sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.124)

Uma Trova Nacional

Grita a sogra, lá do morro,
ao ver o genro chegar:
– não te chamo de cachorro
que é pra não te elogiar!
(HÉRON PATRÍCIO/SP)

Uma Trova Potiguar

Ao final do casamento
toda mulher é um sócio,
que leva o faturamento
sem abrir mais o negócio...
(HELIODORO MORAIS/RN)

Uma Trova Premiada

2008 > Bandeirantes/PR
Tema > TRABALHO > Menção Especial

Vendo o luxo da cigarra,
que não trabalha... faz “ponto”,
a formiga quer, na marra,
alterar aquele conto!
(SELMA PATTI SPINELLI/SP)

Simplesmente Poesia

– Carlos Drummond de Andrade / MG –
A hora do cansaço

As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.

Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.

Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.

Do sonho de eterno fica esse gozo acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.

Uma Trova de Ademar

Trabalho só é bacana
se tiver, por sua vez,
uma folga por semana
e férias de mês em mês!
(ADEMAR MACEDO/RN)

...E Suas Trovas Ficaram

“Limpou” o supermercado
e desculpou-se ao ser presa:
- Não é roubo, delegado,
é mania de limpeza!
(MARIA DOLORES PAIXÃO/MG)

Estrofe do Dia

Por causa de um café morno
mamãe terminou morrendo,
se pai foi corno, não é,
você continua sendo;
se meu pai foi, não sabia
você é corno sabendo.
(JOÃO FURIBA/PE)

Soneto do Dia

– Soneto a cinco Mãos –
UM JANTAR NO “PAU DE ARARA”

Quando o garçom chegou, desajeitado,
servindo a mesa, com total descaso,
a sopa que me trouxe em prato raso
esparramou-se, ao chão... por todo lado!
(Heloísa Zanconato)

Confesso que fiquei bem irritado
e a minha reação foi “um arraso”:
– Chutei cadeiras, destruí um vaso
e botei p’ra correr o desgraçado!
(Renata Pacolla)

Depois me arrependi – (pobre garçom!)
que, educado não foi para ser bom
e servir com respeito a freguesia...
(Thalma Tavares)

Então, dei uma “grana’ para o “cara”,
que veio do Pará num “pau de arara”
e há tempo uma gorjeta merecia!!!
(EduardoToledo)

Fonte:
Ademar Macedo

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