quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Prof. Garcia (Pantuns) II


PANTUN DA OGIVA DO AMOR

Trova tema:
Lanço a bomba do meu sonho,
ogiva de paz e amor,
e o cogumelo medonho
ganha formato de flor.
(Cézar Defilippo – MG)


Ogiva de paz e amor
se eu lanço aos céus, todo dia,
ganha formato de flor
entre ogivas de poesia.

Se eu lanço aos céus, todo dia,
conselhos bons aos perversos,
entre ogivas de poesia
eu mostro a paz nos meus versos.

Conselhos bons aos perversos,
não peçam mais, por favor,
eu mostro a paz nos meus versos,
ante os sobejos do amor.

Não peçam mais, por favor,
que eu faça um verso tristonho;
ante os sobejos do amor,
lanço a bomba do meu sonho.
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PANTUN DO LENÇO DO CAIS

Trova tema:
Mar adentro, mundo afora,
a distância aumenta mais...
e enquanto a saudade chora,
"um lenço acena no cais"
(Mara Melinni – RN)


A distância aumenta mais...
lamentando essa distância,
"um lenço acena no cais"
despedindo-se da infância.

Lamentando essa distância,
vê-se a saudade tristonha,
despedindo-se da infância,
num cenário de quem sonha,

Vê-se a saudade tristonha,
e essa tristeza é medida,
num cenário de quem sonha
no instante da despedida.

E essa saudade é medida,
nos acenos de quem chora,
no instante da despedida,
mar adentro, mundo afora!
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PANTUN DA SORTE INGRATA

Trova tema:
Festeiro de alma iludida,
disfarçando a sorte ingrata,
faço uma festa da vida
mesmo que a vida me bata!...
(José Tavares de Lima – MG)


Disfarçando a sorte ingrata,
eu me entrego ao desafio;
mesmo que a sorte me bata,
não bate em peito vazio.

Eu me entrego ao desafio
e em tudo mantendo a calma;
não bate em peito vazio,
pois ninguém bate em minha alma.

E em tudo mantendo a calma,
sigo em minha caminhada
pois ninguém bate em minha alma
que é mais feliz sem ter nada.

Sigo em minha caminhada
alma de cabeça erguida,
que é mais feliz sem ter nada,
festeiro de alma iludida!
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PANTUN DO VELHO SEGREDO

Trova tema:
Já sofri muito, em segredo,
e agora que me refiz,
sou feliz, mas tenho medo
de dizer que sou feliz!
(Maria Nascimento – AL)


E agora que me refiz,
não tenho mais o receio
de dizer que sou feliz,
na vida, por qualquer meio.

Não tenho mais o receio
do que tive no passado,
na vida, por qualquer meio
carrego a paz ao meu lado.

Do que tive no passado,
nada tenho no presente,
carrego a paz ao meu lado
e em nada mais sou descrente.

Nada tenho no presente,
para esconder por ter medo,
e em nada mais sou descrente,
já sofri muito, em segredo!
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PANTUN DO DESTEMOR

Trova tema:
Sem temor, meu barco avança,
seja qual for a maré,
pois, no mastro da esperança,
iço a bandeira da fé.
(Wanda de Paula Mourthé – MG)


Seja qual for a maré,
maré baixa, maré cheia,
iço a bandeira da fé,
enfrento o mar, que se alteia.

Maré baixa, maré cheia,
seja do jeito que for,
enfrento o mar, que se alteia,
como eterno viajor.

Seja do jeito que for,
mar aberto, mundo afora,
como eterno viajor
remo em busca de outra aurora.

Mar aberto, mundo afora,
braços cheios de esperança,
remo em busca de outra aurora,
sem temor, meu barco avança.

Fonte:
Professor Garcia. Poemas do meu cantar. Natal/RN: Trairy, 2020.
Livro enviado pelo autor.

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