sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Ivan Carlo (Manual de Redação Jornalística) Parte 7


CAPÍTULO 6
O TÍTULO, O ENTRETÍTULO, O SUBTÍTULO, O CRÉDITO

Título

Segundo o Manual Geral de Redação da Folha de São Paulo, o título deve: “despertar a atenção do leitor para o tema de trata. Deve ser uma síntese precisa da informação mais importante do texto e destacar o particular em detrimento do geral.

Norma geral:
É proibido colocar dois pontos, ponto, ponto de interrogação, reticências, travessão ou parênteses,

Deve-se evitar a reprodução literal das palavras iniciadas no texto;

Deve conter necessariamente verbo, sempre que possível na voz ativa;

Deve estar no tempo presente, exceto quando o texto se referir a fatos distantes no futuro ou no passado”.

Entretítulo

Os entretítulos são títulos colocados no meio do texto para ajudar a separar e organizar as informações.

Subtítulo

O subtítulo é um texto curto, colocado logo abaixo do título, para esclarecer melhor qual é o assunto da matéria.

Crédito
O crédito é o nome de quem fez a matéria. Geralmente aparece no início da matéria, em destaque. Mas pode vir também no final da matéria, entre parênteses.

EXEMPLO

A seguir apresento um exemplo de uma matéria científica sobre o parentesco genético entre árabes e judeus. Tente perceber nela os vários elementos que já estudamos até agora:

1) Descubra qual dos parágrafos é o lide da matéria.

2) Quantas informações importantes da matéria estão reunidas no lide?

3) O texto responde as seis perguntas? O que? Quem? Quando? Onde? Como? Por quê? Como?

4) Como estão organizadas as citações? Quem fala? Como essa fala é apresentada ao leitor?

5) Há uma parte da matéria que pode ser facilmente cortada sem que isso prejudique a compreensão do leitor. Qual é essa parte?

6) Qual é o título? Qual é o subtítulo? Quais são os entretítulos? Qual é o crédito?

7) O texto dá alguma opinião sobre o assunto? Ele defende algum ponto de vista ou se limita a repassar as informações e as falas dos personagens?

8) Como estão organizadas as informações? Através de frases curtas, com períodos simples, parágrafos curtos, ou através de frase longas, com períodos compostos e grandes parágrafos?

Árabes e judeus têm origem genética comum, diz estudo Pesquisa divulgada ontem afirma que "irmãos" genéticos teriam um ancestral comum
MARCELO STAROBINAS E PAULO DANIEL FARAH

Mais que "primos", árabes e judeus podem ser considerados irmãos geneticamente e teriam um ancestral comum, segundo estudo divulgado ontem.Pesquisadores norte-americanos, europeus, israelenses e sul-africanos analisaram 1.371 homens de várias partes do mundo, incluindo o Oriente Médio, a Europa e a África, para observar eventuais similaridades genéticas e tentar traçar suas origens.

O estudo observou um grupo de genes do cromossomo Y (presente exclusivamente nos homens) e chegou à conclusão de que judeus e árabes compartilham genes semelhantes.

"Os judeus são os irmãos genéticos de palestinos, sírios e libaneses, e todos eles compartilham uma linha genética comum que se estende até milhares de anos", afirmam os pesquisadores na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", publicação da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

Sérgio Dani, médico e geneticista molecular ligado à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, analisou a pesquisa, a pedido da Folha, e disse que o estudo leva a crer realmente que árabes e judeus são "irmãos".

O trabalho reforça a antiga tese de parentesco. Os dois povos – que eventualmente costumam se chamar de "primos"- são de origem semita e da mesma região. O árabe e o hebraico pertencem à mesma família linguística. E as crenças religiosas do judaísmo, do cristianismo e do islamismo apontam para um "pai" comum: Abraão (leia texto abaixo).

No final do século 19, surgiu o movimento sionista. Sua idéia central era levar os judeus espalhados pelo mundo à Palestina para formar um Estado judeu, o que gerou disputas pela terra com palestinos que ali viviam. Mais intensamente após a criação do Estado de Israel, em 1948, fraternidade é uma palavra de raras aparições na história das relações entre os "irmãos genéticos" do Oriente Médio.

Israelenses e palestinos negociam há quase uma década um acordo de paz definitivo. Israel anunciou uma retirada do sul do Líbano até 7 de julho, e o governo discute com a Síria um acordo para estabelecer relações diplomáticas.

Paz
Já houve tréguas nessa guerra entre irmãos. Na Península Ibérica, judeus e árabes (muçulmanos e cristãos) tiveram convivência muito mais pacífica -acompanhada de uma significativa produção científica e literária- , até a expulsão da Espanha de 1492. As negociações de paz em desenvolvimento no Oriente Médio, que obtiveram importantes avanços, apesar dos ataques de extremistas de ambas as partes, levam à esperança de um fim ao fratricídio deste século.

"A estreita afinidade (genética) entre judeus e não-judeus do Oriente Médio observada apóia a hipótese de uma origem comum", diz Michael Hammer, da Universidade de Tucson, no Arizona (EUA), principal responsável pelo estudo divulgado ontem.

Bomba étnica
Israel teria abortado o desenvolvimento de uma "bomba étnica" – armamento que seria capaz de matar apenas seus inimigos árabes- por causa das características genéticas semelhantes. O projeto poderia atingir judeus, segundo pesquisadores de um instituto biológico da cidade de Nes Tziona (próxima a Tel Aviv) ouvidos pelo jornal britânico "Sunday Times", em novembro de 1998. Israel teria aproveitado pesquisas iniciadas durante o apartheid na África do Sul. Na década de 80, o governo segregacionista da minoria branca tentou desenvolver uma arma biológica que atingisse apenas a população negra. O governo israelense nunca confirmou a existência desses estudos. A análise genética demonstra ainda que os judeus tiveram pouca miscigenação com outros povos.
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continua…

Fonte:
Virtualbooks
www.terra.com.br/virtualbooks

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