Nunca imaginei uma coisa daquelas. Foi uma situação bem bizarra. Eu olhava e permanecia incrédulo mesmo testemunhando o fato, justamente, no momento mais especial da noite.
A festa transcorria tranquilamente convidado a convidado, tia a tia, primo a primo, amigo a amigo até chegarmos ao momento do aniversariante soprar a velinha e podermos experimentar o bolo que chamava tanta atenção.
O pequeno Thomas, agora com dois anos, estava nos braços de sua mãe, ladeado por seu pai e sua irmã mais velha. Todos em volta celebravam aquele momento e ficaram intrigados com aquela insistência injustificada e com o desfecho bizarro que gerou vários cochichos entre os presentes.
Calma, já vou lhe contar.
Enquanto os parabéns eram cantados alegremente, uma tia robusta gritou: – Thomas, faça um pedido e apague a velinha! O pequenino olhou para o bolo, mirou a vela, soprou forte e pôs fim à chama. Todos comemoram.
Parecia ter sido um sopro suficiente, mas a chama reacendeu. Com a ajuda da mãe, novo sopro e nova comemoração dos convidados. – Corta o bolo! – gritou a tia robusta. Mas, a danada da vela ressuscitou pela segunda vez. Os convidados sorriram e nova investida contra a chama da vela foi realizada, sem sucesso.
Por uma quarta vez a chama da vela foi alvo de Thomas, agora com a ajuda de seus pais e sua irmã. Dessa vez não houve celebração. Apreensivos e em silêncio, todos fitaram a vela, que relutava em se despedir.
– Que vela teimosa! – exclamou outra tia.
– Deve ser um fantasma – comentou uma criança.
Fato foi que a vela chamou atenção mais do que deveria.
A tia robusta, irritada com a teimosia da vela e farta de esperar pela fatia tão almejada, possessa, despejou refrigerante no alto do bolo, afogando a vela e sua insistente chama que não tornou a brilhar. Um silêncio indagador tomou conta dos olhares dos convidados.
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Menção honrosa no 1º Concurso de Crônicas da Academia Internacional da União Cultural
Fonte:
Facebook da Academia
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