Maria Augusta Beraldo Leite Mota nasceu em Piquete no dia 18 de fevereiro de 1930, filha de Horácio Pereira Leite e Maria de Lourdes Beraldo Leite. Faleceu em 26 de janeiro de 2011.
Professora, poetisa, trovadora, cronista, romancista, historiadora, jornalista, biógrafa.
Nasceu Maria - Maria Augusta Beraldo Leite. Maria Augusta tornou-se Mariinha e assim ficou sendo por toda a sua vida: Mariinha do Horácio; depois, Mariinha do Geraldo; mais adiante, professora e poetisa Mariinha Mota.
Saída das faldas da Mantiqueira, Mariinha Mota cresceu através de seus versos e de sua arte, impulsionada apenas pela força de sua inteligência e sensibilidade. Voou Brasil afora nas asas de suas rimas.
Filha de Horácio Pereira Leite, fazendeiro e chefe político do Vale do Paraíba, em São Paulo, membro de tradicional família de cafeicultores da região e de sua segunda esposa, Maria de Lourdes Alves Beraldo, Mariinha nasceu de um amor temporão e como tal foi adorada e mimada pelo pai.
Horácio Pereira Leite nasceu em Bananal, SP, casando-se em primeiras núpcias, com Corina Jardim, também de tradicional família do norte fluminense. O casal teve seis filhos, todos Pereira Leite: Maria, José, Paulo, Irtes, Haroldo e Moema.
O declínio da cafeicultura no Vale do Paraíba fez com que Horácio diversificasse seus negócios e se dedicasse à pecuária.
Além de fazendeiro, Horácio possuiu fábrica de refrescos, açougue, restaurante, olaria e foi proprietário do primeiro jornal da cidade de Piquete: o quinzenário "Sentinella", que iniciou sua circulação em 18/09/1927, tendo como redator o Prof. José Ribeiro da Silva. Juiz de Paz, delegado, dono de terras e gado, Horácio foi o doador dos terrenos do cemitério de Piquete e ajudou a construir ruas e casas da cidade que então se formava.
Dois de seus descendentes herdaram-lhe a veia política, tornando-se prefeitos de Piquete: seu neto José Armando de Castro Ferreira e seu filho Luiz Carlos Beraldo Leite. Enviuvando, Horácio casou-se com a jovem Maria de Lourdes Alves Beraldo; tão jovem era a noiva, que possuía a mesma idade de Maria, sua filha mais velha. Com ela, Horácio viveu um grande amor, tornando-a a pessoa mais importante de sua vida. O mundo era pequeno para que ele o pusesse aos pés de sua adorada e de seus filhos, dos quais Mariinha era a primogênita.
Maria de Lourdes descendia, através de seu pai José Alves Beraldo, do clã Beraldo, do Sul de Minas. Sua mãe, Maria Augusta Alves Beraldo, era natural de Guaratinguetá, SP e falecera quando Lourdes contava apenas nove anos de idade, deixando oito filhos: Ovídio, Ormindo, Carlos, José, Lourdes, Álvaro, Messias e Josepha, todos Alves Beraldo. Maria de Lourdes educou-se no Colégio do Carmo, em Guaratinguetá, onde sua mãe também estudara e pertencera às primeiras turmas deste estabelecimento de ensino. Saindo do Colégio do Carmo, Lourdes, cujo pai casara-se em segundas núpcias, morou até o seu casamento com o irmão mais velho Ovídio Alves Beraldo e sua esposa Alcina Ribeiro Beraldo. Ovídio dedicara-se à carreira militar, à princípio no Exército e depois na Aeronáutica, tendo servido no teatro de operações da Segunda Guerra Mundial, como oficial da FEB. Passou à reserva em 1962, como Major Brigadeiro, após uma carreira brilhante.
Do segundo casamento de José Alves Beraldo nasceu um nono filho: Osvaldo Alves Beraldo, advogado, professor universitário e um dos fundadores da Universidade de Taubaté, SP. O casal Maria de Lourdes e Horácio teve seis filhos: Maria Augusta, João Roberto, Antônio Carlos, Suzana Maria, Luiz Carlos e José Sílvio, todos Beraldo Leite.
Mariinha estudou em Piquete nos seus primeiros anos de vida. Inteligente e vivaz, despertou a atenção de suas professoras e do padre da cidade, que alertaram o velho fazendeiro sobre o grande potencial de sua filha. Maria Augusta encaminhou-se, então, para Guaratinguetá, o maior centro cultural do Vale do Paraíba, na época.
Sob os cuidados de seu jovem tio Osvaldo, freqüentou o Colégio Nogueira da Gama, por dois anos. Quando Osvaldo seguiu para cursar Direito na Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo, Mariinha foi matriculada no Colégio do Carmo, comandado por freiras salesianas, fechando o ciclo das três gerações consecutivas, que ali se educaram.
Desde tenra idade, Mariinha desenvolveu o gosto pela poesia, literatura e história. Quando menina, sonhava declamar poemas maravilhosos de sua autoria, dos quais não se recordava ao acordar.
Sensível, apaixonou-se pela vida tranqüila das freiras do Carmo e quis tornar-se uma delas. "Cheguei a usar a capinha de noviça", conta com orgulho. Não conseguiu a aprovação de seu pai que exigiu sua permanência fora do colégio por um ano, antes de seguir sua vocação.
De volta a Piquete, convidada para dar aulas de Educação Física na Escola Industrial da Fábrica Presidente Vargas, Mariinha deparou-se com os olhos azuis de um "expedicionário". Geraldo Silvia Mota, filho de um imigrante italiano com uma mineira de Baependi, pistonista de primeira linha, recém chegado da Segunda Guerra Mundial, povoou seus sonhos de adolescente e a fez esquecer o claustro.
Casaram-se em 30 de setembro de 1947, quando Mariinha contava apenas 17 anos. Sua filha mais velha recebeu o nome da padroeira das freiras do Carmo: Maria Auxiliadora, como uma compensação devida pelo abandono da vocação.
Mariinha abriu uma loja de tecidos finos e rendas, mas a necessidade de desabrochar a sua inteligência era intensa.
Quando foi criada, em Piquete, a Escola Normal Duque de Caxias, Mariinha, então com duas filhas, vendeu sua loja e retornou aos estudos.
Com Mariinha, na Escola Normal, diplomou-se uma plêiade de jovens senhores e senhoras, que brilhariam, posteriormente, no magistério e na vida cultural do Vale do Paraíba.
Concursada e aprovada como professora do Estado de São Paulo, Mariinha trabalhou, por algum tempo, em uma escola rural de Cunha, SP, para onde levou seus filhos pequenos, acrescidos do caçulinha, ainda bebê, Salvador Augusto e de Nancy Maria, filha escolhida pelo seu coração, por ela salva das vicissitudes da vida.
Mais tarde, Mariinha escolheria outra pequena menina - Maria Benedita Inácio, a Lili - para completar o seu lar. Durante alguns anos, posteriormente, Tony, também cresceria ao lado de seus filhos.
Retornando à Piquete, como professora do Grupo Escolar Antônio João, Mariinha dedicou-se aos seus alunos, não limitando-se às aulas cotidianas: montou grupos de teatro e declamação, fanfarras; organizou desfiles grandiosos, com carros alegóricos criativos e movimentados. Participou de campanhas filantrópicas várias, como a Campanha do Agasalho, Natal dos Pobres e Campanha do Quilo Mensal, não descurando a formação moral e intelectual de seus filhos.
Embora com saúde precária, tendo sido submetida a várias e seguidas intervenções cirúrgicas, inclusive uma nefrectomia, continuava em suas lides. Declamadora de escol, não só arrebatou inúmeros prêmios em concursos de declamação, como preparou suas filhas e alunos, que também se destacaram nestas apresentações.
A caravana de declamadores de Piquete, encabeçada pela professora Mariinha Mota, era respeitada pelo Vale do Paraíba e Sul de Minas. Mariinha começou a compor seus poemas, tendo os sonetos como primeira forma de expressão, seguidos por trovas, peças de teatro e poemas infantis, que espalhavam-se pelas páginas literárias dos jornais e revistas da região.
Em 1968, inesperadamente, seu filho caçula, Salvador Augusto, com dez anos de idade, faleceu acometido por um osteossarcoma. Mariinha não esmoreceu. Havia uma família a ser educada que apenas se esboçava; tudo dependia de sua força e equilíbrio.
Em 1973 retornou aos bancos escolares, formando-se em pedagogia e letras: língua portuguesa e inglês. Passou a lecionar para adolescentes, mas preferiu sempre as crianças.
Em memória de seu filhinho tornou-se uma das fundadoras, em Piquete, de um movimento ligado à Rede Feminina de Combate ao Câncer.
Aposentada, dedicou-se totalmente à literatura e, da pequena cidade de Piquete, espalhava-se através de seus versos, por todo o Brasil, chegando a assumir uma cadeira na Academia de Letras do Vale do Paraíba.
Uma doença neurológica incapacitante impediu a continuação de seu brilho, mas não apagou a beleza de sua trajetória, cultuada por seus descendentes, que procuram transmitir aos filhos a história da inteligência e sensibilidade desta menina fazendeira e brincalhona que nasceu Maria.
Detentora de grande número de prêmios em poesia e prosa, nacionais e internacionais, foi eleita pela revista belga "Poemas" para o seu "Tableau D'Honneur - 1982", como uma das seis intelectuais brasileiras de maior renome internacional.
Publicou diversas obras, muitos trabalhos traduzidos para o francês, inglês, espanhol e grego.
São composições de sua lavra:
Ascese (sonetos),
Ascetério (poemas),
Acendalhas (poesias infantis),
Vida Afora (trovas),
Per Viam Vitae (trovas),
Três Artistas Baipendianos (biografias),
Res Non Verba (crônicas),
Filipe II e sua História (romance) e
Bárbara Heliodora e a Inconfidência (estudo histórico).
Seu nome figura em diversas antologias, como Trovadores do Vale, Crônicas de Barra Mansa, Poetas Valeparaibanos, Roteiro Biobibliográfico da Poesia Feminina no Brasil, Anuário de Coletânea de Trovas Brasileiras - 1978 e 1979, Poetas do Brasil - 1977, 1978 e 1979, A Trova no Brasil, Escritores do Brasil - 1978 e 1979, Coletânea de Contos e Poesia e Dicionário Conciso de Autores Brasileiros.
Pertenceu a diversas associações culturais:
Academia de Letras do Vale do Paraíba, cadeira número 27, patronímica de José de Anchieta;
Academia de Letras de Uruguaiana,
Academia Internacional de Letras "Três Fronteiras" (Brasil, Argentina e Uruguai),
Academia de Letras da Fronteira Sudoeste do Rio Grande do Sul,
Academia de Trovadores da Fronteira Sudoeste do Rio Grande do Sul,
Associação Uruguaianense de Escritores e Editores,
Academia Internacional de Heráldica e Genealogia,
Academia Internacional de Ciências Humanísticas e
Instituto Histórico e Geográfico de Uruguaiana.
Obteve onze medalhas de ouro e prata e inúmeros diplomas conquistados em concursos de declamação no Vale do Paraíba e Sul de Minas,
diploma de Honra ao Mérito do Instituto Histórico e Geográfico de Uruguaiana,
diploma e medalha "Mérito Cultural - 1978" da Federação de Academias do Sul do País,
diploma e medalha "Mérito Cultural - 1979", da Academia de Trovadores da Fronteira Sudoeste do Rio Grande do Sul e
Troféu Evangelina Cavalcanti - Recife, Pernambuco.
Fontes:
http://depressaoepoesia.ning.com/profiles/blogs/minha-mamae-mariinha-mota-e
http://mariinhamotapoeta.blogspot.com/
Professora, poetisa, trovadora, cronista, romancista, historiadora, jornalista, biógrafa.
Nasceu Maria - Maria Augusta Beraldo Leite. Maria Augusta tornou-se Mariinha e assim ficou sendo por toda a sua vida: Mariinha do Horácio; depois, Mariinha do Geraldo; mais adiante, professora e poetisa Mariinha Mota.
Saída das faldas da Mantiqueira, Mariinha Mota cresceu através de seus versos e de sua arte, impulsionada apenas pela força de sua inteligência e sensibilidade. Voou Brasil afora nas asas de suas rimas.
Filha de Horácio Pereira Leite, fazendeiro e chefe político do Vale do Paraíba, em São Paulo, membro de tradicional família de cafeicultores da região e de sua segunda esposa, Maria de Lourdes Alves Beraldo, Mariinha nasceu de um amor temporão e como tal foi adorada e mimada pelo pai.
Horácio Pereira Leite nasceu em Bananal, SP, casando-se em primeiras núpcias, com Corina Jardim, também de tradicional família do norte fluminense. O casal teve seis filhos, todos Pereira Leite: Maria, José, Paulo, Irtes, Haroldo e Moema.
O declínio da cafeicultura no Vale do Paraíba fez com que Horácio diversificasse seus negócios e se dedicasse à pecuária.
Além de fazendeiro, Horácio possuiu fábrica de refrescos, açougue, restaurante, olaria e foi proprietário do primeiro jornal da cidade de Piquete: o quinzenário "Sentinella", que iniciou sua circulação em 18/09/1927, tendo como redator o Prof. José Ribeiro da Silva. Juiz de Paz, delegado, dono de terras e gado, Horácio foi o doador dos terrenos do cemitério de Piquete e ajudou a construir ruas e casas da cidade que então se formava.
Dois de seus descendentes herdaram-lhe a veia política, tornando-se prefeitos de Piquete: seu neto José Armando de Castro Ferreira e seu filho Luiz Carlos Beraldo Leite. Enviuvando, Horácio casou-se com a jovem Maria de Lourdes Alves Beraldo; tão jovem era a noiva, que possuía a mesma idade de Maria, sua filha mais velha. Com ela, Horácio viveu um grande amor, tornando-a a pessoa mais importante de sua vida. O mundo era pequeno para que ele o pusesse aos pés de sua adorada e de seus filhos, dos quais Mariinha era a primogênita.
Maria de Lourdes descendia, através de seu pai José Alves Beraldo, do clã Beraldo, do Sul de Minas. Sua mãe, Maria Augusta Alves Beraldo, era natural de Guaratinguetá, SP e falecera quando Lourdes contava apenas nove anos de idade, deixando oito filhos: Ovídio, Ormindo, Carlos, José, Lourdes, Álvaro, Messias e Josepha, todos Alves Beraldo. Maria de Lourdes educou-se no Colégio do Carmo, em Guaratinguetá, onde sua mãe também estudara e pertencera às primeiras turmas deste estabelecimento de ensino. Saindo do Colégio do Carmo, Lourdes, cujo pai casara-se em segundas núpcias, morou até o seu casamento com o irmão mais velho Ovídio Alves Beraldo e sua esposa Alcina Ribeiro Beraldo. Ovídio dedicara-se à carreira militar, à princípio no Exército e depois na Aeronáutica, tendo servido no teatro de operações da Segunda Guerra Mundial, como oficial da FEB. Passou à reserva em 1962, como Major Brigadeiro, após uma carreira brilhante.
Do segundo casamento de José Alves Beraldo nasceu um nono filho: Osvaldo Alves Beraldo, advogado, professor universitário e um dos fundadores da Universidade de Taubaté, SP. O casal Maria de Lourdes e Horácio teve seis filhos: Maria Augusta, João Roberto, Antônio Carlos, Suzana Maria, Luiz Carlos e José Sílvio, todos Beraldo Leite.
Mariinha estudou em Piquete nos seus primeiros anos de vida. Inteligente e vivaz, despertou a atenção de suas professoras e do padre da cidade, que alertaram o velho fazendeiro sobre o grande potencial de sua filha. Maria Augusta encaminhou-se, então, para Guaratinguetá, o maior centro cultural do Vale do Paraíba, na época.
Sob os cuidados de seu jovem tio Osvaldo, freqüentou o Colégio Nogueira da Gama, por dois anos. Quando Osvaldo seguiu para cursar Direito na Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo, Mariinha foi matriculada no Colégio do Carmo, comandado por freiras salesianas, fechando o ciclo das três gerações consecutivas, que ali se educaram.
Desde tenra idade, Mariinha desenvolveu o gosto pela poesia, literatura e história. Quando menina, sonhava declamar poemas maravilhosos de sua autoria, dos quais não se recordava ao acordar.
Sensível, apaixonou-se pela vida tranqüila das freiras do Carmo e quis tornar-se uma delas. "Cheguei a usar a capinha de noviça", conta com orgulho. Não conseguiu a aprovação de seu pai que exigiu sua permanência fora do colégio por um ano, antes de seguir sua vocação.
De volta a Piquete, convidada para dar aulas de Educação Física na Escola Industrial da Fábrica Presidente Vargas, Mariinha deparou-se com os olhos azuis de um "expedicionário". Geraldo Silvia Mota, filho de um imigrante italiano com uma mineira de Baependi, pistonista de primeira linha, recém chegado da Segunda Guerra Mundial, povoou seus sonhos de adolescente e a fez esquecer o claustro.
Casaram-se em 30 de setembro de 1947, quando Mariinha contava apenas 17 anos. Sua filha mais velha recebeu o nome da padroeira das freiras do Carmo: Maria Auxiliadora, como uma compensação devida pelo abandono da vocação.
Mariinha abriu uma loja de tecidos finos e rendas, mas a necessidade de desabrochar a sua inteligência era intensa.
Quando foi criada, em Piquete, a Escola Normal Duque de Caxias, Mariinha, então com duas filhas, vendeu sua loja e retornou aos estudos.
Com Mariinha, na Escola Normal, diplomou-se uma plêiade de jovens senhores e senhoras, que brilhariam, posteriormente, no magistério e na vida cultural do Vale do Paraíba.
Concursada e aprovada como professora do Estado de São Paulo, Mariinha trabalhou, por algum tempo, em uma escola rural de Cunha, SP, para onde levou seus filhos pequenos, acrescidos do caçulinha, ainda bebê, Salvador Augusto e de Nancy Maria, filha escolhida pelo seu coração, por ela salva das vicissitudes da vida.
Mais tarde, Mariinha escolheria outra pequena menina - Maria Benedita Inácio, a Lili - para completar o seu lar. Durante alguns anos, posteriormente, Tony, também cresceria ao lado de seus filhos.
Retornando à Piquete, como professora do Grupo Escolar Antônio João, Mariinha dedicou-se aos seus alunos, não limitando-se às aulas cotidianas: montou grupos de teatro e declamação, fanfarras; organizou desfiles grandiosos, com carros alegóricos criativos e movimentados. Participou de campanhas filantrópicas várias, como a Campanha do Agasalho, Natal dos Pobres e Campanha do Quilo Mensal, não descurando a formação moral e intelectual de seus filhos.
Embora com saúde precária, tendo sido submetida a várias e seguidas intervenções cirúrgicas, inclusive uma nefrectomia, continuava em suas lides. Declamadora de escol, não só arrebatou inúmeros prêmios em concursos de declamação, como preparou suas filhas e alunos, que também se destacaram nestas apresentações.
A caravana de declamadores de Piquete, encabeçada pela professora Mariinha Mota, era respeitada pelo Vale do Paraíba e Sul de Minas. Mariinha começou a compor seus poemas, tendo os sonetos como primeira forma de expressão, seguidos por trovas, peças de teatro e poemas infantis, que espalhavam-se pelas páginas literárias dos jornais e revistas da região.
Em 1968, inesperadamente, seu filho caçula, Salvador Augusto, com dez anos de idade, faleceu acometido por um osteossarcoma. Mariinha não esmoreceu. Havia uma família a ser educada que apenas se esboçava; tudo dependia de sua força e equilíbrio.
Em 1973 retornou aos bancos escolares, formando-se em pedagogia e letras: língua portuguesa e inglês. Passou a lecionar para adolescentes, mas preferiu sempre as crianças.
Em memória de seu filhinho tornou-se uma das fundadoras, em Piquete, de um movimento ligado à Rede Feminina de Combate ao Câncer.
Aposentada, dedicou-se totalmente à literatura e, da pequena cidade de Piquete, espalhava-se através de seus versos, por todo o Brasil, chegando a assumir uma cadeira na Academia de Letras do Vale do Paraíba.
Uma doença neurológica incapacitante impediu a continuação de seu brilho, mas não apagou a beleza de sua trajetória, cultuada por seus descendentes, que procuram transmitir aos filhos a história da inteligência e sensibilidade desta menina fazendeira e brincalhona que nasceu Maria.
Detentora de grande número de prêmios em poesia e prosa, nacionais e internacionais, foi eleita pela revista belga "Poemas" para o seu "Tableau D'Honneur - 1982", como uma das seis intelectuais brasileiras de maior renome internacional.
Publicou diversas obras, muitos trabalhos traduzidos para o francês, inglês, espanhol e grego.
São composições de sua lavra:
Ascese (sonetos),
Ascetério (poemas),
Acendalhas (poesias infantis),
Vida Afora (trovas),
Per Viam Vitae (trovas),
Três Artistas Baipendianos (biografias),
Res Non Verba (crônicas),
Filipe II e sua História (romance) e
Bárbara Heliodora e a Inconfidência (estudo histórico).
Seu nome figura em diversas antologias, como Trovadores do Vale, Crônicas de Barra Mansa, Poetas Valeparaibanos, Roteiro Biobibliográfico da Poesia Feminina no Brasil, Anuário de Coletânea de Trovas Brasileiras - 1978 e 1979, Poetas do Brasil - 1977, 1978 e 1979, A Trova no Brasil, Escritores do Brasil - 1978 e 1979, Coletânea de Contos e Poesia e Dicionário Conciso de Autores Brasileiros.
Pertenceu a diversas associações culturais:
Academia de Letras do Vale do Paraíba, cadeira número 27, patronímica de José de Anchieta;
Academia de Letras de Uruguaiana,
Academia Internacional de Letras "Três Fronteiras" (Brasil, Argentina e Uruguai),
Academia de Letras da Fronteira Sudoeste do Rio Grande do Sul,
Academia de Trovadores da Fronteira Sudoeste do Rio Grande do Sul,
Associação Uruguaianense de Escritores e Editores,
Academia Internacional de Heráldica e Genealogia,
Academia Internacional de Ciências Humanísticas e
Instituto Histórico e Geográfico de Uruguaiana.
Obteve onze medalhas de ouro e prata e inúmeros diplomas conquistados em concursos de declamação no Vale do Paraíba e Sul de Minas,
diploma de Honra ao Mérito do Instituto Histórico e Geográfico de Uruguaiana,
diploma e medalha "Mérito Cultural - 1978" da Federação de Academias do Sul do País,
diploma e medalha "Mérito Cultural - 1979", da Academia de Trovadores da Fronteira Sudoeste do Rio Grande do Sul e
Troféu Evangelina Cavalcanti - Recife, Pernambuco.
Fontes:
http://depressaoepoesia.ning.com/profiles/blogs/minha-mamae-mariinha-mota-e
http://mariinhamotapoeta.blogspot.com/
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