NATÉRCIA ROCHA
(Natercia Carmen de Sales Rocha)
Fortaleza, 1971
-
Carcará
-
Um Pássaro Azul me visitou esta noite.
Displicente, em minha janela,
Cantou dos campos por onde tem voado:
Entoou a força das flores
O mel das marés
A larva das matas
A grandeza dos vulcões
E cantarolou mistérios de serenos e tempestades.
Voou para perto da cama, a certa altura da madrugada.
E, de sua cabeça perfumada,
Refletiam cores em arco-íris.
Entrei em seus olhinhos redondos, encantados
E fui embora por sua retina dourada
Passear pelo elo do tempo que nunca acaba.
(Natercia Carmen de Sales Rocha)
Fortaleza, 1971
-
Carcará
-
Um Pássaro Azul me visitou esta noite.
Displicente, em minha janela,
Cantou dos campos por onde tem voado:
Entoou a força das flores
O mel das marés
A larva das matas
A grandeza dos vulcões
E cantarolou mistérios de serenos e tempestades.
Voou para perto da cama, a certa altura da madrugada.
E, de sua cabeça perfumada,
Refletiam cores em arco-íris.
Entrei em seus olhinhos redondos, encantados
E fui embora por sua retina dourada
Passear pelo elo do tempo que nunca acaba.
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MAVIGNIER DE CASTRO
(Antonio Mavignier de Castro)
(1895 - 19721 )
-
Luar Amazônico
-
Verão, Rio em deflúvio. A lua cheia
alonga perspectivas pela mata;
só a fauna da noite ali vagueia
à sombra errante que o luar dilata...
Álgido, estreito igarapé serpeia,
Qual sinuosa lâmina de prata...
Que melopeia o urutauí flauteia
Na solidão lunar da terra grata!
Amanhece; mas imitando um rito
Sobre a mata flutua um véu de neve...
E o sol – pátena de ouro do infinito.
Espera que no altar da selva nua,
O Sacerdote imaterial eleve
A imagem eucarística da lua!
=======================
DIMAS MACEDO
Lavras de Mangabeira,1956
-
Mistério
-
Não sei por que destino vago
ou se vegeto.
Minha vida é qual um livro aberto
que atravesso a nado.
Minha solidão tem bases de concreto
e as minhas ânsias claras intenções.
Com as lições da dor eu teço
uma canção ao vento
e reinvento a vida.
A morte é um vendaval e em tudo
o cosmos é uma interrogação.
Meu corpo a fuga. Meu prazer o medo.
E a minha dúvida uma alucinação.
Se vago ou se vegeto, escrevo:
Minha vida é qual um livro aberto.
==============================
DOM HELDER CÂMARA
(Helder Pessoa Câmara)
Fortaleza 1909 – 1999 Recife
-
Escuridão Total
-
A noite estava tão escura,
tão sem um ponto de luz,
tão noite,
que cheguei a me angustiar,
apesar do amor profundo
que sempre tive à noite...
Foi quando ela me segredou:
quanto mais noite é a noite,
mais bela costuma ser
a aurora
que ela carrega no seio!
Fonte:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/ceara/ceara.html
MAVIGNIER DE CASTRO
(Antonio Mavignier de Castro)
(1895 - 19721 )
-
Luar Amazônico
-
Verão, Rio em deflúvio. A lua cheia
alonga perspectivas pela mata;
só a fauna da noite ali vagueia
à sombra errante que o luar dilata...
Álgido, estreito igarapé serpeia,
Qual sinuosa lâmina de prata...
Que melopeia o urutauí flauteia
Na solidão lunar da terra grata!
Amanhece; mas imitando um rito
Sobre a mata flutua um véu de neve...
E o sol – pátena de ouro do infinito.
Espera que no altar da selva nua,
O Sacerdote imaterial eleve
A imagem eucarística da lua!
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DIMAS MACEDO
Lavras de Mangabeira,1956
-
Mistério
-
Não sei por que destino vago
ou se vegeto.
Minha vida é qual um livro aberto
que atravesso a nado.
Minha solidão tem bases de concreto
e as minhas ânsias claras intenções.
Com as lições da dor eu teço
uma canção ao vento
e reinvento a vida.
A morte é um vendaval e em tudo
o cosmos é uma interrogação.
Meu corpo a fuga. Meu prazer o medo.
E a minha dúvida uma alucinação.
Se vago ou se vegeto, escrevo:
Minha vida é qual um livro aberto.
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DOM HELDER CÂMARA
(Helder Pessoa Câmara)
Fortaleza 1909 – 1999 Recife
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Escuridão Total
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A noite estava tão escura,
tão sem um ponto de luz,
tão noite,
que cheguei a me angustiar,
apesar do amor profundo
que sempre tive à noite...
Foi quando ela me segredou:
quanto mais noite é a noite,
mais bela costuma ser
a aurora
que ela carrega no seio!
Fonte:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/ceara/ceara.html
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