Júlio Afrânio Peixoto, médico legista, político, professor, crítico, ensaísta, romancista, historiador literário, nasceu em Lençóis, nas Lavras Diamantinas, BA, em 17 de dezembro de 1876, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de janeiro de 1947.
Foram seus pais o capitão Francisco Afrânio Peixoto e Virgínia de Morais Peixoto. O pai, comerciante e homem de boa cultura, transmitiu ao filho os conhecimentos que auferiu ao longo de sua vida de autodidata.
Criado no interior da Bahia, cujos cenários constituem a situação de muitos dos seus romances, sua formação intelectual se fez em Salvador, onde se diplomou em Medicina, em 1897, como aluno laureado.
Sua tese inaugural, Epilepsia e crime, despertou grande interesse nos meios científicos do país e do exterior.
Em 1902, a chamado de Juliano Moreira, mudou-se para o Rio, onde foi inspetor de Saúde Pública (1902) e Diretor do Hospital Nacional de Alienados (1904).
Após concurso, foi nomeado professor de Medicina Legal da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1907) e assumiu os cargos de
Foram seus pais o capitão Francisco Afrânio Peixoto e Virgínia de Morais Peixoto. O pai, comerciante e homem de boa cultura, transmitiu ao filho os conhecimentos que auferiu ao longo de sua vida de autodidata.
Criado no interior da Bahia, cujos cenários constituem a situação de muitos dos seus romances, sua formação intelectual se fez em Salvador, onde se diplomou em Medicina, em 1897, como aluno laureado.
Sua tese inaugural, Epilepsia e crime, despertou grande interesse nos meios científicos do país e do exterior.
Em 1902, a chamado de Juliano Moreira, mudou-se para o Rio, onde foi inspetor de Saúde Pública (1902) e Diretor do Hospital Nacional de Alienados (1904).
Após concurso, foi nomeado professor de Medicina Legal da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1907) e assumiu os cargos de
- professor extraordinário da Faculdade de Medicina (1911);
- diretor da Escola Normal do Rio de Janeiro (1915);
- diretor da Instrução Pública do Distrito Federal (1916);
- deputado federal pela Bahia (1924-1930);
- professor de História da Educação do Instituto de Educação do Rio de Janeiro (1932).
- Reitor da Universidade do Distrito Federal, em 1935.
Após 40 anos de relevantes serviços à formação das novas gerações de seu país, aposentou-se.
A sua estréia na literatura se deu dentro da atmosfera do simbolismo, com a publicação, em 1900, do drama Rosa mística, curioso e original drama em cinco atos, luxuosamente impresso em Leipzig, com uma cor para cada ato.O próprio autor renegou essa obra, anotando, no exemplar existente na Biblioteca da Academia, a observação: “incorrigível. Só o fogo.”
Entre 1904 e 1906 viajou por vários países da Europa, com o propósito de ali aperfeiçoar seus conhecimentos no campo de sua especialidade, aliando também a curiosidade de arte e turismo ao interesse do estudo. Nessa primeira viagem à Europa travou conhecimento, a bordo, com a família de Alberto de Faria, futuro acadêmico, da qual viria a fazer parte, sete anos depois, ao casar-se com Francisca de Faria Peixoto. Quando da morte de Euclides da Cunha (1909), foi Afrânio Peixoto quem fez o laudo de autópsia.
Ao ir ao Rio, seu pensamento era de apenas ser médico, tanto que deixara de incursionar pela literatura após a publicação de Rosa mística. Sua obra médico-legal-científica avolumava-se.
O romance foi uma implicação a que o autor foi levado em decorrência de sua eleição para a Academia Brasileira de Letras, para a qual fora eleito à revelia, quando se achava no Egito, em sua segunda viagem ao exterior.
Começou a escrever o romance “A Esfinge”, o que fez em três meses antes da posse em 14 de agosto de 1911. O Egito inspirou-lhe o título e a trama novelesca, o eterno conflito entre o homem e a mulher que se querem, transposto para o ambiente requintado da sociedade carioca, com o então tradicional veraneio em Petrópolis, as conversas do mundanismo, versando sobre política, negócios da Bolsa, assuntos literários e artísticos, viagens ao exterior. Em certo momento, no capítulo “O Barro Branco”, conduz o personagem principal, Paulo, a uma cidade do interior, em visita a familiares ali residentes. Demonstra-nos Afrânio, nessa páginas, os aspectos da força telúrica com que impregnou a sua obra novelesca.
O romance, publicado em 1911, obteve um sucesso incomum e colocou seu autor em posto de destaque na galeria dos ficcionistas brasileiros. Na trilogia de romances regionalistas Maria Bonita (1914) Fruta do mato (1920) e Bugrinha (1922). Entre os romances urbanos escreveu “As razões do coração” (1925), “Uma mulher como as outras” (1928) e “Sinhazinha”(1929).
Dotado de personalidade fascinante, irradiante, animadora, além de ser um grande causeur e um primoroso conferencista, conquistava pessoas e auditórios pela palavra inteligente e encantadora. Como sucesso de crítica e prestígio popular, poucos escritores se igualaram na época a Afrânio Peixoto.
Na Academia, teve também intensa atividade. Pertenceu à
- Comissão de Redação da Revista (1911-1920);
- Comissão de Bibliografia (1918) e
- Comissão de Lexicografia (1920 e 1922).
Presidente da Casa de Machado de Assis em 1923, promoveu, junto ao embaixador da França, Alexandre Conty, a doação pelo governo francês do palácio Petit Trianon, construído para a Exposição da França no Centenário da Independência do Brasil.
Em 1923 criou a Biblioteca de Cultura Nacional dividida em : História, Literatura, Dispersos e Bio-bibliografia, iniciando esta série com a biografia de Castro Alves. Em sua homenagem a coleção passou a ter o nome de Coleção Afrânio Peixoto.
Como ensaísta escreveu importantes estudos sobre Camões, Castro Alves e Euclides da Cunha.
Em 1941 visitou a terra natal, Bahia, depois de 30 anos de ausência e publicou 2 livros: “Breviário da Bahia” (1945) e “Livro de Horas” (1947).
Afrânio Peixoto procurou resumir sua biografia o seu intenso labor intelectual exercido na cátedra e nas centenas de obras que publicou em dois versos: “Estudou e escreveu, nada mais lhe aconteceu.”
Era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia das Ciências de Lisboa; da Academia Nacional de Medicina Legal, do Instituto de Medicina de Madri e de outras instituições.
Na Academia Brasileira de Letras era ocupante da Cadeira 7, eleito em 7 de maio de 1910, na sucessão de Euclides da Cunha.
Principais obras:
Em 1923 criou a Biblioteca de Cultura Nacional dividida em : História, Literatura, Dispersos e Bio-bibliografia, iniciando esta série com a biografia de Castro Alves. Em sua homenagem a coleção passou a ter o nome de Coleção Afrânio Peixoto.
Como ensaísta escreveu importantes estudos sobre Camões, Castro Alves e Euclides da Cunha.
Em 1941 visitou a terra natal, Bahia, depois de 30 anos de ausência e publicou 2 livros: “Breviário da Bahia” (1945) e “Livro de Horas” (1947).
Afrânio Peixoto procurou resumir sua biografia o seu intenso labor intelectual exercido na cátedra e nas centenas de obras que publicou em dois versos: “Estudou e escreveu, nada mais lhe aconteceu.”
Era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia das Ciências de Lisboa; da Academia Nacional de Medicina Legal, do Instituto de Medicina de Madri e de outras instituições.
Na Academia Brasileira de Letras era ocupante da Cadeira 7, eleito em 7 de maio de 1910, na sucessão de Euclides da Cunha.
Principais obras:
- Rosa mística, drama (1900);
- Lufada sinistra, novela (1900);
- A esfinge, romance (1911);
- Maria Bonita, romance (1914);
- Minha terra e minha gente, história (1915);
- Poeira da estrada, crítica (1918);
- Trovas brasileiras (1919);
- Parábolas (1920);
- José Bonifácio, o velho e o moço, biografia (1920);
- Fruta do mato, romance (1920);
- Castro Alves, o poeta e o poema (1922);
- Bugrinha, romance (1922);
- Ensinar e ensinar (1923);
- Dicionário dos Lusíadas, filologia (1924);
- Camões e o Brasil, crítica (1926);
- Dinamene (1925);
- Arte poética, ensaio (1925);
- As razões do coração, romance (1925);
- Uma mulher como as outras, romance (1928);
- Sinhazinha (1929);
- Miçangas (1931);
- Viagem Sentimental (1931);
- História da literatura brasileira (1931);
- Castro Alves - ensaio biobibliográfico (1931);
- Panorama da literatura brasileira (1940);
- Pepitas, ensaio (1942);
- Amor sagrado e amor profano (1942);
- Despedida (1942);
- Obras completas (1942);
- Indes (1944);É (1944);
- Breviário da Bahia (1945);
- Livro de horas (1947);
- Obras literárias, ed. Jackson, 25 vols. (1944);
- Romances completos (1962);
- Trovas brasileiras (s.d.);
- Autos (s.d.).
Fonte:
Academia Brasileira de Letras
Nenhum comentário:
Postar um comentário