domingo, 13 de março de 2022

Julia Martins e Grant Faulkner (Como Escrever uma História de Fantasia Convincente) Parte 1: Criando o mundo fantástico


Escrever uma história do gênero fantasia é um processo tremendamente recompensador. Para tornar o mundo mais realista, você precisa descrevê-lo em detalhes, criar regras em relação ao que é mágico e sobrenatural e desenvolver personagens interessantes e com motivações bem fundadas — tudo antes de escrever o enredo em si.

Leia as dicas deste artigo para se divertir com o processo e chamar a atenção dos leitores!

CRIANDO O MUNDO FANTÁSTICO

1. Descreva o ambiente físico do seu mundo de fantasia.

Como esse mundo é? Se quer dar um quê de realidade à história, você tem que ter uma visão clara do lugar onde ela acontece.

Descreva o céu, as casas e outras construções, o solo, a flora e a fauna para ajudar o leitor a visualizar tudo.

Você pode ambientar a história em um lugar maior ou menor: uma cidade, um planeta, o universo inteiro etc.

Se você quiser ambientar a história em um lugar que existe de verdade, descreva-o de forma clara ao leitor.

Por exemplo: a saga Harry Potter começa na Inglaterra, nos anos 1990, mas entra aos poucos em um mundo secreto.

A Terra Média, de O Senhor dos Anéis, é um ótimo exemplo de universo totalmente criado pelo autor.

Incorpore os sentidos às descrições. Qual é o cheiro do lugar? E a sensação de estar nele? O que os olhos dos personagens enxergam?

"Lembre-se de que o gênero 'fantasia' pode ser mais amplo ou mais limitado; a escolha é sua", afirma a escritora Julia Martins. "Você pode criar uma sociedade mágica secreta no mundo real (como J. K. Rowling fez em Harry Potter) ou pensar em um mundo complexo e que tenha países, culturas e magia próprios (como George R. R. Martin fez em As Crônicas de Gelo e Fogo). De qualquer forma, o que torna a fantasia 'crível' são os detalhes e o cuidado na escrita!"

2. Se necessário, desenhe um mapa do mundo.

Muitos autores famosos incluem mapas dos seus mundos fantásticos nas obras, como o da Terra Média de J. R. R. Tolkien. Isso é ainda melhor quando o enredo passa por vários lugares diferentes. Por isso, comece a mapear a região em papel e inclua os principais pontos históricos, cidades, rios, oceanos etc.

Desenhe árvores para representar as florestas, estrelas para indicar as capitais de cada região e ondulações para indicar os rios, riachos e oceanos.

Mesmo que você não vá incluir o mapa na cópia final da história, é legal imaginar o mundo em que ela acontece.

Você não está conseguindo desenhar o mapa?

"Se você não consegue desenhar o mapa, distribua alguns pedaços crus de macarrão em uma mesa. Depois, forme linhas e outros pontos com eles para representar o mundo em si!"

3. Descreva a cultura e o cenário político do mundo.

É aqui que você pode abusar da criatividade. Pense em detalhes como o sistema político, a  moeda, as práticas culturais comuns e a história.

Tudo isso vai dar mais profundidade ao mundo e torná-lo mais realista. Se você for ambientar a história em um lugar que existe de verdade, descreva os aspectos e a cultura do local de forma a fugir da vida real.

4. Decida em que nível tecnológico a sociedade se encontra.


Baseie o mundo fantástico em um momento histórico do mundo real. Se o enredo acontece no futuro, invente avanços tecnológicos que tornem todo o cenário futurista. Por outro lado, se ele acontece em um ponto primitivo da sociedade, inclua apenas instrumentos básicos, como carroças puxadas por cavalos em vez de carros voadores.

Pesquise sobre as tecnologias para torná-las mais realistas. Por exemplo: se você quer incorporar uma cura para o envelhecimento, leia textos e artigos sobre esse processo da vida real. Entenda como e por que as pessoas envelhecem para representar o assunto de forma realista nas páginas da história.

Se a história acontece na antiguidade, estude como as sociedades da época viviam. A tecnologia gera impacto em todo o mundo fantástico que você está criando. A dica da escritora Julia Martins é: "Não é porque a história é fantástica que ela não deve ter tecnologias. Contudo, depois de decidir em que estágio de desenvolvimento o mundo está, pense em como esse desenvolvimento afeta a vida dos personagens. Por exemplo: se não há carros ou trens, fica muito mais difícil percorrer longas distâncias!"
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Julia Martins, escritora aspirante que vive em Sâo Francisco, na Califórnia. Graduou-se na Stanford University e publicou na Rainy Day Magazine, da Cornell University; na Leland Quarterly, da Stanford University; e na Quarterly, da Bards and Sages

Grant Faulkner é Diretor Executivo da National Novel Writing Month (NaNoWriMo) e confundador da 100 Word Story, uma revista literária. Grant publicou dois livros sobre escrita e já escreveu para THe New York Times e Writer's Digest. É um dos apresentadores da Write-minded, um podcast semanal sobre escrita e o ramo editorial. Possui Mestrado em Escrita Criativa pela San Francisco State University.

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continua… Parte 2. Pensando em regras

Fonte:
Wikihow

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