Elisa Alderani
Ribeirão Preto/SP
MALAS
Quanta gente arrumando malas.
Desmanchando malas...
Fabricando sonhos, arquivando histórias.
Olhando ao longe a sua bela Terra...
Lágrimas como rios descem a serra.
Tempo para partir, tempo para chegar.
Tempo... Para mudar de vida.
Corações partidos, suspensos no ar.
Caminhos atrapalhados, desconhecidos.
Brasil, Santos, São Paulo.
Imigrantes chegando; navios repletos de sonhos.
Cheiro de malas velhas trazendo esperanças.
Chão estrangeiro: Brasil da verde serra.
Sou última imigrante...
Procuro minha mala entre tantas...
Mala transformada. Eu, artista da vida.
Fotografias, cartas...
Histórias novas e antigas.
Coração partido, tristeza e pranto,
Por ter deixado minha Pátria amada...
Ilusões de riquezas nunca realizadas.
São Paulo... Malas abertas.
Quanta gente trazendo artes escondidas,
Por entre chapéus e jornais.
Imagens de santos e castiçais.
Trajes tão diferentes...
Espelhos, refletindo a vida.
Relógios regulando o tempo...
Correndo por entre arranha-céus.
Pontes novas, e antigas.
Multidões desconhecidas,
com sonhos iguais, enlaçadas.
Ilusões no túnel do passado...
É o caminho do imigrante Italiano...
Povo de um só coração, fazendo história,
Uma realidade que não seja só memória.
Difundindo novas esperanças.
Na Verde Terra Brasileira...
Acolhedora e bela!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Clarisse da Costa
Biguaçu/SC
HORA DO ADEUS
Meu anjo negro
É hora de eu me desligar desse amor
Dizer adeus ao passado
E as marcas que ficaram
No corpo
Com o toque de suas mãos;
Sei que em algum momento
Você me amou;
Foi um breve instante
Entre a fantasia e a realidade;
Mas eu não posso
Viver de breves momentos;
Quero ter uma noite inteira
Só pra mim;
Quero ter o dia inteiro pra mim;
Então eu vou seguir;
Não espere que eu olhe pra trás;
É bem mais difícil não lhe amar.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Ógui Lourenço Mauri
Catanduva/SP
APRENDE A SER
Sem alarde, sem vanglória de teu feito,
Sê fraterno, segue os passos de Jesus.
Coração, pulsando o amor dentro do peito,
Planta Fé no Irmão Maior que te conduz!
Pugna sempre pelo "ser" antes do "ter",
Pois, dos bens materiais, não compensa o acúmulo.
Faze da fraternidade teu haver,
O tangível, tu não levas no além-túmulo.
Atitudes caridosas e que tais
São as rotas do bem em rumo bendito.
Prioriza teus valores, os morais,
Que te seguem a caminho do Infinito.
Essas provas, por ti foram escolhidas;
Recupera tua senda com vantagem!
Deixa o lodo que criaste noutras vidas,
Aproveita, para acerto, esta passagem!
Verte os olhos aos carentes e te integra;
Do Divino Mestre, segue Sua obra.
"Humildade sem ganância", tens a regra;
Com o irmão, divide tu o que te sobra!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Olivaldo Júnior
Mogi-Guaçu/SP
O ENCONTRO DAS ÁGUAS
(Encontro das Águas do Rio Negro com Rio Solimões)
Eras um rio, eu era outro,
e, num golpe do destino,
eu, menino, em desatino,
encontrei em suas águas
um consolo para mágoas
que já não movem,
nem comovem
nenhum dos meus
céleres moinhos.
Eras um rio, eu era outro,
mas, no mapa da história
que nos leva ao “tesouro”,
tive das águas meu ouro,
tive dos sonhos a glória,
tive das barcas meu rumo,
pretexto pra ver se arrumo
um tempo pra nós dois.
Assim, ao pé das casas
que anseiam ter asas,
ribeiras palhoças beira
rio, beira rua líquida
que leva ao mar, sereia
de água doce nos guia,
nos livra de sermos
tão sós a ponto de não
nos encontrarmos
e deixarmos um vagão
de esquecimento
nos levar toda a alegria.
Eras um rio, eu era outro,
cada qual em seu curso,
cada qual com o discurso
mais afiado e cercado
de peixes, caranguejos
que, no mangue ao lado,
careciam de mil beijos
pra ressuscitarem,
pra repaginarem
tantas páginas em branco,
tantas lágrimas em si.
Eras um rio, eu era outro.
Isso talvez tudo resuma.
Isso talvez jamais assuma
que éramos rio no corpo
e mar na alma, atlântico
que se curva ante o sopro
que empurra as águas
para o mesmo cais.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Pedro Du Bois
Balneário Camboriú/SC
CONFLITO
O homem traz o conflito de ser a imagem
acondicionada antes. O novo despreparado
negado na origem da altivez na fala
assumida pela estampa: reflexo calado
ao entrevisto. Conflitos atritam e luzes
esquecem ritos: gritos são escutados
ao longe que além da construção repousa
o bruxo e nele habita o homem em conflito.
Ser ele mesmo e o outro acreditado
em palavras e normas em números
e estatísticas em linguagens estrangeiras e livros
não abertos. Ter a cor e a descoloração dos anos
no adiantamento e carregar o atraso: por acaso
o homem aflito deixa na água cristalina do copo
o alívio por ser sedento em autonomia
e castigo: tem o conflito em geradas luzes
necessárias aos encontros no anacrônico
senso de o futuro despender o passado.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Vivaldo Terres
Itajaí/SC
ÍNDIA
Índia és das brasileiras a mais bela,
Das brasileiras, és a mais singela.
Cheia de simplicidade e amor.
És a flor que perfuma o ambiente,
És o sol que ilumina esta gente,
Enchendo o coração de luz e calor.
Este teu corpo moreno!
Que o belo sol irradia.
Transmite luz e alegria.
Para todos os teus irmãos.
És a fonte da humildade,
Banhada de esperança.
Com os cabelos soltos ao vento...
Pedindo apoio cristão.
Pois o teu povo sofrido!
Até então quase extinguido,
Vê em ti a salvação.
Sabem que és guerreira forte.
E que não temes a morte,
Com o bodoque na mão!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Fonte:
Todos os poemas foram enviados pelos respectivos/as poeta/isas
Ribeirão Preto/SP
MALAS
Quanta gente arrumando malas.
Desmanchando malas...
Fabricando sonhos, arquivando histórias.
Olhando ao longe a sua bela Terra...
Lágrimas como rios descem a serra.
Tempo para partir, tempo para chegar.
Tempo... Para mudar de vida.
Corações partidos, suspensos no ar.
Caminhos atrapalhados, desconhecidos.
Brasil, Santos, São Paulo.
Imigrantes chegando; navios repletos de sonhos.
Cheiro de malas velhas trazendo esperanças.
Chão estrangeiro: Brasil da verde serra.
Sou última imigrante...
Procuro minha mala entre tantas...
Mala transformada. Eu, artista da vida.
Fotografias, cartas...
Histórias novas e antigas.
Coração partido, tristeza e pranto,
Por ter deixado minha Pátria amada...
Ilusões de riquezas nunca realizadas.
São Paulo... Malas abertas.
Quanta gente trazendo artes escondidas,
Por entre chapéus e jornais.
Imagens de santos e castiçais.
Trajes tão diferentes...
Espelhos, refletindo a vida.
Relógios regulando o tempo...
Correndo por entre arranha-céus.
Pontes novas, e antigas.
Multidões desconhecidas,
com sonhos iguais, enlaçadas.
Ilusões no túnel do passado...
É o caminho do imigrante Italiano...
Povo de um só coração, fazendo história,
Uma realidade que não seja só memória.
Difundindo novas esperanças.
Na Verde Terra Brasileira...
Acolhedora e bela!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Clarisse da Costa
Biguaçu/SC
HORA DO ADEUS
Meu anjo negro
É hora de eu me desligar desse amor
Dizer adeus ao passado
E as marcas que ficaram
No corpo
Com o toque de suas mãos;
Sei que em algum momento
Você me amou;
Foi um breve instante
Entre a fantasia e a realidade;
Mas eu não posso
Viver de breves momentos;
Quero ter uma noite inteira
Só pra mim;
Quero ter o dia inteiro pra mim;
Então eu vou seguir;
Não espere que eu olhe pra trás;
É bem mais difícil não lhe amar.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Ógui Lourenço Mauri
Catanduva/SP
APRENDE A SER
Sem alarde, sem vanglória de teu feito,
Sê fraterno, segue os passos de Jesus.
Coração, pulsando o amor dentro do peito,
Planta Fé no Irmão Maior que te conduz!
Pugna sempre pelo "ser" antes do "ter",
Pois, dos bens materiais, não compensa o acúmulo.
Faze da fraternidade teu haver,
O tangível, tu não levas no além-túmulo.
Atitudes caridosas e que tais
São as rotas do bem em rumo bendito.
Prioriza teus valores, os morais,
Que te seguem a caminho do Infinito.
Essas provas, por ti foram escolhidas;
Recupera tua senda com vantagem!
Deixa o lodo que criaste noutras vidas,
Aproveita, para acerto, esta passagem!
Verte os olhos aos carentes e te integra;
Do Divino Mestre, segue Sua obra.
"Humildade sem ganância", tens a regra;
Com o irmão, divide tu o que te sobra!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Olivaldo Júnior
Mogi-Guaçu/SP
O ENCONTRO DAS ÁGUAS
(Encontro das Águas do Rio Negro com Rio Solimões)
Eras um rio, eu era outro,
e, num golpe do destino,
eu, menino, em desatino,
encontrei em suas águas
um consolo para mágoas
que já não movem,
nem comovem
nenhum dos meus
céleres moinhos.
Eras um rio, eu era outro,
mas, no mapa da história
que nos leva ao “tesouro”,
tive das águas meu ouro,
tive dos sonhos a glória,
tive das barcas meu rumo,
pretexto pra ver se arrumo
um tempo pra nós dois.
Assim, ao pé das casas
que anseiam ter asas,
ribeiras palhoças beira
rio, beira rua líquida
que leva ao mar, sereia
de água doce nos guia,
nos livra de sermos
tão sós a ponto de não
nos encontrarmos
e deixarmos um vagão
de esquecimento
nos levar toda a alegria.
Eras um rio, eu era outro,
cada qual em seu curso,
cada qual com o discurso
mais afiado e cercado
de peixes, caranguejos
que, no mangue ao lado,
careciam de mil beijos
pra ressuscitarem,
pra repaginarem
tantas páginas em branco,
tantas lágrimas em si.
Eras um rio, eu era outro.
Isso talvez tudo resuma.
Isso talvez jamais assuma
que éramos rio no corpo
e mar na alma, atlântico
que se curva ante o sopro
que empurra as águas
para o mesmo cais.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Pedro Du Bois
Balneário Camboriú/SC
CONFLITO
O homem traz o conflito de ser a imagem
acondicionada antes. O novo despreparado
negado na origem da altivez na fala
assumida pela estampa: reflexo calado
ao entrevisto. Conflitos atritam e luzes
esquecem ritos: gritos são escutados
ao longe que além da construção repousa
o bruxo e nele habita o homem em conflito.
Ser ele mesmo e o outro acreditado
em palavras e normas em números
e estatísticas em linguagens estrangeiras e livros
não abertos. Ter a cor e a descoloração dos anos
no adiantamento e carregar o atraso: por acaso
o homem aflito deixa na água cristalina do copo
o alívio por ser sedento em autonomia
e castigo: tem o conflito em geradas luzes
necessárias aos encontros no anacrônico
senso de o futuro despender o passado.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Vivaldo Terres
Itajaí/SC
ÍNDIA
Índia és das brasileiras a mais bela,
Das brasileiras, és a mais singela.
Cheia de simplicidade e amor.
És a flor que perfuma o ambiente,
És o sol que ilumina esta gente,
Enchendo o coração de luz e calor.
Este teu corpo moreno!
Que o belo sol irradia.
Transmite luz e alegria.
Para todos os teus irmãos.
És a fonte da humildade,
Banhada de esperança.
Com os cabelos soltos ao vento...
Pedindo apoio cristão.
Pois o teu povo sofrido!
Até então quase extinguido,
Vê em ti a salvação.
Sabem que és guerreira forte.
E que não temes a morte,
Com o bodoque na mão!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Fonte:
Todos os poemas foram enviados pelos respectivos/as poeta/isas
Nenhum comentário:
Postar um comentário