arma na cintura.
— Desculpa. Bebi além da conta... fiquem a vontade...
Ia a meio caminho, em direção à cozinha, quando se voltou e se aproximou novamente do infeliz. Desta feita, Barbiolo Tomázio parecia mais colericamente furibundo que da primeira vez. Por esta razão, veio com a pistola engatilhada, pronto para não perder tempo e mandar o desgraçado para os braços frios da morte.
— Meu camarada — disse sem mais delongas. Acabou de acender uma luzinha aqui na minha cabeça...
— Uma luzinha, senhor? Que luzinha?
— Você disse que é o namorado da minha filha?
— Sim senhor. E sou mesmo. dona Cristina, acabou de confirmar. Acho que ficou tudo esclarecido entre a gente. Estou com a sua filha bem uns três meses. Eu ia até falar com o senhor...
— Como é o nome da minha filha mesmo?
— Bárbara, senhor...
— Eu acho que você não está em seu juízo perfeito. Sinto o cheiro de mentiras no ar... Tenho cara de besta? Ou pior: de corno? Responda...
— Como assim, senhor?
— Simples, meu chapa. Primeiro: isto é hora de estar namorando uma garota de família?
— Hoje é domingo. São quase três da tarde. Pretendo levar a Bárbara, a filha de vocês, ao cinema, se o senhor concordar, é claro. Dona Cristina, como pode perceber, não se opôs...
—... Segundo: acha que devo deixar um malandro da sua marca me passar para trás e me levar no bico? Cabra safado fique sabendo de uma coisa: eu bebi cachaça até dizer chega, não a consciência...
— Senhor, não estou levando a sua pessoa no bico. Tampouco me veio à mente lhe passar para trás. E me desculpe, não sou safado. Posso não parecer, mas sou uma boa pessoa. Tenho meu emprego, meu apartamento... agora pretendo comprar um carrinho... quero dar todo conforto à Bárbara, a quem amo de coração...
Barbiolo Tomázio, muito indignado e raivoso, abespinhado até dizer chega, literalmente soltou fogo pelas ventas.
— Só tem um porém, meu prezado.
— Um porém, senhor? Qual?!
— Tente adivinhar...
— Não faço a menor ideia. Seja mais objetivo, por favor.
Nesta altura, o fura coro, como todo medroso sem saÍda, se borrou todo.
— Você é o amante desta despudorada. Sujeito asqueroso e nojento. Eu e Cristina não temos filhos, menos ainda uma filha com o nome Bárbara.
Ato continuo, Barbiolo Tomázio berrou um três muito rápido. E, sem pestanejar, puxou o gatilho.
Um quarto sujeito que estava escondido debaixo da cama do casal, ao ouvir o tiro, e vendo que o rapaz que viera com ele caíra morto, saiu correndo e pulou pela janela. Foi preso logo adiante, meio da rua, por uma viatura da polícia militar que fazia a ronda. O indivíduo estava completamente pelado.
— Vou te matar, seu destruidor de lares — foi logo dizendo Barbiolo Tomázio, à figura que proseava com a sua patroa. Descobri tudo. Não adianta mentir. Você é o amante da minha mulher. Peguei vocês dois com a boca na botija. Se prepare para partir para os quintos. Comece a rezar. No três, eu puxo o gatilho. Lá vai: um... dois...
Apavorado, o rapaz começou a tremer pior que vara verde.
— Calma, meu senhor, muita calma nesta hora. Eu explico. Não sou amante de ninguém, apenas o namorado da filha de vocês. Não é mesmo, dona Cristina?
A companheira do bebum, quase teve um peripaque. Momentaneamente refeita do susto, balançou a cabeça num sim meio que destituído de entusiasmo. Mais aterrorizada que a própria criatura com a qual batia papo, achou por bem concordar.
Barbiolo Tomázio com a afirmativa da consorte, deu um passo atrás. Coçou a cabeça. Ficou meio pensativo e, por fim, guardou a arma na cintura.
— Desculpa. Bebi além da conta... fiquem a vontade...
Ia a meio caminho, em direção à cozinha, quando se voltou e se aproximou novamente do infeliz. Desta feita, Barbiolo Tomázio parecia mais colericamente furibundo que da primeira vez. Por esta razão, veio com a pistola engatilhada, pronto para não perder tempo e mandar o desgraçado para os braços frios da morte.
— Meu camarada — disse sem mais delongas. Acabou de acender uma luzinha aqui na minha cabeça...
— Uma luzinha, senhor? Que luzinha?
— Você disse que é o namorado da minha filha?
— Sim senhor. E sou mesmo. dona Cristina, acabou de confirmar. Acho que ficou tudo esclarecido entre a gente. Estou com a sua filha bem uns três meses. Eu ia até falar com o senhor...
— Como é o nome da minha filha mesmo?
— Bárbara, senhor...
— Eu acho que você não está em seu juízo perfeito. Sinto o cheiro de mentiras no ar... Tenho cara de besta? Ou pior: de corno? Responda...
— Como assim, senhor?
— Simples, meu chapa. Primeiro: isto é hora de estar namorando uma garota de família?
— Hoje é domingo. São quase três da tarde. Pretendo levar a Bárbara, a filha de vocês, ao cinema, se o senhor concordar, é claro. Dona Cristina, como pode perceber, não se opôs...
—... Segundo: acha que devo deixar um malandro da sua marca me passar para trás e me levar no bico? Cabra safado fique sabendo de uma coisa: eu bebi cachaça até dizer chega, não a consciência...
— Senhor, não estou levando a sua pessoa no bico. Tampouco me veio à mente lhe passar para trás. E me desculpe, não sou safado. Posso não parecer, mas sou uma boa pessoa. Tenho meu emprego, meu apartamento... agora pretendo comprar um carrinho... quero dar todo conforto à Bárbara, a quem amo de coração...
Barbiolo Tomázio, muito indignado e raivoso, abespinhado até dizer chega, literalmente soltou fogo pelas ventas.
— Só tem um porém, meu prezado.
— Um porém, senhor? Qual?!
— Tente adivinhar...
— Não faço a menor ideia. Seja mais objetivo, por favor.
Nesta altura, o fura coro, como todo medroso sem saÍda, se borrou todo.
— Você é o amante desta despudorada. Sujeito asqueroso e nojento. Eu e Cristina não temos filhos, menos ainda uma filha com o nome Bárbara.
Ato continuo, Barbiolo Tomázio berrou um três muito rápido. E, sem pestanejar, puxou o gatilho.
Um quarto sujeito que estava escondido debaixo da cama do casal, ao ouvir o tiro, e vendo que o rapaz que viera com ele caíra morto, saiu correndo e pulou pela janela. Foi preso logo adiante, meio da rua, por uma viatura da polícia militar que fazia a ronda. O indivíduo estava completamente pelado.
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Texto enviado pelo autor.
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