Duas Trovas Nacionais
Sê bondoso e destemido,
vigilante em teus caminhos.
Se não queres ser ferido,
evita plantar espinhos!
(FLÁVIO STEFANI/RS)
Uma Coisinha de nada
sintetiza imensa dor:
a florzinha abandonada
saudosa de um beija-flor!
(JEANETTE DE CNOP/PR)
Duas Trovas Potiguares
Em meio a pessoas loucas,
de tristeza eu me inundo.
Lembro então como são poucas
as alegrias do mundo.
(CLÉA REVOREDO/RN)
Em cada conto, que conto,
conto somente o que é meu,
e, dessa conta, eu desconto,
tudo aquilo que for seu.
(MARCOS MEDEIROS/RN)
Duas Trovas Premiadas
2008 > Bandeirantes/PR
Tema: AUDÁCIA - Menção Especial
Tem, do herói, santo ou profeta
2000 > Niterói/RJ
Tema > DELÍRIO > Menção Honrosa
Quando a ilusão me conclama
a esperar por quem não vem,
eu deliro... e, em minha cama,
beijo o lençol... sem ninguém...
(PEDRO MELO/SP)
Simplesmente Poesia
– Graça Graúna/RN –
MIRAGENS.
À meia luz
escudados nos sonhos
despistaram o medo de amar
e só diante do espelho admitiram
que a nudez é um perigo
capaz de intimidar o Amor
...depois do amor a espera
sem pressa, sem dor
depois do amor
o desejo natural
de repousar entre lençóis
e continuar a loucura
que não se vê em jornais.
Escudados nos sonhos
beberam a angústia do ser
na boca molhada de suor e sexo
seguindo o infinito
neste sopro de adeus...
– Ferreira Gullar/MA –
INSETO
Um inseto é mais complexo que um poema
Não tem autor
Move-o uma obscura energia
Um inseto é mais complexo que uma hidrelétrica
Também mais complexo
que uma hidrelétrica
é um poema
(menos complexo que um inseto)
e pode às vezes
(o poema)
com sua energia
iluminar a avenida
ou quem sabe
uma vida.
Duas Trovas de Ademar
Se me encontrares sozinho,
e, se nos tornarmos nós...
Mato você de carinho
debaixo dos meus lençóis!
(ADEMAR MACEDO/RN)
Um monumento de luz
fez-se em mim arquitetado
na mensagem que Jesus
disse, ao ser crucificado.
(ADEMAR MACEDO/RN)
...E Suas Trovas Ficaram
As coisas simples, modestas,
encerram saber profundo.
Nasceu, sem plumas e festas,
o Maior Homem do mundo!
(LUCY SOTHER ROCHA/MG)
Eu serei a vida inteira
por você, o que quiser...
esposa, mãe, companheira,
ou, simplesmente, mulher!
(MARIA DOLORES PAIXÃO/MG)
Duas Estrofes dos Dias 8 e 9 de fevereiro
Corre um gato miando numa bica,
ferve um bule com chá de capim santo,
a cantiga de um galo em cada canto,
a fumaça de um prato de canjica,
um cachorro medroso se estica,
benzedeira curando mal olhado,
um frangote caçôa admirado
de um matuto que puxa uma marrã;
quando o sol beija a face da manhã
o sertão vira um reino encantado.
(HÉLIO CRISANTO/RN)
Uma vaca no curral
lambendo o bezerro novo,
um tejo bebendo ovo
escondido no quintal;
uma tramela de pau
é a tranca do portão,
mulher catando algodão
vaqueiro entrando no mato;
tudo isso é o retrato
das coisas do meu sertão.
(LUCAS CORREIA/CE)
Dois Soneto dos Dias 8 e 9 de fevereiro
– Darly O. Barros/SP –
CANTARES
Meu estro, qual estertorante fio
lodoso, a rastejar por um deserto,
vacila, em aceitar o desafio
das folhas brancas de um caderno aberto...
- Hesitação não é do teu feitio,
faze sonora a pena que te oferto,
quero-a vibrante, como a voz de um rio,
que tem, no mar, o seu destino certo;
mas, te lembrando , sempre, que és poeta,
que dês à voz a entonação correta
quando de paz falares, vai, avança,
leva o teu canto a todos os lugares
e, que ao dulçor do som dos teus cantares,
o mundo colha um sopro de esperança!
– Dorothy Jansson Moretti/SP –
FOLHA NA TEMPESTADE
A tarde é fria e escura. Do céu turbulento,
a chuva, em grossos fios, cai sobre as calçadas,
e os carros, pela rua, em louco movimento,
espirram, sem consciência, as águas empoçadas.
Fugindo ao temporal, pessoas apressadas
inconscientes, também, sem parar um momento,
ignoram ao passar, entanguidas, geladas,
duas crianças sós, sem o mínimo alento.
Acaso importa a alguém que o vento instigue ou tolha,
ou leve a qualquer lado as folhas arrancadas?
A criança de rua é também uma folha
arremessada ao vento, em plena tempestade...
E há de rolar sozinha até quando a recolha
o carinho de alguém... e de um lar de verdade.
Fonte:
Ademar Macedo
Sê bondoso e destemido,
vigilante em teus caminhos.
Se não queres ser ferido,
evita plantar espinhos!
(FLÁVIO STEFANI/RS)
Uma Coisinha de nada
sintetiza imensa dor:
a florzinha abandonada
saudosa de um beija-flor!
(JEANETTE DE CNOP/PR)
Duas Trovas Potiguares
Em meio a pessoas loucas,
de tristeza eu me inundo.
Lembro então como são poucas
as alegrias do mundo.
(CLÉA REVOREDO/RN)
Em cada conto, que conto,
conto somente o que é meu,
e, dessa conta, eu desconto,
tudo aquilo que for seu.
(MARCOS MEDEIROS/RN)
Duas Trovas Premiadas
2008 > Bandeirantes/PR
Tema: AUDÁCIA - Menção Especial
Tem, do herói, santo ou profeta
- em meio às guerras e à dor –
a mesma audácia, o poeta
que teima em falar de amor!
THEREZINHA DIEGUEZ BRISOLLA – SP
2000 > Niterói/RJ
Tema > DELÍRIO > Menção Honrosa
Quando a ilusão me conclama
a esperar por quem não vem,
eu deliro... e, em minha cama,
beijo o lençol... sem ninguém...
(PEDRO MELO/SP)
Simplesmente Poesia
– Graça Graúna/RN –
MIRAGENS.
À meia luz
escudados nos sonhos
despistaram o medo de amar
e só diante do espelho admitiram
que a nudez é um perigo
capaz de intimidar o Amor
...depois do amor a espera
sem pressa, sem dor
depois do amor
o desejo natural
de repousar entre lençóis
e continuar a loucura
que não se vê em jornais.
Escudados nos sonhos
beberam a angústia do ser
na boca molhada de suor e sexo
seguindo o infinito
neste sopro de adeus...
– Ferreira Gullar/MA –
INSETO
Um inseto é mais complexo que um poema
Não tem autor
Move-o uma obscura energia
Um inseto é mais complexo que uma hidrelétrica
Também mais complexo
que uma hidrelétrica
é um poema
(menos complexo que um inseto)
e pode às vezes
(o poema)
com sua energia
iluminar a avenida
ou quem sabe
uma vida.
Duas Trovas de Ademar
Se me encontrares sozinho,
e, se nos tornarmos nós...
Mato você de carinho
debaixo dos meus lençóis!
(ADEMAR MACEDO/RN)
Um monumento de luz
fez-se em mim arquitetado
na mensagem que Jesus
disse, ao ser crucificado.
(ADEMAR MACEDO/RN)
...E Suas Trovas Ficaram
As coisas simples, modestas,
encerram saber profundo.
Nasceu, sem plumas e festas,
o Maior Homem do mundo!
(LUCY SOTHER ROCHA/MG)
Eu serei a vida inteira
por você, o que quiser...
esposa, mãe, companheira,
ou, simplesmente, mulher!
(MARIA DOLORES PAIXÃO/MG)
Duas Estrofes dos Dias 8 e 9 de fevereiro
Corre um gato miando numa bica,
ferve um bule com chá de capim santo,
a cantiga de um galo em cada canto,
a fumaça de um prato de canjica,
um cachorro medroso se estica,
benzedeira curando mal olhado,
um frangote caçôa admirado
de um matuto que puxa uma marrã;
quando o sol beija a face da manhã
o sertão vira um reino encantado.
(HÉLIO CRISANTO/RN)
Uma vaca no curral
lambendo o bezerro novo,
um tejo bebendo ovo
escondido no quintal;
uma tramela de pau
é a tranca do portão,
mulher catando algodão
vaqueiro entrando no mato;
tudo isso é o retrato
das coisas do meu sertão.
(LUCAS CORREIA/CE)
Dois Soneto dos Dias 8 e 9 de fevereiro
– Darly O. Barros/SP –
CANTARES
Meu estro, qual estertorante fio
lodoso, a rastejar por um deserto,
vacila, em aceitar o desafio
das folhas brancas de um caderno aberto...
- Hesitação não é do teu feitio,
faze sonora a pena que te oferto,
quero-a vibrante, como a voz de um rio,
que tem, no mar, o seu destino certo;
mas, te lembrando , sempre, que és poeta,
que dês à voz a entonação correta
quando de paz falares, vai, avança,
leva o teu canto a todos os lugares
e, que ao dulçor do som dos teus cantares,
o mundo colha um sopro de esperança!
– Dorothy Jansson Moretti/SP –
FOLHA NA TEMPESTADE
A tarde é fria e escura. Do céu turbulento,
a chuva, em grossos fios, cai sobre as calçadas,
e os carros, pela rua, em louco movimento,
espirram, sem consciência, as águas empoçadas.
Fugindo ao temporal, pessoas apressadas
inconscientes, também, sem parar um momento,
ignoram ao passar, entanguidas, geladas,
duas crianças sós, sem o mínimo alento.
Acaso importa a alguém que o vento instigue ou tolha,
ou leve a qualquer lado as folhas arrancadas?
A criança de rua é também uma folha
arremessada ao vento, em plena tempestade...
E há de rolar sozinha até quando a recolha
o carinho de alguém... e de um lar de verdade.
Fonte:
Ademar Macedo
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