sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Gislaine Canales (Glosas Diversas) XXIII


MUNDO MAU

MOTE:
Ao ver no meu dia-a-dia
um mundo mau, revoltante,
só no amor e na poesia
sinto um belo fascinante.
Milton Nunes Loureiro
Campos/RJ, 1923 – 2011, Niterói/RJ


GLOSA:
Ao ver no meu dia-a-dia
tanta tristeza ao redor,
essa visão me angustia,
entra em mim, fica maior.

É um mundo sem emoção!
Um mundo mau, revoltante,
onde a palavra: razão,
não chega a ser importante!

Mas existe uma magia
e o poeta com seu verso
só no amor e na poesia
tenta mudar o universo!

A poetar eu me ponho,
e assim, vou seguindo adiante,
pois mergulhado em meu sonho
sinto um belo fascinante.
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SONHANDO...

MOTE:
Sonhando viver em paz,
vivo num campo de guerra,
onde está sempre em cartaz
toda a pobreza da terra.

Nilton Manoel Teixeira
Ribeirão Preto/SP


GLOSA:
Sonhando viver em paz,
vou fazendo minhas trovas,
pois a trova é que nos traz
muitas esperanças novas!

Sofre nosso mundo inteiro...
Vivo num campo de guerra,
não nasci pra ser guerreiro;
guerra, só tristeza encerra!

Ser feliz, como me apraz,
sei que é difícil de ser,
onde está sempre em cartaz
o que eu quisera esquecer!

Esse cartaz que estou vendo,
que muita angústia descerra,
vai aos poucos descrevendo
toda a pobreza da terra.
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QUANDO CHEGAR A PAZ!

MOTE:
E quando chegar a paz
com alicerces de amor,
qualquer um vai ser capaz,
de suas armas depor.

Oefe Souza
Ribeirão Preto/SP


GLOSA:
E quando chegar a paz
se conscientizando o mundo,
deixaremos para trás
todo esse sofrer profundo!

Se protegermos as bases
com alicerces de amor,
abrandaremos as fazes
ruins e que tragam dor!

O amor – o que é mau, desfaz,
sempre trazendo a alegria,
qualquer um vai ser capaz,
de atingir sua utopia!

Diante do amor – as maldades
perderão a força e a cor,
e terão a sobriedade,
de suas armas depor.
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OCASO SEM TI...

MOTE:
O sol no ocaso não viste,
porque o dia foi covarde,
e chorou quando partiste
chovendo no fim da tarde.

Otavio Venturelli
Rio de Janeiro/RJ, 1937 – 2019, Nova Friburgo/RJ


GLOSA:

O sol no ocaso não viste,
pois a tarde, em seus segredos,
fingindo que nada existe,
tenta esconder os seus medos!

Foi muito grande a tristeza,
porque o dia foi covarde,
e escondeu toda a beleza,
terminando sem alarde!

Nunca vi dia mais triste!
O Sol se tornou cinzento
e chorou quando partiste,
gemendo na voz do vento!

Tenho triste o coração!
Em pranto o Sol já não arde,
e chora a sua emoção
chovendo no fim da tarde.
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SIGO EM FRENTE

MOTE:
Sem que a vida me amedronte
sigo em frente, cumpro a meta,
buscando além do horizonte
a luz que me faz poeta!

Rita Marciano Mourão
Ribeirão Preto/SP

GLOSA:

Sem que a vida me amedronte
e sem ter medo da morte,
não deixo que ela me afronte.
O meu caminho é de sorte!

Com a sorte sempre ao meu lado,
sigo em frente, cumpro a meta,
é para mim, um achado
a coragem que me aquieta!

Eu bebo a água da fonte
que me dá muita alegria,
buscando além do horizonte
todo um caudal de poesia!

Vivo com grande emoção
e minha alma, então, decreta
que nasça em meu coração
a luz que me faz poeta!

Fonte:
Gislaine Canales. Glosas. Glosas Virtuais de Trovas XIX. In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós. http://www.portalcen.org. 2004.

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