Muito prazer, sou uma rosa. Ou, melhor dizendo, sou um botão de rosa. Vermelha, desminto meu nome, mas a vida é assim mesmo, cheia de contradições.
Moro num jardim muito bonito, que fica numa rua sossegada, numa típica cidade do interior de São Paulo, no Brasil. O sol por aqui é quente mesmo! Taí um nome que não tem nada de contraditório: Brasil é mesmo uma brasa! Ai, que calor!
A dona da casa em que moro é muito zelosa com suas plantas e flores e, quando não chove, espera a noitinha e lá vem com a mangueira d’água molhar-nos. Minhas amigas, a comigo-ninguém-pode e a espada-de-são-jorge ficam só de butuca, à espera de um olho gordo sobre a gente, para espantar o mau-olhado de vez! São minhas amigas do peito, minhas e de todo o jardim. Nós gostamos muito delas. Fazem uma limpeza.
Eu, por minha vez, tenho pouco perfume, mas sou chamada de “rainha das flores”. Sei que devo isso à minha beleza e a muita propaganda, inclusive literária. Você, com certeza, já ouviu falar da rosa que aparece na história da Bela e da Fera, não já? Então, muita propaganda boa sobre nós! Nós, que somos campeãs no envio de pedido de desculpas, de parabéns pelo aniversário, de comemorações em geral. Ai, ai...
O cravo brigou com a rosa é minha música preferida, embora existam muitas outras por aí. O dia está tão lindo que, talvez, eu até cante um pouco. Em silêncio, claro, para não incomodar. Lembra-se do desenho da Disney Alice no País das Maravilhas? Ao que tudo indica, as flores não têm, como Alice pensava, o dom mavioso do canto. Não faz mal. Cá no meu cantinho, sussurro meus versos em paz, desejosa de aplausos.
Chove, não chove... Não sei. Sei que é vinda a primavera. Gosto da estação das flores. Tudo é tão lindo nessa época!... Sou muito romântica, é da minha natureza. Se fosse mulher, não sei, mas teria sido descrita por Vinicius de Moraes, nosso Poetinha.
Bem, vou ficar por aqui. O sol está no alto, bem a pino. Estou sedenta, morrendo de calor. Minhas pétalas, moles como manteiga, em breve serão colhidas. Sou a rosa.
Fonte:
Texto enviado pelo autor.
Moro num jardim muito bonito, que fica numa rua sossegada, numa típica cidade do interior de São Paulo, no Brasil. O sol por aqui é quente mesmo! Taí um nome que não tem nada de contraditório: Brasil é mesmo uma brasa! Ai, que calor!
A dona da casa em que moro é muito zelosa com suas plantas e flores e, quando não chove, espera a noitinha e lá vem com a mangueira d’água molhar-nos. Minhas amigas, a comigo-ninguém-pode e a espada-de-são-jorge ficam só de butuca, à espera de um olho gordo sobre a gente, para espantar o mau-olhado de vez! São minhas amigas do peito, minhas e de todo o jardim. Nós gostamos muito delas. Fazem uma limpeza.
Eu, por minha vez, tenho pouco perfume, mas sou chamada de “rainha das flores”. Sei que devo isso à minha beleza e a muita propaganda, inclusive literária. Você, com certeza, já ouviu falar da rosa que aparece na história da Bela e da Fera, não já? Então, muita propaganda boa sobre nós! Nós, que somos campeãs no envio de pedido de desculpas, de parabéns pelo aniversário, de comemorações em geral. Ai, ai...
O cravo brigou com a rosa é minha música preferida, embora existam muitas outras por aí. O dia está tão lindo que, talvez, eu até cante um pouco. Em silêncio, claro, para não incomodar. Lembra-se do desenho da Disney Alice no País das Maravilhas? Ao que tudo indica, as flores não têm, como Alice pensava, o dom mavioso do canto. Não faz mal. Cá no meu cantinho, sussurro meus versos em paz, desejosa de aplausos.
Chove, não chove... Não sei. Sei que é vinda a primavera. Gosto da estação das flores. Tudo é tão lindo nessa época!... Sou muito romântica, é da minha natureza. Se fosse mulher, não sei, mas teria sido descrita por Vinicius de Moraes, nosso Poetinha.
Bem, vou ficar por aqui. O sol está no alto, bem a pino. Estou sedenta, morrendo de calor. Minhas pétalas, moles como manteiga, em breve serão colhidas. Sou a rosa.
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Texto enviado pelo autor.
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