terça-feira, 15 de março de 2022

Julia Martins e Grant Faulkner (Como Escrever uma História de Fantasia Convincente) Parte 2: Pensando em regras


 1. Crie convenções sociais se a história acontece em um lugar fantástico.

Se você quer criar um mundo próprio, descreva as classes e convenções sociais que regem a sociedade para torná-lo mais realista. Quais são os costumes e rituais cotidianos?

Muitos escritores de fantasia baseiam as convenções sociais em aspectos do mundo real. Por exemplo: quase toda sociedade tem rituais como aniversário, casamento, velório e data comemorativas específicas, como o Natal. Tente pensar em alguns para o seu mundo. O que os personagens fazem quando ficam mais velhos? E quando alguém morre?

Estude outras culturas para ter novas ideias. A maioria dos autores de fantasia se inspira em histórias e culturas do mundo real.

Familiarize-se com rituais antigos ou de lugares isolados. Escreva mais do que o necessário. A dica da escritora Julia Martins é: "Nem toda convenção social que você criar tem que entrar na versão final da história. Só o fato de você ter pensado nesses detalhes já deixa o mundo bem mais crível e realista".

2. Decida como os elementos sobrenaturais funcionam na história.

Toda história fantástica traz elementos sobrenaturais. Determine se o mundo é mágico, se existem fantasmas, se eles podem interagir com os vivos e fale das origens dos poderes mágicos dos personagens. Por exemplo: eles são concedidos pelos deuses, parte natural do mundo ou conseguidos por meio de certos rituais?

Decida também se os poderes dos personagens são secretos. Por exemplo: se o personagem principal consegue conversar com fantasmas, será que os outros sabem disso?

3. Crie regras específicas sobre o uso de armas e objetos sobrenaturais.

Geralmente, as histórias fantásticas incluem armas ou outros objetos de origem sobrenatural. Se você quer incorporar esses itens ao enredo, descreva como eles funcionam.

No universo Harry Potter, por exemplo, a varinha escolhe o bruxo. Use regras assim para dar mais verossimilhança à narrativa.

Se os personagens usam um tipo específico de arma para lutar uns contra os outros, pesquise um pouco sobre o assunto. Por exemplo: se o protagonista é arqueiro, estude os termos e a forma de operação básica do arco e das flechas.

A parte mecânica da pedra da ressurreição em Harry Potter é um bom exemplo de descrição. Para que ela funcione, a pessoa tem que virá-la na mão três vezes enquanto pensa em quem quer trazer de volta à vida.

4. Siga as regras sempre à risca.

Seja consistente com as regras que você criar para o mundo fantástico. Os leitores vão ficar confusos e frustrados se elas mudarem de acordo com a situação ou o conflito. Não mude nada que já está estabelecido.

Por exemplo: na série Buffy, a Caça-Vampiros, só é possível ressuscitar alguém quando essa pessoa morre por causas sobrenaturais. Sendo assim, quando Tara é morta por uma bala perdida, Willow não consegue salvar a namorada. É um enredo trágico, mas que não foge das regras criadas antes — e, assim, a série fica mais consistente e crível.

Anote as regras conforme você desenvolve mais do enredo para não quebrá-las sem querer no futuro.
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continua… 3: Definindo os personagens

Fonte:
Wikihow

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