Nunca pensou que se tornaria um escritor. Muito menos um escritor de sucesso. Mas estava feito. Acumulava, ano após ano, um prêmio após o outro na estante dos troféus.
Convidado para todas as festas literárias possíveis e imaginadas, vivia de uma para outra, com um copo na mão e palavras nos lábios que agradavam a todos. Era o maior.
No entanto, mesmo com todo o sucesso, a cada vez que se sentava para escrever, tomava de sua pena mágica, uma velha caneta BIC, esferográfica mesmo, e começava do zero.
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A MUSA INSPIRADORA
Antônia tinha muitas qualidades, mas, sem dúvida, a maior delas, era ter sido declarada musa inspiradora de um velho amigo escritor, a quem tanto dera motivos para inspirá-lo.
Não, Antônia não era linda, nem possuía atributos intelectuais dignos de qualquer volume da Enciclopédia Britânica (ainda existe isso?). Antônia era musa por ser simples.
Seu cabelo, preto, liso natural, era na altura do ombro. Sua pele era do tom da pele amorenada do País. Altura média, peso idem, nada demais. Mas era única. Era a Antônia.
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O TRISTE ESCRITOR
“Deixe-me ir, preciso andar / Vou por aí a procurar / Sorrir pra não chorar”, cantava Cartola no velho toca-discos do triste escritor de meia-idade que não tinha “dado certo”.
Sob o cabelo que ia raleando, já com uns e outros fios de um cinza pálido, o triste escritor escrevia sempre que dava, mas dava na vista que não era um sucesso. Andava sem paz.
“Se alguém por mim perguntar / Diga que eu só vou voltar / Depois que eu me encontrar”... Se tivesse conhecido Cartola!... Fez da noite sua musa. Da lua, sua estrela.
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Olivaldo Júnior, trovador, escritor, músico e cantor, nasceu em Aguaí, São Paulo, mas mora em Mogi Guaçu, cidade vizinha, desde menino. Formou-se em Licenciatura Plena em Letras, Habilitação em Português e Inglês, pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada. De vez em quando, participa de concursos literários, obtendo algumas premiações.
Fonte:
Textos enviados pelo autor.
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