quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Nilton da Costa Teixeira (Ano Novo, Acenos Novos)

Nilton da Costa Teixeira (Monte Alto/SP, 3 de maio de 1920 – Ribeirão Preto/SP, 5 de novembro de 1983) 
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Ano novo chegou,
o ano velho partiu,
a fé que vicejou
aonde a dor existiu.
doze meses se foram,
alegres, talvez não,
uns riem, outros choram,
dias que foram, que vão,
no fim de ano o espetáculo
da folhinha termina,
consulto o meu oráculo
E ele não desanima;
promete-me venturas,
dinheiro, amor, saúde,
O progresso, as farturas,
nada disso me ilude,
pois o último dia do ano,
passei em casa sozinho,
contando os desenganos,
pondo-os num papelzinho,
vi tantos e a última hora,
de contá-los demovo,
rezo à Nossa Senhora,
não os quero de novo;
e agora o ano se foi,
só espero o porvir,
pois, o passado dói,
com o futuro a sorrir...
alguém bate na janela,
levanto e vou abrir,
eu pensei que fosse ela,
vejo o vento a bramir;
hoje, do ano, primeiro,
deixo os meus desenganos,
estou fazendo planos,
que eu farei o ano inteiro,
a casa para morar,
boa saúde, animação,
são planos a exaltar,
constante o coração,
eu quero uma cabocla,
singela e recatada
que me tire a ânsia louca,
na louca caminhada;
pois a vida oferece
sonhos acolhedores,
quem seu caminho esquece,
magoado terá dores.
Eu indago o horizonte,
confio na imensidão,
encontro numa ponte,
vazio, desolação...
são os anos que passaram
na vida de cada um,
os sonhos que vicejaram,
sem proveito nenhum,
por isso começo o ano,
com o meu plano estudado,
não quero os desenganos,
iguais do ano passado.

Fonte:
Nilton Manoel

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