INTERESSAR
Sou do desinteresse o ouvido
parco das novidades, o mundo
na extensão da casca do ovo
não procuro o novo
e a novidade flutua
ante meus olhos
(não há importância
na descoberta: o novo
derruba o que resta).
RECOMEÇO
Sou remanescente, lado avesso
ao desconhecimento. O oposto ao corpo,
luz. A bravura da ovelha, o cão guardando
o rebanho. Recomeço.
Habito terras desprezadas e me faço estéril
pensamento. Guardo a palavra.
Sou vento impreciso e ágil
sobre a cobertura. Espalho a poeira
e a misturo entre lajes.
HÓSPEDES
Hóspede na inutilidade perco
a paciência em obviedades:
ao responder anseios interiores
rasgo paredes com palavras
alarmadas ao milagre e refaço
a noite divulgada ao acaso: junto
o teor do expediente e o declino
em versos: no inverso da jornada
esqueço a escala crescente
das necessidades:
hospedo a maldade
ultrapassada.
Sobram cicatrizes em calosidades:
esquecer ainda é o maior mistério
CRESCER
A antevisão do inferno
conforma a figura ensinada
enquanto criança: ter sido
criança antes
da história
adulterada
o menino ativa idéias
descomunais ao corpo
ingente, purgado
em vitaminas inexistentes
o inferno desdobrado
em passos: passado
recoberto em eras.
Floresta desbastada.
DESPREZO
Desprezado ao sustento
despedaço o corpo à estrada: ir e vir
em bifurcado
corpo
estraçalho a vontade
ao recontar pedaços
inaproveitáveis
repouso antes da viagem
na longitude programada
imerso em pensamentos
penso a passagem
do pássaro escalado
ao morro atrás da casa
ao sustento identifico
a fome: restam fatias
intercaladas.
Fonte:
O Autor
Sou do desinteresse o ouvido
parco das novidades, o mundo
na extensão da casca do ovo
não procuro o novo
e a novidade flutua
ante meus olhos
(não há importância
na descoberta: o novo
derruba o que resta).
RECOMEÇO
Sou remanescente, lado avesso
ao desconhecimento. O oposto ao corpo,
luz. A bravura da ovelha, o cão guardando
o rebanho. Recomeço.
Habito terras desprezadas e me faço estéril
pensamento. Guardo a palavra.
Sou vento impreciso e ágil
sobre a cobertura. Espalho a poeira
e a misturo entre lajes.
HÓSPEDES
Hóspede na inutilidade perco
a paciência em obviedades:
ao responder anseios interiores
rasgo paredes com palavras
alarmadas ao milagre e refaço
a noite divulgada ao acaso: junto
o teor do expediente e o declino
em versos: no inverso da jornada
esqueço a escala crescente
das necessidades:
hospedo a maldade
ultrapassada.
Sobram cicatrizes em calosidades:
esquecer ainda é o maior mistério
CRESCER
A antevisão do inferno
conforma a figura ensinada
enquanto criança: ter sido
criança antes
da história
adulterada
o menino ativa idéias
descomunais ao corpo
ingente, purgado
em vitaminas inexistentes
o inferno desdobrado
em passos: passado
recoberto em eras.
Floresta desbastada.
DESPREZO
Desprezado ao sustento
despedaço o corpo à estrada: ir e vir
em bifurcado
corpo
estraçalho a vontade
ao recontar pedaços
inaproveitáveis
repouso antes da viagem
na longitude programada
imerso em pensamentos
penso a passagem
do pássaro escalado
ao morro atrás da casa
ao sustento identifico
a fome: restam fatias
intercaladas.
Fonte:
O Autor
Um comentário:
Caro Feldman, mais uma vez, grato pela gentileza do destaque dado aos meus poemas. Boa mudança. Abraços, Pedro.
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