sexta-feira, 18 de março de 2022

Julia Martins e Grant Faulkner (Como Escrever uma História de Fantasia Convincente) Parte 3: Definindo os personagens


1. Crie criaturas não humanas para dar mais variedade ao enredo.

Essa variação dá um tom ainda mais fantástico à história — e a parte da criação em si é bastante divertida. Use criaturas míticas tradicionais, como elfos, fadas, ogros e vampiros, ou pense em algo completamente novo.

Se você usar criaturas míticas tradicionais, como vampiros ou sereias, descreva como eles são na sua história. Por exemplo: em Crepúsculo, os vampiros podem optar por não tomar sangue humano e brilham na luz do sol; em Buffy, por sua vez, a maioria deles não consegue controlar as tendências para o mal e morre quando é exposta à luz do dia.

Esse passo não é obrigatório em toda história fantástica. Pense bem no que faz sentido para você e o seu enredo. Você não precisa seguir à risca as convenções que já existem, afirma a escritora Julia Martins. "Os seus ogros são inteligentes? As fadas são criaturas perversas? O sol não afeta os seus vampiros?"

2. Pense nas motivações dos personagens.

Os personagens precisam de motivações próprias e pessoais para que o enredo tenha conflitos e resoluções: objetivos, influências de outras pessoas ou valores internos, por exemplo. O importante é dar pontos fortes e fracos que tornem essas pessoas (ou criaturas) tridimensionais.

Por exemplo: imagine que houve um tsunami no seu mundo fantástico e que o protagonista está em busca da família.

Pense no que o personagem quer. Por exemplo: talvez a protagonista Ramona tenha sido abandonada pela mãe e, agora, quer fazer parte de uma família. Por isso, ela acaba sendo apegada demais aos amigos — um defeito, mas que nesse caso é compreensível.

3. Conquiste os leitores com um herói que tenha uma motivação pura.

Toda história de fantasia tem um herói. Dê a ele traços únicos, bem como a determinação necessária para avançar o enredo. Coloque-o para lutar contra o antagonista e, assim, resolver o conflito central.

Geralmente, o herói não percebe que é especial logo de cara. Luke Skywalker não sabia que podia usar a força até conhecer Obi-Wan Kenobi; Harry Potter não sabia que era bruxo até conhecer Hagrid etc.

Use um personagem "comum" como herói. Os leitores vão se identificar mais com alguém que tenha uma vida relativamente normal (pelo menos no início).

Dê sinais de que o herói vai ser importante. Para isso, você pode contar a história da perspectiva dele.

4. Inclua um mentor para dar mais profundidade à história.

Muitas histórias fantásticas incluem a figura do mentor: ObiWan Kenobi em Star Wars, Hagrid e Dumbledore em Harry Potter e assim por diante. Use-o para orientar o progresso do herói.

No geral, o mentor é um personagem mais velho que o herói e está familiarizado com as regras e convenções da sociedade, além de saber desde o início que o herói é especial e importante.

Usar a figura do mentor é uma ótima forma de explicar as convenções do mundo de maneira que não pareça forçada. Pense só: não seria estranho se, em Star Wars, Luke explicasse como a força funciona diretamente para os telespectadores? O fato de que ObiWan fala do assunto deixa todo o roteiro mais crível.

5. Inclua um vilão memorável para tornar a história cativante.

O vilão é um dos principais elementos de toda história fantástica, já que funciona como um contraponto ao herói. Dê motivações claras ao personagem para torná-lo realista.

Por exemplo: em O Rei Leão, Scar quer governar o Reino e se sente menos importante que o irmão, Mufasa. Essa fome de poder guia todas as atitudes que ele toma ao longo do enredo.

Os leitores vão simpatizar mais com o vilão se entenderem a motivação dele. Por exemplo: pense em uma história trágica que explique por que ele se voltou para o lado do mal.
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continua... Parte 4: Escrevendo a história

Fonte:
Wikihow

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