Era ainda naquela época romântica onde não tínhamos os rádios Nextel: era tudo na base do radinho PX mesmo.
Em cada ponto final das linhas da Ingá, havia um desses rádios. O canal era um só, e sendo assim o que um falava era ouvido por todos. Sim, TODOS, em cada ponto.
Então vamos lá: Certa feita, o veículo do motorista Marcelo, modelo novíssimo, acendeu uma das luzes de alerta de problema (que chamamos na gíria dos rodoviários de "belga") no painel. Problema por problema, o motorista não sabia que símbolo era aquele, ou o que ele representava. Bem, ele sabia que era um problema mecânico ou elétrico, e a norma era uma só: que ele parasse o carro e ligasse para a oficina da garagem, requisitando instruções sobre como proceder.
Enquanto o motorista passava os passageiros para outro carro, solicitou ao cobrador que fosse até um telefone público (o popular orelhão) próximo, e ligasse para a empresa.
Ao atender, do outro lado, o rapaz da portaria colocou-o em contato via rádio com a oficina. Lá, o responsável perguntou:
– Alô, é da oficina. É para comunicar alguma belga?
- Sim, sim, é o carro prefixo Nit 101.045... Belgamos aqui perto da faculdade Plínio Leite.
- O que houve?
- Acendeu uma luz no painel, aí paramos o carro.
- Que luz que acendeu?
- Olha, eu não sei não...
- Você é o motorista? Como não sabe?
- Eu sou o cobrador. Mas ele também não sabe!
- Ué?!! Ele está aí perto? Chame ele aí, ou pergunte como é o símbolo que se acendeu.
O cobrador então perguntou ao motorista, que já havia colocado os passageiros em outro veículo, e foi lá novamente olhar no painel, comunicando então seu parecer ao cobrador.
- Olha, ele está dizendo aqui que nunca havia nem visto nem reparado nesse símbolo... Ele disse que se parece com um bolo... e outro símbolo por cima como uma faca... Ele tá dizendo que parece um bolo de festa ou aniversário...
Nesse terrível instante, o dono da empresa, o senhor Francisquinho, que ouvia a todo o estranho diálogo pelo rádio que havia em sua sala, tomou o comunicador e assumiu a palavra:
- Pois seu cobrador, aqui quem fala é seu patrão, o senhor Francisco. Diga ao motorista que a luz "que parece um bolo de aniversário" acendeu porque hoje é o aniversário desse carro. Isso mesmo. E diga para ele sair do volante e bater palmas, e você bata palmas também com ele, para comemorar!!!
Em cada ponto final das linhas da Ingá, havia um desses rádios. O canal era um só, e sendo assim o que um falava era ouvido por todos. Sim, TODOS, em cada ponto.
Então vamos lá: Certa feita, o veículo do motorista Marcelo, modelo novíssimo, acendeu uma das luzes de alerta de problema (que chamamos na gíria dos rodoviários de "belga") no painel. Problema por problema, o motorista não sabia que símbolo era aquele, ou o que ele representava. Bem, ele sabia que era um problema mecânico ou elétrico, e a norma era uma só: que ele parasse o carro e ligasse para a oficina da garagem, requisitando instruções sobre como proceder.
Enquanto o motorista passava os passageiros para outro carro, solicitou ao cobrador que fosse até um telefone público (o popular orelhão) próximo, e ligasse para a empresa.
Ao atender, do outro lado, o rapaz da portaria colocou-o em contato via rádio com a oficina. Lá, o responsável perguntou:
– Alô, é da oficina. É para comunicar alguma belga?
- Sim, sim, é o carro prefixo Nit 101.045... Belgamos aqui perto da faculdade Plínio Leite.
- O que houve?
- Acendeu uma luz no painel, aí paramos o carro.
- Que luz que acendeu?
- Olha, eu não sei não...
- Você é o motorista? Como não sabe?
- Eu sou o cobrador. Mas ele também não sabe!
- Ué?!! Ele está aí perto? Chame ele aí, ou pergunte como é o símbolo que se acendeu.
O cobrador então perguntou ao motorista, que já havia colocado os passageiros em outro veículo, e foi lá novamente olhar no painel, comunicando então seu parecer ao cobrador.
- Olha, ele está dizendo aqui que nunca havia nem visto nem reparado nesse símbolo... Ele disse que se parece com um bolo... e outro símbolo por cima como uma faca... Ele tá dizendo que parece um bolo de festa ou aniversário...
Nesse terrível instante, o dono da empresa, o senhor Francisquinho, que ouvia a todo o estranho diálogo pelo rádio que havia em sua sala, tomou o comunicador e assumiu a palavra:
- Pois seu cobrador, aqui quem fala é seu patrão, o senhor Francisco. Diga ao motorista que a luz "que parece um bolo de aniversário" acendeu porque hoje é o aniversário desse carro. Isso mesmo. E diga para ele sair do volante e bater palmas, e você bata palmas também com ele, para comemorar!!!
Fonte:
Ron Letta (Sammis Reachers). Rodorisos: histórias hilariantes do dia-a-dia dos Rodoviários.
São Gonçalo: Ed. do Autor, 2021.
Livro enviado pelo autor.
Ron Letta (Sammis Reachers). Rodorisos: histórias hilariantes do dia-a-dia dos Rodoviários.
São Gonçalo: Ed. do Autor, 2021.
Livro enviado pelo autor.
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