sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Recordando Velhas Canções (Folhas ao vento)


(valsa, 1934) 

Compositor: Milton Amaral

Tão mimosa
Graciosa e angelical
Nasceu em seu jardim uma linda flor
Naquela noite santa de Natal
No momento que juramos eterno amor
No entanto você tudo esqueceu
Trocando meu coração por outro ser
E a flor, ao ver a sua ingratidão
Murchou e em prantos se desfolhou
Até morrer.

Folhas ao vento
Já que o destino assim nos transformou
Envelheci
Na lucidez da imensa provação
Num labirinto
De tristeza e saudade
Num relicário, a cruci dor da ingratidão

Folhas ao vento
Quando a bonança veio me abraçar
Num desalento
Aquele amor fui encontrar
Numa igrejinha, tendo ao colo filhos seus
Pedindo uma esmola
Pelo amor de Deus!

A Dor da Ingratidão e o Passar do Tempo em 'Folhas ao Vento'
A música 'Folhas ao Vento' é uma obra que explora profundamente os temas da ingratidão, do amor perdido e do envelhecimento. A letra começa com uma imagem poética e angelical de uma flor que nasce em um jardim na noite de Natal, simbolizando um amor puro e promissor. No entanto, essa promessa de amor eterno é quebrada quando a pessoa amada troca o coração do narrador por outro, levando a flor a murchar e morrer em um ato de ingratidão.

O refrão 'Folhas ao vento' é uma metáfora poderosa que representa a fragilidade e a transitoriedade da vida e dos sentimentos. O narrador se vê envelhecendo, preso em um labirinto de tristeza e saudade, carregando a dor da ingratidão como um fardo pesado. A imagem das folhas ao vento sugere que, assim como as folhas são levadas pelo vento sem rumo, o narrador se sente perdido e desamparado diante da traição e do abandono.

No final da música, há um encontro inesperado e doloroso. O narrador encontra seu antigo amor em uma situação de desespero, pedindo esmola com os filhos em uma igrejinha. Esse momento de desalento revela a ironia do destino e a crueldade das circunstâncias, mostrando que o amor que um dia foi puro e promissor agora se encontra em ruínas. A música, portanto, é uma reflexão melancólica sobre a passagem do tempo, a fragilidade dos sentimentos humanos e a inevitabilidade da mudança.

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